O chatíssimo Geraldo Alckmin repetia à exaustão na campanha de 2006: "prefiro os que me criticam, porque me melhoram, do que os que me adulam, porque me corrompem".
O chato, digo, Alckmin, estava certo em relação a isto. Desde o início do processo civilizatório a crítica foi o caminho para a melhora, para o aperfeiçoamento, para o progresso, enfim.
Sabedores disso, o pessoal do politicamente correto, em sua cruzada anti-civilizatória, precisava acabar com a crítica, e escolheu a via de confundir crítica com preconceito.
A rigor há atualmente apenas 4 estados criticáveis no Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Criticar qualquer um dos demais estados é visto como preconceito.
Rio de Janeiro e Minas Gerais às vezes estão entre os criticáveis, às vezes não. Neste momento, como ambos os estados estão nas mãos de gente de Lula (Aécio / Anastasia e Sério Cabral) ambos estão incriticáveis.
Escrevo esta ladainha toda porque vou falar criticamente sobre o Pará (onde me encontro) e isto será percebido filtro politicamente correto como preconceito.
O Pará é um estado imenso, com território maior do que a maioria dos países do mundo. Dotado de recursos naturais, água, rios, solo fértil, bom clima, possui os elementos básicos para ser uma potência em termos de desenvolvimento. Mas é um estado bastante pobre.
Hoje andei por Belém e fui levado por um amigo até uma cidade a 100 Km de Belém. No trajeto fomos cruzando por miséria e mais miséria, até chegarmos à cidade destino (miserável). As casas são de barro ou, se de tijolos, não possuem reboco. As ruas são divididas por veículos, animais, bicicletas, gente. O povo parece não ter o que fazer, e os que não estão andando pelas ruas estão sentados na frente de casa.
Meu amigo, paraense, comentou: "foi este povo quem elegeu a Dilma. Vocês lá do sul não sabem o que é o Brasil".
O triste é saber que o governo do PT implantou instrumentos que, na prática, apenas aprofundam este ambiente de miséria e subdesenvolvimento, estimulando o ócio, a acomodação e a reprodução.
Não há investimento em educação. Não há investimento em políticas emancipatórias. Infelizmente, tenho certeza que se retornar a esta região daqui 10, 15, 20 anos, encontrarei a mesma situação. Não é a miséria como um estágio a ser superado, é a miséria como condição existencial. E as pessoas parecem conviver muito bem com ela.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
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