A coluna de J.R. Guzzo na revista Exame desta semana avalia as razões do crescente desemprego planetário e conclui que, mais do que a crise de 2008, as razões reais para o desemprego crescente estão na gestão, na busca constante por ganhos de produtividade, em fazer mais com menos e nos avanços tecnológicos. Guzzo encerra seu artigo questionando qual será o futuro do mundo uma vez que o trabalho humano vai sendo extinto.
Eu tenho a mesma preocupação de Guzzo. Lembro de um comentário do fundador da Datasul onde ele dizia que na crise o empresário demite seus empregados, mas na esperança de que os empregados dos outros continuem comprando seus produtos, ou seja, se todos agem na mesma linha - demissão - não sobra ninguém para consumir, gerando um espiral recessivo.
Também já citei aqui no blog uma frase cujo autor não me recordo: "já inventaram a produção sem trabalho. Agora só falta inventar o consumo sem salário."
Por outro lado, sei que uma das coisas mais frustrantes da vida é a gestão de pessoas.
Estão sempre insatisfeitas, sempre pensando em ter mais direitos e em trabalhar menos, sempre dando mais importância e atenção aos problemas extra-trabalho. Os governos, em permanentemente busca de votos, vão ampliando direitos trabalhistas e tornando o trabalho humano cada vez mais caro.
Por outro lado, a tecnologia oferece soluções cada vez mais baratas.
Além disso, equipamentos não fazem greve, os caixas eletrônicos dos bancos, por exemplo, continuam trabalhando.
Enfim, vejo tempos difíceis pela frente, com massas de desempregados vagando pelas grndes cidades em protestos. Por outro lado, sei que a substituição de mão de obra por tecnologia não vai arrefecer, pelo contrário, protestos, greves e criação de direitos trabalhistas funcionam como um acelerador para este processo.
A consequência final disto? Não faço idéia.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
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