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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Conference Call

O mundo corporativo é um grande teatro, e vive de modismos e interpretações de papéis. Um dos modismos do momento é o tal “conference call”. São vários por dia, com diversas cidades do Brasil e do exterior. Parece que atualmente a quantidade de conference calls realizados conta ponto para preservação dos empregos das pessoas. Devem existir metas/critérios de avaliação: “tem que realizar no mínimmo 100 conference calls em 2012 para receber o bônus”.

E aqueles que são artistas e dominam a arte do “enrolation” que é necessário aplicar nos conference calls se destacam. Em breve, quando surgir algum outro tipo de modismo que suplante o conference call, talvez outros artistas, com outros tipos de habilidades, se destaquem. Agora, seja qual for o modismo, dificilmente aqueles que efetivamente carregam o piano nas costas vão se destacar...

Eu detesto conference calls (sou mesmo um fora de moda). Primeiro, minha audição nunca foi das melhores. Segundo, a comunicação nunca é perfeita, quase sempre há chiados, momentos em que a comunicação é cortada, pessoas cuja voz soa quase inaudível, etc.

E conference calls com estrangeiros? Pessoas de vários lugares do mundo falando alguma coisa que lembra o inglês e a gente fazendo um esforço danado para entender. Ou conference calls com britânicos (eu não entendo nada do que falam). E o grupo de “estranjas” fazendo questões simples de serem respondidas em conference calls, como “nos explique o sistema tributário no Brasil”, ou “nos explique a legislação trabalhista no Brasil”...

Mas mesmo que a comunicação esteja perfeita, não haja problemas com idioma e os assuntos tratados sejam simples, mesmo assim as pessoas falam ao mesmo tempo, aí se dão conta, têm que parar, “quem falou?”, “quem falou?”, um se identifica, “então fala primeiro você”, aí alguém corta, espera, repete, quem deveria ouvir e responder não responde, porque está lendo e mails...

Talvez o conference call devesse adotar algumas regras da comunicação por rádio, como, por exemplo, o participante dizer “câmbio” quando encerra sua fala...

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