Cliente da Gol desde sua fundação, em 2001, tenho testemunhado a queda de qualidade no atendimento da empresa em dois fronts - seu site está cada vez mais lento, e seus funcionários nos aeroportos parecem ser cada vez mais mal treinados e despreparados para atender clientes.
Mas, como escrevi ontem, quem se preocupa com clientes? Só otários, como eu.
Desde ontem pela manhã tento adquirir uma passagem da Gol para Belo Horizonte. O site (lento) cumpre todas as etapas até o pagamento. Após digitar o número do cartão de crédito e dar OK, surge uma mensagem: "ocorreu um erro desconhecido e não é possível aceitar este meio de pagamento agora. Tente mais tarde".
Segui a orientação e tentei algumas vezes à tarde, e à noite tente de casa. Não deu certo.
Ontem à noite liguei para o atendimento ao cliente da Gol (0800) para relatar o problema e saber o que estava acontecendo. O atendente, como aquele jeito de falar de robô de call center, disse: "senhor, não há problema nenhum, nosso site está funcionando perfeitamente".
Desisti do site e liguei no 0300 (venda de passagens). Recebi a seguinte mensagem: "neste momento todos os nossos atendentes estão ocupados, você será atendido em aproximadamente 28 minutos". Desliguei.
Ai que saudades da Varig dos bons tempos.
A Tam está impedida de vender passagens por decisão da ANAC.
Agora pela manhã tentei novamente o site da Gol, fiz todo o processo até o pagamento, e nada. Quanto tempo de trabalho já perdi em função disto?
Se vivêssemos num mundo que um otário, como eu, imagina, os clientes mereceriam respeito e, ao acessar o site da companhia aérea, haveria uma mensagem: "prezado cliente, nosso site está enfrentando problemas técnicos neste momento e não há garantia de que sua compra será concretizada. Informaremos quando voltar ao normal". Pronto, o cliente estaria alertado e prosseguiria (perderia seu tempo) por sua conta e risco.
Mas no mundo moderno, o mundo do nunca antes, só babacas se preocupam com clientes. Como na música que fala do povo gado, clientes são tratados (e merecem) como rebanho.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Eu, o chato
Eu sou daqueles chatos, que ainda acredita que cliente tem direitos, merece ser bem tratado. Numa época em que respeito ao cliente virou apenas uma frase vazia a decorar as paredes das empresas, junto com outras afirmações vazias que as empresas ignoram, vivo me incomodando. Arrumo confusão em muitos dos lugares que freqüento. As pessoas não conseguem entender. Pensam: “como este otário ousa achar que tem algum direito aqui?”. Coisas dos tempos modernos.
Em novembro do ano passado fui ao shopping de minha preferência, peguei o trajeto de sempre dentro do estacionamento para ir ao local onde gosto de deixar o carro e ... dei de cara com um tapume. O shopping havia alterado o trânsito interno do estacionamento e, é claro, ninguém sequer pensou em colocar algo como “atenção senhores usuários, os acessos mudaram”. Para quê perder tempo com cliente?
No domingo à tarde me dirigi ao mesmo shopping, peguei o “novo” acesso (já faz um ano que mudou), contornei o shopping e ... dei de cara com um segurança apitando enlouquecidamente. Parei o carro, torcendo para que o referido segurança não abrisse fogo contra mim, tamanho era o seu desespero no apito. Ele se aproximou e perguntei o que havia de errado. “O acesso mudou, não é mais por aí, você está na contramão”. “Mudou, como?”. “Voltou a ser como era antes, agora para ir aonde você quer tem que voltar todo o caminho e contornar o shopping pelo outro lado”.
Fazer tudo isto que o segurança me disse custaria cerca de 5 minutos. Não é muito, mas, como disse, sou daqueles (poucos) chatos que acham que cliente tem direito, no mínimo o direito de ser respeitado. Mais uma vez os acessos foram alterados e nada de plaquinha: “atenção senhores clientes, os acessos mudaram”.
Pensei nos cerca de R$1.500 que eu iria deixar no shopping em função das coisas que pretendia comprar, e fui embora. O meu dinheiro eles perderam desta vez. Mas enquanto eu deixava o shopping, outros 30 ou 40 clientes chegavam, dando razão à visão moderna de que respeito ao cliente (na prática) é bobagem.
Agora, se parcela relevante dos consumidores resolvesse se fazer respeitar...as relações de consumo ficariam bem diferentes do que são.
Como consumidor (chato que sou) também uso o meu limitadíssimo poder de compra para evitar consumir coisas que estejam ligadas ao outro lado da força. Por exemplo, determinada loja de eletrodomésticos pertence a determinado empresário que é ligado a determinada candidatura? Não compro mais nada nesta loja. Determinado artista famoso acha que as práticas ilícitas de determinado governo são justificáveis? Deixo de assistir os seus filmes. Determinada sambista marrom acha que nunca antes na história deste país? Não compro mais os seus discos. Determinada editora acha que o critério para concessão do Prêmio Jabuti deve ser ideológico? Não compro mais livros desta editora.
O efeito do que comento acima é ... nenhum, pois uma andorinha não faz verão. Agora, se 44 milhões de brasileiros passassem a agir desta forma, garanto que teríamos a oportunidade de viver num país bem melhor.
Em novembro do ano passado fui ao shopping de minha preferência, peguei o trajeto de sempre dentro do estacionamento para ir ao local onde gosto de deixar o carro e ... dei de cara com um tapume. O shopping havia alterado o trânsito interno do estacionamento e, é claro, ninguém sequer pensou em colocar algo como “atenção senhores usuários, os acessos mudaram”. Para quê perder tempo com cliente?
