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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Consumidor ou sofredor?

Entre os inúmeros defeitos que tenho, um dêles me causa muitos transtornos: quando estou pagando me sinto no direito de ser bem tratado.

Se eu tivésse vivido nos anos 50 ou 60 (anos pré-código de defesa do consumidor...), provavelmente não teria maiores problemas com meus fornecedores e prestadores de serviços. O problema é que vivo no mundo atual.

Antigamente (não vivi para conferir) é possível que, por exemplo, o proprietário de um estabelecimento se sentisse feliz em receber clientes e atendê-los bem. Atualmente os estabelecimentos comerciais possuem o propósito exclusivo de subtrair o dinheiro do meu bolso e transferí-lo para a conta do referido estabelecimento. E se o propósito é apenas este, é bom que a transferência se dê o mais rápido possível, para abrir espaço para o próximo otário, digo, cliente.

Proprietários, então, é coisa que não se vê mais. Ou melhor, em alguns casos até se vê - caminhando em algum lugar bem longe dos clientes. Fica tudo nas mãos de funcionários, e o fato de eu (que desejo ser bem atendido) continuar sendo cliente daquele estabelecimento, ou não, não muda nada na vida dos funcionários. Pelo contrário, eles até preferem não receber clientes com o meu perfil, que acham que devem ser bem atendidos e só criam problema...

O pior é que se cria uma atmosfera falsa de que o cliente é importante, o que só contribui para me irritar mais. É como quando nos meus anos de adolescência eu ia à zona e as moças me chamavam de lindo. Isto sempre me irritou, dizia para as moças: o seu único interesse é no meu dinheiro, e o meu único interesse é ... bem, vocês sabem, de forma que podemos nos poupar dessas questões de "lindo" e afins. Não frequento mais a zona, mas sigo me irritando com a falsidade nos restaurantes, nas companhias aéreas, nos hotéis, no plano de saúde, na contrutora, da operadora telefônica, etc.

E o ato de consumir (principalmente serviços) vai se transformando num fardo, pois sei que na maiorias das vezes vou me incomdar, me irritar, dicutir, bufar ... para nada mudar.

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