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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Do Reinaldo Azevedo

Cadê o Ministério Público do Trabalho no caso dos médicos cubanos? Segundo consta, os doutores que compõem o órgão ainda estão avaliando as relações de trabalho dos médicos cubanos com o governo brasileiro. Como é??? Ainda estão avaliando? Qual é a dúvida?
Eu ajudo, então, os preclaros a pensar. E se os usineiros decidirem, digamos, importar mão de obra de qualquer país estrangeiro nessas condições? E se, sei lá, o setor de construção civil — que tem alguma dificuldade com a especialização da mão de obra de nível médio — fizesse o mesmo? Sim, eu sei, do ponto de vista burocrático, dificilmente conseguiriam. Eu não estou debatendo burocracia, mas moralidade.
Pergunto aos senhores do Ministério Público do Trabalho: quanto tempo vocês demorariam para considerar que usineiros e empreiteiros estariam promovendo trabalho análogo à escravidão? Afinal, vocês jamais aceitariam que:
a: o contrato de trabalho fosse celebrado com uma associação intermediária, não com os trabalhadores;
b: que o trabalhador recebesse menos de 25% do seu real salário;
c: que os verdadeiros chefes desses trabalhadores fossem agentes de um governo estrangeiro;
d: que eles estivessem impedidos de se desvincular do emprego sob pena de retorno imediato a seu país de origem;
e: que fossem impedidos de participar de sindicatos e associações de classe.
Ora, meus caros! Por que o governo pode promover aquilo que jamais seria permitido ao setor privado? É um absurdo que esse negócio ainda esteja em curso.
Por que esse manto de silêncio? Acho que o nome disso é ideologia, não é? Alimenta-se uma ditadura asquerosa com o rendimento da carne humana, também no suposto benefício dos pobres brasileiros. Com a devida vênia, o conjunto da obra é nojento!

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