terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Do Flavio Gordon, sobre Gramscianismo
"A herança cultural cristão era, para o marxista italiano, o principal entrave ao avanço do comunismo. No contexto de outubro de 1917, por exemplo, restara evidente que o senso comum do povo russo era fortemente moldado pelos valores do cristianismo ortodoxo, que o predispunham a posturas conservadoras contra as quais a doutrina marxista-leninista era impotente. Sendo assim, a estratégia revolucionária gramsciana afirmava "a necessidade de novas crenças populares, isto é, de um novo senso comum e, portanto, de uma nova cultura e de uma nova filosofia, que se enraizassem na consciência popular com a mesma solidez e imperatividade das crenças tradicionais". O que se propunha era uma radical ruptura com o passado, mas uma ruptura que, em vez de proclamada abertamente sob a forma de doutrina política, deveria ocorrer sorrateira, no domínio da psique humana. "As revoluções se fazem no espírito antes de passar para as coisas", escreveu Albert Mathiez, historiador marxista da revolução francesa, uma lição que Gramsci seguiu à risca. "
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