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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Do Augusto Nunes

Além de vencer equipes fortíssimas, as bravas campeãs tiveram de derrotar a indiferença das autoridades esportivas (que minutos depois da proeza já começaram a louvá-la com patriótico cinismo), o descaso da cartolagem olímpica (que não demorará a reivindicar a paternidade do feito) e a cegueira dos donos da telinha (que só descobrem futuros medalhistas depois de vê-los empoleirados num pódio).

As heroínas de Belgrado representaram uma nação que não acompanhou a saga na Sérvia nem torceu por elas sequer à distância. Os jornais nativos confinaram o  campeonato mundial de handebol em espaços semelhantes aos reservados a torneios de rúgbi na Índia. No domingo, enquanto a seleção de Morten Soubak lutava contra uma equipe apoiada por milhares de sérvios no ginásio e milhões espalhados pelo país, os assinantes da NET e da SKY foram submetidos pela dupla de polvos à contemplação de mediocridades de chuteiras dando pontapés em múltiplos sotaques.

O novo campeão mundial de handebol não é o Brasil. O título pertence a um grande time formado por um grande técnico — e a mais ninguém. 

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