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terça-feira, 25 de março de 2014

Festival de insanidades

Este caso do desaparecimento do vôo 370 da Malasia Airlines é um retrato da insanidade coletiva que tomou conta do mundo nesta estranha época em que vivemos.

- Primeiro, quem diria que mesmo com toda a tecnologia moderna um boeing pode simplesmente desaparecer. Voar por horas (4 ou 7) sem ninguém sequer saber em que direção voou. E, pior, sem ninguém sequer tentar contactá-lo durante este tempo todo.

- Imediatamente a Interpol vem a público e descarta que tenha sido terrorismo. Descartou com base em quê?

- Aí imagino a situação dos parentes dos passageiros ao receberem a notícia de que o avião havia desaparecido. Como avião não desaparece, só poderia ter caído. Logo, os parentes a bordo estão mortos, e aí vem o desespero da perda.

- Mas passam os dias, passam as semanas, e nada do avião aparecer. Neste meio tempo, um festival de especulações e idiotices de todo o tipo toma conta da imprensa mundial, mostrando (para quem tem olhos para ver) o que a imprensa é de fato - uma caixa de ressonância de especulações e sanguessuga de tragédias.

- Como o avião não aparece, os familiares das vítimas (que precisam se agarrar em qualquer coisa) começam a acreditar que o avião foi sequestrado, pousou em algum lugar, e seus parentes poderiam estar vivos (mesmo que na condição de reféns). Com o passar dos dias esta esperança vai crescendo e vai se transformando em certeza nas mentes daqueles que tinham parentes a bordo.

- Mas eis que, mais de duas três semanas após o desaparecimento, a Malasia Airlines envia (ontem) mensagens de celular para os telefones dos parentes das vítimas, dizendo que o avião caiu no oceano índico e que ninguém sobreviveu. O governo da Malasia confirma. Desta forma, os parentes perderam seus entes queridos pela segunda vez em três semanas (desta vez recebendo a notícia por mensagem de celular): a primeira perda foi quando receberam a notícia de que o avião havia desaparecido; aí começou a surgir a esperança (depois convicção) de que o avião havia sido sequestrado e seus passageiros estavam vivos; eis então que chega a mensagem de celular, e novamente a certeza de que estão mortos.

- Então nem a Malasia Airlines, nem o governo Malaio, apresentam nenhuma evidência da queda do avião. Nenhuma imagem de radar, nenhum pedaço de destroço. Então, na mente daqueles que tinham parentes a bordo, começa a surgir uma esperança novamente. Se o avião realmente tiver caído, os parentes, ao receberem a notícia, sofrerão a terceira perda em cerca de 30 dias.

- Por fim, os chineses que tinham parentes a bordo marcham até a embaixada da Maasia em Pequim para protestar contra a falta de clareza nas informações divulgadas, e trajam cmisetas que dizem: "orem pelo vôo MH370". Como assim, desde quando os habitantes da China comunista acreditam em oração?

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