No domingo à tarde me dirigi ao mesmo shopping, peguei o “novo” acesso (já faz um ano que mudou), contornei o shopping e ... dei de cara com um segurança apitando enlouquecidamente. Parei o carro, torcendo para que o referido segurança não abrisse fogo contra mim, tamanho era o seu desespero no apito. Ele se aproximou e perguntei o que havia de errado. “O acesso mudou, não é mais por aí, você está na contramão”. “Mudou, como?”. “Voltou a ser como era antes, agora para ir aonde você quer tem que voltar todo o caminho e contornar o shopping pelo outro lado”.
Fazer tudo isto que o segurança me disse custaria cerca de 5 minutos. Não é muito, mas, como disse, sou daqueles (poucos) chatos que acham que cliente tem direito, no mínimo o direito de ser respeitado. Mais uma vez os acessos foram alterados e nada de plaquinha: “atenção senhores clientes, os acessos mudaram”.
Pensei nos cerca de R$1.500 que eu iria deixar no shopping em função das coisas que pretendia comprar, e fui embora. O meu dinheiro eles perderam desta vez. Mas enquanto eu deixava o shopping, outros 30 ou 40 clientes chegavam, dando razão à visão moderna de que respeito ao cliente (na prática) é bobagem.
Agora, se parcela relevante dos consumidores resolvesse se fazer respeitar...as relações de consumo ficariam bem diferentes do que são.
Como consumidor (chato que sou) também uso o meu limitadíssimo poder de compra para evitar consumir coisas que estejam ligadas ao outro lado da força. Por exemplo, determinada loja de eletrodomésticos pertence a determinado empresário que é ligado a determinada candidatura? Não compro mais nada nesta loja. Determinado artista famoso acha que as práticas ilícitas de determinado governo são justificáveis? Deixo de assistir os seus filmes. Determinada sambista marrom acha que nunca antes na história deste país? Não compro mais os seus discos. Determinada editora acha que o critério para concessão do Prêmio Jabuti deve ser ideológico? Não compro mais livros desta editora.
O efeito do que comento acima é ... nenhum, pois uma andorinha não faz verão. Agora, se 44 milhões de brasileiros passassem a agir desta forma, garanto que teríamos a oportunidade de viver num país bem melhor.
Carta branca
O que o Chico Buarque, o Bono Vox, a ONU, os governos, as potências, a imprensa e a opinião pública mundial fariam com um país que mata seus próprios habitantes de fome, mantém a população como escrava, mantém sua elite política com padrão de vida de nababos, ataca militarmente vizinhos e constrói bombas atômicas para chantagear o resto do mundo?
Bom, se este país fosse comunista, como a Coréia do Norte, não fariam nada, afinal ser comunistas, assim como vestir o boné do MST, confere uma espécie de carta branca para o cometimento de crimes e barbaridades. Se é praticado em nome do comunismo, tudo é tolerado.
Agora imagine, leitor, o que aconteceria se a Coréia do Sul, capitalista, fizesse 10% do que a Coréia do Norte faz...
Bom, se este país fosse comunista, como a Coréia do Norte, não fariam nada, afinal ser comunistas, assim como vestir o boné do MST, confere uma espécie de carta branca para o cometimento de crimes e barbaridades. Se é praticado em nome do comunismo, tudo é tolerado.
Agora imagine, leitor, o que aconteceria se a Coréia do Sul, capitalista, fizesse 10% do que a Coréia do Norte faz...
Marxista na Veja
Assim como o Casseta & Planeta era um oásis na TV Brasileira, a revista Veja é uma oásis no jornalismo Brasileiro.
No entanto, mesmo o oásis têm seus comunistas. Por exemplo, na Veja desta semana há uma matéria sobre Mussolini, onde está afirmado que ele era um produto da "extrema direita".
Para começar, acho que vou morrer sem ver na imprensa brasileira a palavra "direita" desacompanhada de "extrema". Para a imprensa marxista brasileira, esquerda é esquerda e direita é sempre extrema.
Mas só na cabeça de um lacaio marxista infiltrado na Veja é possível considerar Mussolini como sendo de "extrema direita". Mussolini era um ser estatal, para quem o mundo girava em torno do estado, admirador do estado forte, centralizador, gastador, irresponsável fiscal, burocrata, etc. Com este perfil Mussolini poderia muito bem pertencer aos quadros do ... PT. E aí seria percebido como "progressista"...
Sei que deve haver na Veja um filtro contra imbecilidades marxixstas, mas as tentativas de infiltração são tantas que às vezes o filtro falha.
No entanto, mesmo o oásis têm seus comunistas. Por exemplo, na Veja desta semana há uma matéria sobre Mussolini, onde está afirmado que ele era um produto da "extrema direita".
Para começar, acho que vou morrer sem ver na imprensa brasileira a palavra "direita" desacompanhada de "extrema". Para a imprensa marxista brasileira, esquerda é esquerda e direita é sempre extrema.
Mas só na cabeça de um lacaio marxista infiltrado na Veja é possível considerar Mussolini como sendo de "extrema direita". Mussolini era um ser estatal, para quem o mundo girava em torno do estado, admirador do estado forte, centralizador, gastador, irresponsável fiscal, burocrata, etc. Com este perfil Mussolini poderia muito bem pertencer aos quadros do ... PT. E aí seria percebido como "progressista"...
Sei que deve haver na Veja um filtro contra imbecilidades marxixstas, mas as tentativas de infiltração são tantas que às vezes o filtro falha.
domingo, 28 de novembro de 2010
Nostranonimus
O último mês do ano começa nesta semana e, com ele, a temporada de previsões para 2011. Nos próximos dias já poderemos saber, pelas manchetes das revistas de celebridades, quem vai casar em 2011, quem vai se separar, quem vai ter filho, etc.
