Apenas uma narrativa

Esta narrativa pode ser procedente, assim como pode ser apenas um delírio:


- Desde 1994 apenas 2 partidos disputavam a presidência com chances reais de vitória: PT e PSDB. Ou seja, uma operação que expusesse as entranhas da corrupção do PT, poupando a exposição das entranhas da corrupção do PSDB, poderia, nas urnas, significar a derrota do PT, de forma a jogar a presidência da república do colo tucano.

- Surge, contudo, um elemento não previsto no plano - Jair Bolsonaro, um fenômeno sem precedentes na história da república. A presidência da república foge do colo tucano e vai para Bolsonaro.

- Ainda sem entender direito o que tinha ocorrido, os tucanos se articulam às pressas para que seu soldado heroico abandone a magistratura e se infiltre no governo indesejado.

- Uma vez no cargo, o ex-herói blinda o aparato policial para que o presidente eleito não tenha acesso a ele. Desta forma, impede que investigações avancem sobre seus companheiros de ninho.

- O principal governador do partido, autonomeado ditador, começa a sofrer pressão popular, pedidos de impeachment começam a chegar na assembleia, e o ditador começa a amolecer o discurso para se segurar no cargo.

- Chega então a hora de colocar o ex-herói em ação - ele precisa deixar o governo, e sair atirando. São dois objetivos ao mesmo tempo: a) dar o empurrão final para tirar o indesejado do cargo, b) aliviar a pressão sobre o governador ditador.

- O Objetivo "a" falha majestosamente. O objetivo "b", contudo, é um sucesso.