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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O absolutismo

O poder corrompe.

Pior, o poder enlouquece.

Todos os regimes absolutistas tiveram o mesmo destino – a ruína. Muitos até começaram bem mas, com o tempo, o poder corrompeu e enlouqueceu.

Capaz de aprender com seus próprios erros (mesmo que às custas de séculos de erros) as sociedades civilizadas acabaram substituindo os regimes absolutistas por regimes constitucionais.

Há diversas diferenças entre o absolutismo e o constitucionalismo, mas duas são fundamentais:

- A alternância do poder;

- Os “checks and balances”, ou pesos e contrapesos.

O primeiro, alternância, assegura a troca de mandatários na esperança de que seu tempo de permanência no poder não seja suficiente para corrompê-los nem para enlouquecê-los.

O segundo cria um equilíbrio entre poderes para que um fiscalize o outro, evitando a figura do poder absoluto.

O Brasil só conheceu absolutismo na época de Dom João VI, pois mesmo nos regimes monárquicos de Dom Pedro I e Dom Pedro II o poder do imperador era limitado por uma constituição.

Bom, Dom João VI deixou o Brasil em 1821, e, ingênuos, acreditamos que estávamos livres do absolutismo. Não estávamos. Por ironia do destino, o número 21 se repete, e é no século XXI que voltamos a experimentar um regime absoluto.

Este retrocesso histórico de quase 200 anos ocorre com a chegada de Lula ao poder. Por um conjunto de fatores, que vão da pilantragem, passando pela audácia, até a covardia, a sociedade Brasileira permitiu a implantação de um regime absolutista em pleno século XXI.

A alternância do poder e o regime de “checks and balances” foram exterminados. Sim, temos eleição e alternância formal de poder, mas o mês de novembro serviu para deixar claro que o poder de fato não trocará de mãos. Quanto aos “checks and balances”, bem, todos os poderes e instituições que deveriam fiscalizar o poder executivo, apenas se ajoelham em reverência a Sua Majestade, o imperador absoluto Dom Lula I.

No mundo há três grandes grupos de povos:

- Os que conseguem progredir;

- Os que são incapazes de sair do lugar;

- Os condenados a regredir.

A mistura entre europeus, negros e índios que resultou na formação do povo brasileiro acabou por gerar uma gente que se inclui no terceiro grupo listado acima. É assim que em apenas 8 anos conseguimos retroceder quase 200.

Nosso absolutismo já se afundou na fase em que "o poder corrompe", e agora estamos na fase em que "o poder enlouquece". É na fase da loucura que começamos a ouvir disparetes como "o estado sou eu" ou, "o povo sou eu"...

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