Desprovido de poderes sobrenaturais, vou aqui enunciar algumas previsões para o quadriênio 2011 - 2014:
- Inflação. Vai voltar. Pode ser que não volte em patamares pré-plano Real, mas voltará a ficar acima de 20% ao ano. Como fizeram os hermanos argentinos, as autoridades brasileiras já anunciam para 2011 a desidratação do índice oficial de inflação. Ou seja, a inflação anual da economia real será superior a 20%, mas o índice oficial a mostrará em torno de 5%. Parece que a maioria das pessoas ainda não se deu conta disso, mas o IGPM acumulado de jan a out de 2010 está em 9%.
- Poupança social. Haverá um calote parcial na dívida interna (o nosso dinheiro das aplicações financeiras). O calote virá revestido de um nome pomposo, como poupança social, e a justificativa dos governantes será a seguinte: "os especuladores já ganharam muito dinheiro com os juros altos, agora chegou a hora de dividir um pouco com o povo".
- Carga tributária - até 2014 deverá ser uns 3% maior do que é hoje em relação ao PIB. Este aumento de carga tributária será acompanhado de anúncios de que nunca na istória um governo reduziu tanto a carga tributária.
- Copa do mundo. A copa de 2014 será a mais superfaturada da história das copas. Em 2014 bilhões de reais terão sido transferidos do patrimônio público para o patrimonio privado de meia-dúzia de "amigos" do poder.
- Propriedade privada. Enquanto recursos públicos são transferidos em montantes ciclópicos para patrimônios privados, a propriedade privada seguirá sob ataque. No congresso haverá tentativas de aprovar medidas de relativização da propriedade privada. Como a maioria das pessoas vive em cidades, o primeiro alvo será a propriedade rural. É possível que tentem criar um limite para a propriedade, além do qual o excedente será desapropriado para a reforma agrária.
- Trem-bala. Após alguns bilhões de reais serem torrados, o projeto será abandonado. Os discursos, contudo, não serão menos triunfalistas.
- Liberdade de imprensa. Até 2014 estarão implantados os primeiros elementos legislativos para permitir o tal "controle social da mídia".
- Infraestrutura. Salvo algumas obras emergenciais para a copa, a infraestrutura do país continuará, em 2014, como é hoje - ruim, acanhada e mal conservada.
- Educação. Em 2014 os alunos sairão da escola sabendo apenas que ricos são maus e pobres são bons. Ah, também saberão em quem devem votar.
- Segurança pública. Em 2014 o númeor de mortes por 100 mil habitantes será maior do que é hoje. Espero não estar entre as vítimas.
- Silvio Santos. Em 2014 continuará sendo muito rico, e ninguém mais se lembrará do problema do Banco PAnamericano.
Mão Dinah acertou apenas uma de suas previsões - a morte dos Mamonas Assassinas - e virou uma espécie de oráculo nacional. Se eu acertar a metade das previsões acima deveria ser reconhecido como reencarnação de Nostradamus...
Desprovido de poderes sobrenaturais, vou aqui enunciar algumas previsões para o quadriênio 2011 - 2014:
- Inflação. Vai voltar. Pode ser que não volte em patamares pré-plano Real, mas voltará a ficar acima de 20% ao ano. Como fizeram os hermanos argentinos, as autoridades brasileiras já anunciam para 2011 a desidratação do índice oficial de inflação. Ou seja, a inflação anual da economia real será superior a 20%, mas o índice oficial a mostrará em torno de 5%. Parece que a maioria das pessoas ainda não se deu conta disso, mas o IGPM acumulado de jan a out de 2010 está em 9%.
- Poupança social. Haverá um calote parcial na dívida interna (o nosso dinheiro das aplicações financeiras). O calote virá revestido de um nome pomposo, como poupança social, e a justificativa dos governantes será a seguinte: "os especuladores já ganharam muito dinheiro com os juros altos, agora chegou a hora de dividir um pouco com o povo".
- Carga tributária - até 2014 deverá ser uns 3% maior do que é hoje em relação ao PIB. Este aumento de carga tributária será acompanhado de anúncios de que nunca na istória um governo reduziu tanto a carga tributária.
- Copa do mundo. A copa de 2014 será a mais superfaturada da história das copas. Em 2014 bilhões de reais terão sido transferidos do patrimônio público para o patrimonio privado de meia-dúzia de "amigos" do poder.
- Propriedade privada. Enquanto recursos públicos são transferidos em montantes ciclópicos para patrimônios privados, a propriedade privada seguirá sob ataque. No congresso haverá tentativas de aprovar medidas de relativização da propriedade privada. Como a maioria das pessoas vive em cidades, o primeiro alvo será a propriedade rural. É possível que tentem criar um limite para a propriedade, além do qual o excedente será desapropriado para a reforma agrária.
- Trem-bala. Após alguns bilhões de reais serem torrados, o projeto será abandonado. Os discursos, contudo, não serão menos triunfalistas.
- Liberdade de imprensa. Até 2014 estarão implantados os primeiros elementos legislativos para permitir o tal "controle social da mídia".
- Infraestrutura. Salvo algumas obras emergenciais para a copa, a infraestrutura do país continuará, em 2014, como é hoje - ruim, acanhada e mal conservada.
- Educação. Em 2014 os alunos sairão da escola sabendo apenas que ricos são maus e pobres são bons. Ah, também saberão em quem devem votar.
- Segurança pública. Em 2014 o númeor de mortes por 100 mil habitantes será maior do que é hoje. Espero não estar entre as vítimas.
- Silvio Santos. Em 2014 continuará sendo muito rico, e ninguém mais se lembrará do problema do Banco PAnamericano.
Mão Dinah acertou apenas uma de suas previsões - a morte dos Mamonas Assassinas - e virou uma espécie de oráculo nacional. Se eu acertar a metade das previsões acima deveria ser reconhecido como reencarnação de Nostradamus...
sábado, 27 de novembro de 2010
Em 2013 não vai ter
Em 1993 o Casseta & Planeta levou ao ar um quadro onde as ruas do Rio eram praça de guerra, os transeuntes pulavam de trincheira em trincheira enquanto outros faziam fogo de cobertura. Em 2003 eles reapresentaram a mesma matéria. Ao final, deixaram uma promessa - voltaremos a apresentar esta matéria em 2013, pois temos certeza que até lá nada mudará na segurança do Rio.
