No início dos anos 1960 o governo gaúcho (dinheiro público) montou uma central de doutrinação infantil. Funcionava assim: o governo reunia cartunistas brasileiros, dava dinheiro, casa, comida e roupa lavada. Os cartunistas só precisavam incluir mensagem comunista em suas histórias em quadrinhos. Maurício de Souza não aceitou participar. Depois de várias tentativas inúteis de colegas seus, aconteceu o seguinte:
"Mas uma noite o vizinho apareceu em casa de novo para avisar que um homem queria falar comigo ao telefone. Atendi. Sem se identificar, a pessoa a princípio repetiu o que José Geraldo tinha dito na última ligação, reforçando que eu não podia ficar de fora do movimento gaúcho. Recusei de novo, falei para esquecer e não ligar mais. O homem então mudou o tom:
- Veja, Maurício, acredito que reconsiderar sua posição seja uma decisão muito sábia. Caso contrário, estará por sua conta e risco. Já imaginou se você está andando na rua e sofre um acidente! Se quebra o braço ou machuca a mão de um jeito que você não vai conseguir desenhar nunca mais?
O jogo tinha ficado pesado, para dizer o mínimo."
Página 78 da biografia do Maurício de Souza.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
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