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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Capitalismo de medíocres

Não sou usuário, mas os que conhecem dizem que o jogo do bicho é totalmente confiável. Um papelzinho sem marca, sem identificação, sem assinatura, sem contrato, sem advogados, é totalmente válido e, se premiado, o portador é pago sem questionamento. E na importância correta do prêmio.

Isto no mundo da ilegalidade.

No mundo da legalidade a coisa infelizmente não funciona assim. Para a alegria e fortuna dos advogados.

Aqui no mundo da legalidade é uma selva, um salve-se quem puder. Razão pela qual as empresas não podem dar um passo sem advogado.

É todo mundo passando a perna em todo mundo. Quem é maior geralmente se prevalece de quem é menor. Não paga, posterga o pagamento, ignora cláusulas contratuais, exige descontos absurdos e não negociados, etc. Grandes varejistas, por exemplo, simplesmente inventam descontos absurdos e depositam o valor líquido nas contas de seus fornecedores. Às vezes os fornecedores chegam a gastar um ano inteiro de martírio através dos diversos departamentos do cliente para descobrir o que lhe foi descontado. E se algum fornecedor achar ruim já é logo avisado: "se encrencar, não fornece mais prá nós".

Isto é do capitalismo?

Não, isto é muito mais sociológico, ou antropológico, do que econômico.

As sociedades contemporâneas são compostas de alto a baixo de pessoas medíocres. Medíocres ricos, medíocres classe média e medíocres pobres. Mas todos, ou quase, medíocres.

Como as empresas não vivem numa ilha da fantasia, segregadas da realidade da sociedade, são obrigadas a compor seus quadros com o que o mercado oferece. Assim, inundadas de medíocridade, acabam incapacitadas de ganhar dinheiro com criatividade, com produtividade, com inteligência e com honestidade, e passam a cumprir metas através da prática de pequenas (ou grandes) malandragens. E resulta numa selva, onde vigora a lei do mais forte.

O capitalismo de medíocres, desta forma, está no mesmo estágio evolutivo do homem das cavernas.

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