Os fatos recentes têm demonstrado que eles estavam certos. Mas não poderão cumprir a sua promessa, pois resolveram acabar com o programa ao final de 2010.
Durante 8 anos o programa Casseta & Planeta Urgente foi o único lugar da TV Brasileira onde pudemos ver crítica em relação ao governo federal. Creio que nos últimos tempos a patrulha ideológica vinha atingindo resultados, pois a crítica do programa já estava mais "suave".
Mas, enfim, o encerramento do programa significa a morte da crítica política na televisão brasileira. A partir de agora, todos os programas sintonizados estarão na mesma linha, a linha do nunca antes.
Fica aqui o meu agradecimento ao pessoal do Casseta pelas centenas de agradáveis noites de terça-feira que me proporcionaram.
Os fatos recentes têm demonstrado que eles estavam certos. Mas não poderão cumprir a sua promessa, pois resolveram acabar com o programa ao final de 2010.
Durante 8 anos o programa Casseta & Planeta Urgente foi o único lugar da TV Brasileira onde pudemos ver crítica em relação ao governo federal. Creio que nos últimos tempos a patrulha ideológica vinha atingindo resultados, pois a crítica do programa já estava mais "suave".
Mas, enfim, o encerramento do programa significa a morte da crítica política na televisão brasileira. A partir de agora, todos os programas sintonizados estarão na mesma linha, a linha do nunca antes.
Fica aqui o meu agradecimento ao pessoal do Casseta pelas centenas de agradáveis noites de terça-feira que me proporcionaram.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Mais um tiro no pé
Nova legislação determina que as empresas deverão oferecer serviço odontológico aos empregados. É mais um tiro no pé do emprego no Brasil, pois na hora de consumir o consumidor compra o produto chinês, que é mais barato, e não tráz embutido no seu preço todas as "garantias" da legislação trabalhista brasileira.
Não há no mundo aliados tão fortes do produto made in china quanto sindicalistas e legisladores brasileiros. Estes sim, trabalham a serviço da china.
Não há no mundo aliados tão fortes do produto made in china quanto sindicalistas e legisladores brasileiros. Estes sim, trabalham a serviço da china.
Trem bala
Ao invés de enterrar dezenas de bilhões de reais de dinheiro público neste projeto pré-condenado ao fracasso não seria mais últil o governo distribuir coletes à prova de bala para a população? Poderia ser o "Bolsa Colete" ou "Meu Colete Minha Vida".
Estádios
Agora pela manhã o representante do governo que palestrava no evento em que participo falava sobre estádios verdes (ecologicamente corretos...) para a copa e olimpíada.
Considerando o que estamos vendo no Rio a minha pergunta (que não deixaram fazer) é a seguinte: não é mais importante que os estádios sejam à prova de bala?
Considerando o que estamos vendo no Rio a minha pergunta (que não deixaram fazer) é a seguinte: não é mais importante que os estádios sejam à prova de bala?
Emburrecimento programado
Estou num evento para empresários e neste momento uma alta autoridade do governo federal faz uma apresentação em powerpoint. São tantos os sucessos apresentados que ele deve estar falando de outro país. Só não deixou isto claro.
Mas falemos de uma país imaginário. Imaginemos que neste país o governo desejasse implantar um regime autoritário. Um dos pilares desse processo seria o emburrecimento da população, e uma forma de atingir este objetivo seria destruir o sistema educacional, que já não era bom. Para garantir o sucesso nada meelhor do que nomear como ministro da educação a pessoa mais incapaz para o cargo, e premiar sua incompetência com a sua confirmação no cargo.
Qualquer semelhança do comentário acima com algum país real é mera coincidência.
Mas falemos de uma país imaginário. Imaginemos que neste país o governo desejasse implantar um regime autoritário. Um dos pilares desse processo seria o emburrecimento da população, e uma forma de atingir este objetivo seria destruir o sistema educacional, que já não era bom. Para garantir o sucesso nada meelhor do que nomear como ministro da educação a pessoa mais incapaz para o cargo, e premiar sua incompetência com a sua confirmação no cargo.
Qualquer semelhança do comentário acima com algum país real é mera coincidência.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Jihad
O jornal O Globo está em guerra contra os blogueiros anônimos.
Eu nunca consigo esquecer da cena onde Roberto Jefferson narrava sua conversa com José Dirceu sobre o jornal O Globo. Dirceu teria dito: "esse eu controlo".
Mas voltando à questão dos blogueiros anônimos - historicamente as mídias tradicionais (TV, rádio e impressa) exerceram o monopólio da informação. Se as fontes de informação estão em poucas mãos, a "mercadoria" possui preço alto. A "notícia" pode sair ao gosto do freguês, mas vai cutar caro.
Os petralhas dizem mais ou menos a mesma coisa da mídia (ingratos). Ao contrário dêles, não quero que as empresas sejam exterminadas. Ela que sigam o caminho que escolheram, o da irrelevância.
Mas eis que surgem os blogueiros e o monopólio da informação começa a ser quebrado. Cada vez mais o que a mídia tradicional diz tende a se tornar irrelevante. As pessoas que desejam ser efetivamente informadas, recorrem a internet e, muitas delas, aos blogs.
A mídia tradicional está vendo a galinha dos ovos de ouro morrer. E não vai aceitar isto pacificamente. Afinal, pretendem continuar sua missão de imbecilização coletiva.
Os blogueiros anônimos são apenas o primeiro alvo nesta guerra. São mais "atacáveis" por serem anônimos. "Somos contra o anonimato" dizem os falsos moralistas.
Ora, por que somos anônimos?
