Sou um privatista convicto. Tivesse eu a oportunidade de ter uma posição de mando em nível federal e privatizaria tudo o que ficou nas mãos do governo. Manteria apenas a saúde pública, educação pública e segurança.
Então, defendo as privatizações feitas por FHC, e só critico a falta de coragem de terminar o serviço, passando adiante Petrobrás, Banco do Brasil, CEF, etc. Esta é a minha posição, gostem ou não. Como a minha influência na vida nacional é nenhuma, o que eu penso ou deixo de pensar produzo o mesmo efeito – nenhum...
Sou o brasileiro com memória, uma anomalia. Por ter memória, lembro que só consegui adquirir minha primeira linha de telefone fixo aos 26 anos. Celular, só após a privatização consegui ter. Hoje, todos os meus funcionários na faixa dos 20 têm seus celulares. Alguns têm até dois celulares. Devem achar que foi Lula quem deu...
Escrevo esta introdução para deixar clara a minha opinião. Posição esta que não me impede de ser crítico em relação ao que não concordo na iniciativa privada.
Observo ao longo da vida profissional que as organizações privadas que crescem demais acabam por adquirir características de estatal: burocracia, corporativismo, inchaço de pessoal e descaso com o cliente.
Vá a qualquer grande organização, com 10, 15, 20 mil empregados, ou mais, escolha qualquer função, e pergunte quem é o responsável por ela. Vai ser um Deus nos acuda. Como geralmente essas corporações gigantescas têm muito mais gente do que efetivamente precisam para funcionar, muitos empregados sequer sabem claramente qual a sua função. Mas sabem perfeitamente como se fazerem “necessários” à estrutura – atrapalhando os colegas, criando entraves e dificuldades à operação, burocratizando processos e infernizando a vida dos clientes.
Qualquer um que seja cliente de companhia aérea, cartão de crédito, plano de saúde ou companhia telefônica sabe o inferno que é ser cliente de um monstro.
Agora as companhias telefônicas resolveram tirar valores do além e me mandar contas, inclusive de serviços que foram cancelados há anos. E uma vez que a falsa conta está impressa em papel timbrado da empresa, ganha ares de verdade quase bíblica. A companhia pode me colocar no SPC, no Serasa, com base apenas naquele papel pintado. Se ligo para reclamar sou atendido por um atendente de Call Center que, de ante-mão, já pensa “quem este sujeito pensa que é para questionar a cobrança da empresa”.
Se vivêssemos num país decente, nossos governantes estariam mais preocupados em manter agências reguladoras fortes e atuantes, do que se envolver em negociatas com telefônicas. Como estamos no Brasil, somos vítimas quase indefesas desses monstros corporativos. Enquanto familiares de governantes faturam milhões.
Próxima parada...Serasa.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
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