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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Patético

José Alencar é um homem que, em princípio, seria depositário de todas as minhas admirações, um homem que saiu da pobreza e, com trabalho, construiu uma grande empresa e ficou rico. Digo “em princípio” porque já li que sua ascensão empresarial está ligada a muitos negócios com o governo, benefícios, estatais, etc. Mas isto pode, ou não, ser verdade, então o que vale, até prova em contrário, é o fato de que ele trabalhou para construir o que tem.

Mas aí entra em cena o José Alencar político, e, afirmo, ele não precisava disso. Poderia ter muito bem agido como Jorge Gerdau que não cansa de recusar os convites governamentais. José de Alencar não, ele caiu em tentação. Uma pena.

José Alencar foi o empresário escolhido para diminuir o viés socialista da candidatura Lula, para dar um pouco de tranqüilidade ao empresariado na eleição de 2002. Na eleição de 2006 ele só continuou como companheiro de chapa porque nenhuma das outras alternativas de Lula deu certo.

Desta forma, podemos afirmar que:

- Em 2002 José Alencar serviu como instrumento do PT. Não havia nenhuma intenção de que ele colaborasse com o governo, com idéias, projetos, etc. Ele servia apenas como imagem, para tornar a candidatura Lula mais palatável;

- Em 2006 o PT estava pronto para fazer com ele aquilo que faz com todos aqueles que, após usados, deixam de ser úteis – jogá-lo na lata de lixo da história. O acaso, o fato de que nenhuma das outras alternativas de Lula deram certo, fez com que ele fosse novamente companheiro de chapa. Por falta de opção no momento.

No governo José Alencar foi durante 8 anos uma figura decorativa. Pode ser empresário, selfmade man, mas enquanto membro do governo não contribuiu com nada para tornar mais fácil a vida de quem produz no Brasil. Nada fez pela redução da carga tributária, do custo trabalhista. Nada fez pela redução da burocracia estatal. Nada fez para combater produtos chineses. Nada fez pelo câmbio.

Em alguns momentos até questionou a taxa de juros, mas era como se fosse a crítica de um cidadão comum, uma vez que totalmente desprovida de conseqüência no mundo real.

José Alencar assistiu passivamente ao aparelhamento do estado, à tomada de assalto do patrimônio público pelos sindicalistas. Assistiu passivamente a todos os escândalos de corrupção da era Lula. José Alencar assistiu passivamente à degradação moral que atingiu o país nos últimos oito anos.

No final do mandato, já quase esquecido, eis que surge uma oportunidade para, novamente, José Alencar ser útil ao petismo. Lula e Dilma utilizaram a sua doença para serem fotografados ao lado dele e mostrarem como são humanos. Um dia antes da foto os “humanos” haviam promovido uma festança no Alvorada. José Alencar aceita mais uma vez o papel de servir de objeto de decoração ao petismo, quando necessário.

Patético. Ele não precisava disso. Seria a vaidade a maior inimiga do homem?

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