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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

De Jefrey Nyquist

De modo resumido, considere a seguinte situação: (1) ao tentar salvar todo mundo nós vamos à falência; (2) deste modo, não podemos sequer salvar a nós próprios; (3) e tudo está perdido. Assim, em uma tentativa utópica de fazer com que tudo acabe bem, tudo deverá acabar mal. Nesta coluna eu já escrevi sobre a lei sociológica da "intenção reversa" e dos "efeitos opostos". Todos lembramos da "guerra para acabar com todas as guerras" (que não acabou), guerra à pobreza, guerra às drogas, etc. Para toda ação governamental há uma reação diametralmente oposta. Sem duvida aprenderemos que a luta do governo contra o aquecimento global coincide com o início da próxima Era do Gelo; também saberemos em breve que os resgates financeiros de 2008 significarão a falência de todos em 2013. Então por que não deveríamos bombardear a Síria e derrubar Assad hoje, mesmo que seja apenas para garantir o surgimento de um regime muito mais perigoso amanhã? Isso é o que o governo faz no final das contas.

Você pode perguntar novamente sobre as armas químicas de Assad. Deus nos livre de alguém usar aquelas armas contra os civis; mas armas químicas não foram feitas para ser usada contra os civis. Levada pela artilharia ou por mísseis, as ogivas químicas são mais eficazes quando usadas em soldados em um campo aberto do que contra civis em uma cidade. Como logo fica evidente, os civis poderiam se esconder em abrigos e porões onde o agente químico não conseguiria, na maioria dos casos, penetrar eficientemente. É evidente que as armas químicas foram feitas para uso no campo de batalha e não para cidades.

Ainda assim, falar em guerra química é levantar um tópico que evoca fortes reações que deixam os políticos ocidentais alarmados ao ponto deles trazerem a tona suas preocupações humanitárias. Ironicamente são essas preocupações humanitárias que levaram os EUA e/ou a OTAN a ameaçar atacar a Síria, o que por outro lado provoca a reação da Rússia, que é aliada da Síria. Assim perguntamos: até onde os Estados Unidos pretende ir? A maior razão pela qual não demos início à Terceira Guerra Mundial contra a Rússia durante a Guerra Fria foi pela simples razão de que destruir o mundo não era um modo bom de salvá-lo. E agora que a América tem mísseis inferiores aos dos russos nós estamos subitamente prontos a levar a cabo um confronto com a Rússia no leste do Mediterrâneo?

Enquanto a Rússia e a China continuam a reforçar seus respectivos arsenais militares, o Ocidente continua a diminuir o seu. Não é somente os Estados Unidos que estão cortando os custos militares. Conforme noticiou a NBC News no último mês de outubro, "
Cortes orçamentários na defesa dos países do ocidente podem ser irrefreáveis". Mas está tudo bem, certo? Como nos disseram, os gastos militares dos EUA faz com que "o resto do mundo seja um anão". Essas cifras são certamente distorcidas, pois a China não conta todas suas armas ou dá o número certo de soldados que tem, tampouco a Rússia. Deste modo nós parecemos tão devassos quando se trata em gastos militares, que o Pentágono acaba por ser o maior provedor do bem-estar. Nossos soldados e marinheiros são bem melhor remunerados que os soldados e marinheiros dos outros países; considerando apenas seus pacotes de benefícios!

É uma situação difícil para se estar. Nos aproximamos de um penhasco fiscal. Queremos dar dinheiro e prover salvação para todos. Mas no fim não vamos sequer salvar nós mesmos. Parece não haver qualquer passagem ou abertura pela qual podemos escapar das consequências da nossa decadência. Como Gustave Le Bon explicou há mais de 100 anos que "(Uma pessoa de inteligência superior sabe) que aquelas nações que estão à beira do abismo continuarão em frente até cair. Essa pessoa sabe que as instituições não podem ser modificadas pela vontade dos legisladores; e vendo que os socialistas desejam avidamente derrubar as instituições as quais nossas civilizações se apoiam, ele pode prontamente predizer a catástrofe que se seguirá após tais eventos”.

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