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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Políticos profissionais

Num processo de implantação de ditadura bolivariana, todo o resto é perfumaria. O assunto deste post, então, é perfumaria, é bobagem e é irrelevante face a ameaça maior - o bolivarianismo. Mas é interessante.

Muitos gritam que política não pode ser profissão, que políticos profissionais fazem mal ao país. Concordo.

Contudo, via de regra, são esses mesmos os primeiros a gritar toda a vez que se noticia que políticos só "trabalham" de 3a a 5a. Ou seja, para eles os políticos deveriam dar expediente integral.

Não entendi nada.

Digamos que um médico se candidate a deputado e seja eleito. Mas digamos que ele também seja contra o político profissional, e queira manter um mínimo contato com a medicina justamente para não depender da política como profissão. E digamos que ele dedique as 2as e as 6as ao atendimento de pacientes. Será massacrado pelos mesmos que são contra políticos profissionais justamente por não dar expediente integral.

A rigor, não tem trabalho nas câmaras, assembleias e congresso para todos os dias úteis. Pelo menos não para os parlamentares. Quanto mais tempo eles dedicam ao "trabalho", mais leis absurdas são aprovadas, mais a nossa liberdade individual é cerceada, mais os tributos são aumentados e mais conchavos e negociatas são feitos. Se fôssemos seres racionais, deveríamos comemorar notícias de que os parlamentares não comparecem ao "trabalho".

Talvez as câmaras, assembleias e congresso devessem se reunir apenas uma semana por mês, semana inteira, de 2a a 6a. Talvez fosse suficiente. E por isso os parlamentares receberiam ajuda de custo e remuneração simbólica. As demais três semanas do mês seriam destinadas às suas profissões de origem, contribuindo para evitar o político profissional.

Mas quem está preocupado com isso num contexto em que logo ali na frente estaremos imersos numa ditadura bolivariana?

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