sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Do Flavio Gordon
"Importa notar que aquele vírus freudo-marxista infectou a tal ponto a esquerda mundial que, hoje, a agenda desta consiste quase exclusivamente na busca por satisfação imediata das pulsões e apetites, ou, em outros termos, naquilo que proponho chamar de luta pelos direitos do baixo-ventre. Marcuse foi o pai de gerações e gerações de filhos bastardos, pessoas mimadas, imaturas, que parecem de fato ter regredido a um estágio puramente libidinal do desenvolvimento ontogenético humano, anterior à emergência do princípio da realidade. Grande parte do que hoje se chama de "direitos sociais", "direitos das minorias" ou "direitos sexuais e reprodutivos", numa tentativa de se imantar na aura das campanhas pelos direitos civis, não passa de um anseio de retorno ao princípio do prazer, um clamor por eternamente mamar, gozar, receber, fruir. E nada poderia ensinar mais sobre a natureza dos fins do que a mera observação dos meios pelos quais a esquerda marcusiana os tem exigido: vômito, cuspe, excreção, defecação, inserções anais e vaginais. Eis algumas das formas contemporâneas de protesto, bem condizentes com as demandas, sugerindo uma regressão às fases iniciais (oral, anal e fálica) do desenvolvimento infantil. Se a utopia de Marcuse era uma nova civilização erótica, tudo o que conseguiu promover foi uma nova barbárie escatológica."
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