Somos anônimos porque determinado partido, com o apoio da mídia tradicional, enfraqueceu os pilares da nossa democracia. Atualmente, aqueles que criticam governantes na democracia de faz de conta correm o risco de receber a visita das isntituições do estado. O anonimato é uma tentativa de se proteger.
Não sou profeta mas creio que o avanço da internet é irreversível, assim como irreversível é o declínio na mídia tradicional. O futuro dirá.
Eu nunca consigo esquecer da cena onde Roberto Jefferson narrava sua conversa com José Dirceu sobre o jornal O Globo. Dirceu teria dito: "esse eu controlo".
Mas voltando à questão dos blogueiros anônimos - historicamente as mídias tradicionais (TV, rádio e impressa) exerceram o monopólio da informação. Se as fontes de informação estão em poucas mãos, a "mercadoria" possui preço alto. A "notícia" pode sair ao gosto do freguês, mas vai cutar caro.
Os petralhas dizem mais ou menos a mesma coisa da mídia (ingratos). Ao contrário dêles, não quero que as empresas sejam exterminadas. Ela que sigam o caminho que escolheram, o da irrelevância.
Mas eis que surgem os blogueiros e o monopólio da informação começa a ser quebrado. Cada vez mais o que a mídia tradicional diz tende a se tornar irrelevante. As pessoas que desejam ser efetivamente informadas, recorrem a internet e, muitas delas, aos blogs.
A mídia tradicional está vendo a galinha dos ovos de ouro morrer. E não vai aceitar isto pacificamente. Afinal, pretendem continuar sua missão de imbecilização coletiva.
Os blogueiros anônimos são apenas o primeiro alvo nesta guerra. São mais "atacáveis" por serem anônimos. "Somos contra o anonimato" dizem os falsos moralistas.
Ora, por que somos anônimos?
Somos anônimos porque determinado partido, com o apoio da mídia tradicional, enfraqueceu os pilares da nossa democracia. Atualmente, aqueles que criticam governantes na democracia de faz de conta correm o risco de receber a visita das isntituições do estado. O anonimato é uma tentativa de se proteger.
Não sou profeta mas creio que o avanço da internet é irreversível, assim como irreversível é o declínio na mídia tradicional. O futuro dirá.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Mais uma briga
Já comprei diversas brigas aqui no blog: com bancários em greve, com os pró-cotas, com os guardas civis municipais, etc.
Agora vou brigar com os jornalistas.
Abaixo está publicado um post de hoje do jornalista Reinaldo Azevedo. Ler um texto como este é um alento, uma prova de que a inteligência no jornalismo ainda não morreu. Mas quantos jornalistas como o Reinaldo Azevedo existem?
Creio que poucos, muito poucos.
A maioria dos jornalistas se limitam a "segundo fulano" ou "segundo pesquisa".
Como bem observou um comentarista da internet, os ditos jornalistas usurparam a profissão das estenógrafas.
Agora vou brigar com os jornalistas.
Abaixo está publicado um post de hoje do jornalista Reinaldo Azevedo. Ler um texto como este é um alento, uma prova de que a inteligência no jornalismo ainda não morreu. Mas quantos jornalistas como o Reinaldo Azevedo existem?
Creio que poucos, muito poucos.
A maioria dos jornalistas se limitam a "segundo fulano" ou "segundo pesquisa".
Como bem observou um comentarista da internet, os ditos jornalistas usurparam a profissão das estenógrafas.
Parem o mundo que eu quero descer
O presidente da FIESP é filiado ao Partido Socialista Brasileiro.
As maiores fortunas do Rio e de São Paulo foram entusiastas da candidatura de esquerda.
Os milionários de Hollywood produzem filmes para exaltar Che Guevara e Chavez.
Ontem almocei num restaurante que disponibiliza revistas para os clientes lerem enquanto aguardam a refeição. Era uma dessas revistas de celebridades. Na capa estava Benício del Toro, astro milionário de Hollywood que viveu Che Guevara no cinema. A manchete era +/- assim: "Del Toro visita o Brasil para conhecer a história do MST, se reúne com Lula e celebra com a nata da sociedade paulistana".
Parem o mundo que eu quero descer.
As maiores fortunas do Rio e de São Paulo foram entusiastas da candidatura de esquerda.
Os milionários de Hollywood produzem filmes para exaltar Che Guevara e Chavez.
Ontem almocei num restaurante que disponibiliza revistas para os clientes lerem enquanto aguardam a refeição. Era uma dessas revistas de celebridades. Na capa estava Benício del Toro, astro milionário de Hollywood que viveu Che Guevara no cinema. A manchete era +/- assim: "Del Toro visita o Brasil para conhecer a história do MST, se reúne com Lula e celebra com a nata da sociedade paulistana".
Parem o mundo que eu quero descer.
Do Reinaldo Azevedo
24/11/2010
às 7:15
Patrulha inútil! Não vou parar!
"Quando certo blogueiro lulista recomendou aos coleguinhas que fizessem reportagens para encontrar os 3% que achavam o governo ruim ou péssimo, entendi que ele sintetizava o espírito de um tempo: se havia pessoas descontentes com o governo, isso seria tão absurdo que urgia saber quem eram e quais os seus motivos. Se não podiam lhes abrir a cabeça para fatiar o cérebro e saber onde se alojava o antilulismo, que ao menos fossem social e politicamente dissecadas. Foi então que sugeri que o lulo-petismo, identificadas tais pessoas, as obrigasse a andar com um uniforme listrado e um triângulo roxo, típico dos que não aderem ao regime por objeção de consciência.
