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quinta-feira, 15 de março de 2012

Do Rodrigo Constantino

"O simpático cronista Luís Fernando Verissimo ataca novamente, me obrigando a consumir mais Engov para evitar o embrulho estomacal (ainda mando a conta do remédio para ele). Em seu artigo de hoje, "Não é mais pecado", Verissimo resgata o Inferno de Dante, lembrando que os usurários iam direto ao encontro do Capeta na era medieval, quando a Igreja detinha mais poder.

O que o veneno de Verissimo pretende desta vez, sem muito disfarce, é atingir os bancos hoje, condenando a prática de cobrar juros. Segundo Verissimo, que entende um pouco mais sobre a vida privada do que de economia, os bancos modernos são capazes de destruir países inteiros por conta da desregulação. Seu artigo, leve e engraçadinho como de praxe, não passa de mais um ataque ao capitalismo.

Será que Verissimo não sabe que o setor bancário é um dos mais regulados do mundo? Será que Verissimo não sabe que os bancos centrais é que estimulam a criação de bolhas? Será que Verissimo não sabe que a gastança do governo é que ameaça as economias desenvolvidas hoje? Será que Verissimo não sabe que o juro é apenas o preço do capital no tempo, ou seja, como ter algo hoje vale mais do que tê-lo amanhã, devemos pagar para pegar emprestado a poupança alheia? Será que Verissimo não sabe que foi justamente o término desta visão pecaminosa da usura que possibilitou o progresso material moderno, inimaginável nos tempos medievais?

Talvez o cronista seja um saudosista daqueles "maravilhosos" tempos em que a expectativa de vida não chegava à metade do que é hoje. Talvez ele se imagine um aristocrata vivendo em algum castelo francês, sem se dar conta que mesmo assim um simples operário hoje desfruta de mais conforto graças ao capitalismo."

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