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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Do Collor ao petrolão

Como já contei aqui, eu tinha 22 anos na época do impeachment do Collor, e acompanhei com muita atenção todos os acontecimentos. O país estava elétrico, todo o dia tinha alguma revelação nova, a população e a imprensa indignadas, a Falha de São Paulo fazendo editoriais de primeira página. O povo na rua. O PT bradando contra a corrupção. Fui para a rua, protestei, me abracei a petista, e no dia em que Collor foi afastado chorei.

Eu era um idiota e achei que aquilo era o Brasil, que não aceitaria mais corrupção. O escândalo dos anões do orçamento, no ano seguinte, só reforçou minha visão idiota sobre o país.

13 anos depois, em 2005, eu seguia com minha visão de Poliana do mundo quando estourou o mensalão. Logo pensei: "o PT acabou". Mas eis que os dias foram passando e eu não via indignação na imprensa, não encontrava editoriais na primeira página da Falha nem povo nas ruas. A ficha foi caindo meio que em câmera lenta, até que me dei conta de que o que aconteceu com Collor não foi consequência da roubalheira mas, sim, do fato de ele pertencer ao partido errado. Se Collor fosse petista, seria um dos heróis do povo Brasileiro. Foi lá por agosto ou setembro de 2005 que eu me convenci de que o PT sairia ileso do escândalo. Dito e feito.

Agora, com o Petrolão, eu já sou escolado em Brasil e petismo, para saber que a consequência será nenhuma em termos de danos ao partido. Nossos bravos jornalistas tratam dos bilhões desviados com a mesma emoção que teriam se estivessem lendo uma das receitas de Ana Maria Braga.

Eu e Collor aprendemos bastante sobre o Brasil nos últimos 10 anos.

Eu perdi qualquer esperança no país.

Collor se aliou aos petistas e segue sendo o mesmo de sempre.

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