Comecei a militar num grupo trotskista ainda no governo Geisel, tinha de 14 para 15 anos. Depois veio a ditadura meio esculhambada de Figueiredo, abertura, Sarney etc. No fim do regime militar, a barra ainda pesava, e se sentia muito medo. A democracia trouxe a sensação, que correspondia à realidade, de liberdade. E eu fiquei viciado nesse negócio. A suposição, nos limites da Constituição, de que alguém tente me impedir de dizer o que acho que tem de ser dito, desperta o capeta em mim. Nunca, do governo Sarney para cá, houve um clima de caça às bruxas como o que se vive agora. Com uma diferença: se, durante o regime militar, as ameaças à liberdade vinham de órgãos do estado, agora, os tiranetes de quarteirão, espalhados em todo canto, inclusive nas redações, ousam criar uma espécie de index do que pode e do que não se pode escrever. Os “tolerantes” chegaram ao poder e descobriram que esse negócio de democracia é bacana desde que as pessoas digam as coisas certas.
Os argumentos perdem sentido, tornam-se inúteis. Desde que se tenha uma “boa causa”, considerada correta, que se danem os números, a lógica e os fatos. A matemática pode ser declarada um instrumento da reação caso ela se negue a endossar a reivindicação militante. E aqueles que ousam dissentir tornam-se alvos da satanização. Se o movimento a favor do aborto, por exemplo, usa estatísticas vigaristas para defender a sua causa, ai de você se demonstrar, como fiz, que os números são fajutos porque desmoralizados até pela taxa de natalidade do país. Em vez de voltarem à prancheta para verificar se sua causa se sustenta com dados verdadeiros — ou, então, que defendam a sua tese dispensando os números —, passam a ofendê-lo como o “reacionário” do Opus Dei (ao qual não pertenço e, se pertencesse, diria porque não haveria nada de errado nisso), interessado, como dizem, em “impor a sua pauta católica”. Não quero impor nada. Mas me pergunto por que eu, católico, não posso defender o meu peixe se eles, os não-católicos, podem vender seu. “Porque o estado é leigo”, logo responde o esquerdistazinho excitado, achando que me pegou. Leigo, mas não ateu. E, enquanto as religiões não forem proscritas, os cristãos hão de se manifestar em igualdade de condições com ateus e agnósticos.
Anteontem, escrevi aqui um texto contra a tal PL 122, que chamei de “AI-5 gay”. Deixei claro, inclusive, o que penso sobre união civil de homossexuais e adoção de crianças — ambas, acho, aceitáveis, guardadas certas condições. O que as pessoas fazem na cama não me interessa. Mas não é possível condescender com uma lei que viola a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, incorporando, com demonstrei, a linguagem militante e mandando às favas o estado de direito sob o pretexto de proteger os gays. Pra quê!? Foi um deus-nos-acuda! Houve quem achasse por bem, em nome das liberdades democráticas, pedir a minha cabeça para a VEJA. Afinal, vocês sabem, essa gente não pode conviver com um sujeito como eu, que não respeita a liberdade alheia…
Como as minhas ousadias e provocações não têm limites, ousei dizer que o papa não mudou de opinião em relação à camisinha e que tratou do assunto como o mal menor, expressão, diga-se — dêem aqui o mérito para este servo de vocês, hehe — , que o porta-voz do Vaticano empregou nesta terça-feira. Chamei a atenção para aquela que é posição da Igreja nessa questão: o método mais eficaz contra a transmissão do vírus pela via sexual é a responsabilidade individual. Uma integrante do programa da ONU de combate à Aids na África, não consegui saber a nacionalidade, afirmou: ”Vai ajudar bastante, mas poderia ter prevenido muitas infecções se fossem divulgadas antes”. Ela está mentindo. Quem deixou de usar camisinha seguindo, supostamente, orientação da Igreja, que nunca disse para não usar, deveria ter sido obediente à real orientação da Santa Madre: abstinência e fidelidade. E, de novo, lá veio a avalanche! Até parece que as pessoas contraem Aids fazendo o que o papa recomenda! Não contraem! Fosse sua orientação moral um método, seria 100% seguro — um índice certamente superior ao da camisinha… Mas isso não pode ser dito.
Em meu supremo atrevimento, tenho ousado contestar o “milagre” da segurança pública de Sérgio Cabral, aquele que supostamente vai tomando territórios ocupados pelo narcotráfico sem dar um tiro e sem prender bandidos. Método inédito no Brasil e no mundo. Como sabem, não esperei a onda de violência para afirmar que estávamos diante de uma “mistificação”, e o blog logo se encheu de “especialistas” furiosos sustentando que um reaça como eu gosta de ver cadeias lotadas; que não percebo a ineficácia das prisões; que o Brasil prende demais ou sei lá o quê. Ignoro o que quer dizer “muito” nesse caso. Sei que São Paulo, com 22% da população, tem quase 40% dos presos, e o índice de homicídios no estado, mesmo tendo algumas das maiores cidades do país (inclusive a maior), é de 9 por 100 mil habitantes, número considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde. O do Rio, que prende muito menos, é o quádruplo. Uma coisa é pacificar o narcotráfico, outra é combatê-lo. Já escrevi bastante a respeito e não vou me repetir. O que nunca ficou muito claro para mim é por que não prender é mais justo e humano do que prender. Para quem? É claro que eu acho que os bandidos também têm direitos — eles só não têm direito de ser bandidos. Por isso têm de ser afastados do convício social. Essa tese é assim tão esquisita? E para encerrar essa passagem: “São Paulo tem menos homicídios por outros motivos”, dirá alguém. Pode ser. Primeiro o Rio (e também a Bahia, Pernambuco…) põe os seus bandidos na cadeia. Aí a gente vê.
O que me impressiona em todos esses casos é que a turma da gritaria não se ocupa minimamente em contestar argumentos, dados, informações, nada! Tenta-se resolver a coisa pelo caminho da estupefação: “Como você pode dizer isso?” Ou ainda: “Olhem só o que ele disse! Que absurdo!” Ora, se não posso “dizer isso” porque falso, então digam a verdade; se a tese é absurda, então mostrem o que não é. Xingar, vituperar, espernear, fazer correntes na internet, tudo isso é inútil. Esse tipo de adversidade até me anima a encontrar novos consensos furados.
