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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Em conflito com o mundo

Sempre em choque com o mundo moderno, vou me irritando a cada passo que dou.

Cresci frequentando livrarias e/ou sebos semanalmente. Já na década de 1970, em Porto Alegre, eu frequentava com frequência a saudosa Livraria Lima. A livraria fechou há muitos anos, mas um dos seus antigos sócios é atualmente o L da editora L&PM. Também frequentava muito a Livraria do Globo. E não podia ver um sebo sem entrar. Ao longo das décadas acumulei uma razoável biblioteca, de mais de 10 mil títulos entre livros, revistas e gibis.

Mas pelo que me lembro, e posso estar sendo traído pela memória, as pessoas que atendiam nas livrarias e sebos dominavam o seu ofício. Bastava dizer um nome de livro, e eles já sabiam o nome do autor. Gostavam de conversar sobre literatura, tinham opinião, davam informações importantes. O ato de ir à livraria era um prazer.

E hoje?

Hoje as livrarias são grandes redes. Os atendentes, via de regra, são bem jovens e a livraria é seu primeiro emprego. Não sabem nada do seu ofício, não sabem nada de literatura. Sempre que precisava recorrer a um deles, me irritava. Como não sabem nada, para responderem qualquer pergunta precisam recorrer ao terminal eletrônico. E aí precisamos soletrar o nome do livro e do autor. E esperar que eles errem a digitação e corrijam. Se não tivermos certeza do nome, esqueça.

De tanto me irritar, migrei a maior parte das minhas compras de livros para a internet, onde eu mesmo faço a pesquisa.


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