E, finalmente, há o lado jocoso nessa história, embora emblemático: contestar Chico Buarque é proibido, ainda que ninguém se atreva a escrever um texto de alcance acadêmico, técnico que fosse, demonstrando por que estamos diante de um autor de ficção como há muito o Brasil não vê: autor de quatro romances, ganhou três Jabutis. Só um “conservador” como eu para contestar. “Eles” não contam para ninguém por que o sambista é um grande romancista, mas eu deveria ser impedido de dizer por que não é.
Um recado aos que gostam e aos que não gostam do que lêem aqui: não vou parar! Sempre que esses consensos fajutos botarem jabutis em árvores ou na mão do Chico Buarque, eu vou estranhar: “Jabuti não sobe em árvores! Chico não escreve romances!” E percorrerei com muito gosto a trilha da divergência. Ademais, as urnas deixaram claro: a divergência reúne bem mais do que 3%, não é mesmo?"
Por Reinaldo Azevedo
às 7:15
Patrulha inútil! Não vou parar!
"Quando certo blogueiro lulista recomendou aos coleguinhas que fizessem reportagens para encontrar os 3% que achavam o governo ruim ou péssimo, entendi que ele sintetizava o espírito de um tempo: se havia pessoas descontentes com o governo, isso seria tão absurdo que urgia saber quem eram e quais os seus motivos. Se não podiam lhes abrir a cabeça para fatiar o cérebro e saber onde se alojava o antilulismo, que ao menos fossem social e politicamente dissecadas. Foi então que sugeri que o lulo-petismo, identificadas tais pessoas, as obrigasse a andar com um uniforme listrado e um triângulo roxo, típico dos que não aderem ao regime por objeção de consciência.
Comecei a militar num grupo trotskista ainda no governo Geisel, tinha de 14 para 15 anos. Depois veio a ditadura meio esculhambada de Figueiredo, abertura, Sarney etc. No fim do regime militar, a barra ainda pesava, e se sentia muito medo. A democracia trouxe a sensação, que correspondia à realidade, de liberdade. E eu fiquei viciado nesse negócio. A suposição, nos limites da Constituição, de que alguém tente me impedir de dizer o que acho que tem de ser dito, desperta o capeta em mim. Nunca, do governo Sarney para cá, houve um clima de caça às bruxas como o que se vive agora. Com uma diferença: se, durante o regime militar, as ameaças à liberdade vinham de órgãos do estado, agora, os tiranetes de quarteirão, espalhados em todo canto, inclusive nas redações, ousam criar uma espécie de index do que pode e do que não se pode escrever. Os “tolerantes” chegaram ao poder e descobriram que esse negócio de democracia é bacana desde que as pessoas digam as coisas certas.
Os argumentos perdem sentido, tornam-se inúteis. Desde que se tenha uma “boa causa”, considerada correta, que se danem os números, a lógica e os fatos. A matemática pode ser declarada um instrumento da reação caso ela se negue a endossar a reivindicação militante. E aqueles que ousam dissentir tornam-se alvos da satanização. Se o movimento a favor do aborto, por exemplo, usa estatísticas vigaristas para defender a sua causa, ai de você se demonstrar, como fiz, que os números são fajutos porque desmoralizados até pela taxa de natalidade do país. Em vez de voltarem à prancheta para verificar se sua causa se sustenta com dados verdadeiros — ou, então, que defendam a sua tese dispensando os números —, passam a ofendê-lo como o “reacionário” do Opus Dei (ao qual não pertenço e, se pertencesse, diria porque não haveria nada de errado nisso), interessado, como dizem, em “impor a sua pauta católica”. Não quero impor nada. Mas me pergunto por que eu, católico, não posso defender o meu peixe se eles, os não-católicos, podem vender seu. “Porque o estado é leigo”, logo responde o esquerdistazinho excitado, achando que me pegou. Leigo, mas não ateu. E, enquanto as religiões não forem proscritas, os cristãos hão de se manifestar em igualdade de condições com ateus e agnósticos.
Anteontem, escrevi aqui um texto contra a tal PL 122, que chamei de “AI-5 gay”. Deixei claro, inclusive, o que penso sobre união civil de homossexuais e adoção de crianças — ambas, acho, aceitáveis, guardadas certas condições. O que as pessoas fazem na cama não me interessa. Mas não é possível condescender com uma lei que viola a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, incorporando, com demonstrei, a linguagem militante e mandando às favas o estado de direito sob o pretexto de proteger os gays. Pra quê!? Foi um deus-nos-acuda! Houve quem achasse por bem, em nome das liberdades democráticas, pedir a minha cabeça para a VEJA. Afinal, vocês sabem, essa gente não pode conviver com um sujeito como eu, que não respeita a liberdade alheia…
Como as minhas ousadias e provocações não têm limites, ousei dizer que o papa não mudou de opinião em relação à camisinha e que tratou do assunto como o mal menor, expressão, diga-se — dêem aqui o mérito para este servo de vocês, hehe — , que o porta-voz do Vaticano empregou nesta terça-feira. Chamei a atenção para aquela que é posição da Igreja nessa questão: o método mais eficaz contra a transmissão do vírus pela via sexual é a responsabilidade individual. Uma integrante do programa da ONU de combate à Aids na África, não consegui saber a nacionalidade, afirmou: ”Vai ajudar bastante, mas poderia ter prevenido muitas infecções se fossem divulgadas antes”. Ela está mentindo. Quem deixou de usar camisinha seguindo, supostamente, orientação da Igreja, que nunca disse para não usar, deveria ter sido obediente à real orientação da Santa Madre: abstinência e fidelidade. E, de novo, lá veio a avalanche! Até parece que as pessoas contraem Aids fazendo o que o papa recomenda! Não contraem! Fosse sua orientação moral um método, seria 100% seguro — um índice certamente superior ao da camisinha… Mas isso não pode ser dito.
Em meu supremo atrevimento, tenho ousado contestar o “milagre” da segurança pública de Sérgio Cabral, aquele que supostamente vai tomando territórios ocupados pelo narcotráfico sem dar um tiro e sem prender bandidos. Método inédito no Brasil e no mundo. Como sabem, não esperei a onda de violência para afirmar que estávamos diante de uma “mistificação”, e o blog logo se encheu de “especialistas” furiosos sustentando que um reaça como eu gosta de ver cadeias lotadas; que não percebo a ineficácia das prisões; que o Brasil prende demais ou sei lá o quê. Ignoro o que quer dizer “muito” nesse caso. Sei que São Paulo, com 22% da população, tem quase 40% dos presos, e o índice de homicídios no estado, mesmo tendo algumas das maiores cidades do país (inclusive a maior), é de 9 por 100 mil habitantes, número considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde. O do Rio, que prende muito menos, é o quádruplo. Uma coisa é pacificar o narcotráfico, outra é combatê-lo. Já escrevi bastante a respeito e não vou me repetir. O que nunca ficou muito claro para mim é por que não prender é mais justo e humano do que prender. Para quem? É claro que eu acho que os bandidos também têm direitos — eles só não têm direito de ser bandidos. Por isso têm de ser afastados do convício social. Essa tese é assim tão esquisita? E para encerrar essa passagem: “São Paulo tem menos homicídios por outros motivos”, dirá alguém. Pode ser. Primeiro o Rio (e também a Bahia, Pernambuco…) põe os seus bandidos na cadeia. Aí a gente vê.
O que me impressiona em todos esses casos é que a turma da gritaria não se ocupa minimamente em contestar argumentos, dados, informações, nada! Tenta-se resolver a coisa pelo caminho da estupefação: “Como você pode dizer isso?” Ou ainda: “Olhem só o que ele disse! Que absurdo!” Ora, se não posso “dizer isso” porque falso, então digam a verdade; se a tese é absurda, então mostrem o que não é. Xingar, vituperar, espernear, fazer correntes na internet, tudo isso é inútil. Esse tipo de adversidade até me anima a encontrar novos consensos furados.
E, finalmente, há o lado jocoso nessa história, embora emblemático: contestar Chico Buarque é proibido, ainda que ninguém se atreva a escrever um texto de alcance acadêmico, técnico que fosse, demonstrando por que estamos diante de um autor de ficção como há muito o Brasil não vê: autor de quatro romances, ganhou três Jabutis. Só um “conservador” como eu para contestar. “Eles” não contam para ninguém por que o sambista é um grande romancista, mas eu deveria ser impedido de dizer por que não é.
Um recado aos que gostam e aos que não gostam do que lêem aqui: não vou parar! Sempre que esses consensos fajutos botarem jabutis em árvores ou na mão do Chico Buarque, eu vou estranhar: “Jabuti não sobe em árvores! Chico não escreve romances!” E percorrerei com muito gosto a trilha da divergência. Ademais, as urnas deixaram claro: a divergência reúne bem mais do que 3%, não é mesmo?"
Por Reinaldo Azevedo
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Serenidade
Num determinado país, onde tudo é possível, e o absurdo passa como normal, leio a seguinte manchete: "irritada, presidente eleita não irá manter presidente do BC no cargo".
Bom, quem age por impulso, em função da irritação, sou eu, que não sou presidente de nada.
Daqueles que são eleitos para presidir países espera-se, no mínimo, serenidade.
Bom, quem age por impulso, em função da irritação, sou eu, que não sou presidente de nada.
Daqueles que são eleitos para presidir países espera-se, no mínimo, serenidade.
Judas
José Serra, candidato a prefeito de São Paulo em 2004, escolheu para ser seu vice um joão ninguém chamado Kassab. Em 2006 Serra deixou a prefeitura para ser governador e o joão ninguém acabou sendo prefeito. Em 2008, mesmo após dois anos à frente da prefeitura, a população de São Paulo ainda não sabia quem era o joão ninguém. Mas, mesmo sendo um desconhecido, e mesmo com o PT dizendo os diabos dele, fazendo insinuações até sobre sua sexualidade, ele acabou eleito, em função do apoio do Serra.
Agora esta verdadeira versão contemporânea de Judas acaba de anunciar - até o final do ano deixará o seu partido e migrará para a base de apoio do PT, com um objetivo declarado - tirar o PSDB do governo de São Paulo em 2014.
Se Kassab era um joão ninguém desconhecido, agora não poderá mais contar com isto. O povo de São Paulo, que não é burro, e prova isto eleição após eleição, saberá daqui para frente quem é kassab - é um traidor.
Com muita sorte um dia ele conseguirá ser eleito vereador.
Agora esta verdadeira versão contemporânea de Judas acaba de anunciar - até o final do ano deixará o seu partido e migrará para a base de apoio do PT, com um objetivo declarado - tirar o PSDB do governo de São Paulo em 2014.
Se Kassab era um joão ninguém desconhecido, agora não poderá mais contar com isto. O povo de São Paulo, que não é burro, e prova isto eleição após eleição, saberá daqui para frente quem é kassab - é um traidor.
Com muita sorte um dia ele conseguirá ser eleito vereador.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Patrulha
Não paro de me surpreender com o tamanho da patrulha. Que blogs como o do Reinaldo Azevedo ou o Coturno Noturno sejam patrulhados, não me surpreende, afinal, são formadores de opinião acessados por milhões de pessoas.
Mas o meu? O meu blog não é nada na ordem do dia.
Algum tempo atrás publiquei um texto do Demétrio Magnoli contra o regime de cotas. Pronto, no dia seguinte já tinha comentário de uma ONG de brasileiros, que fica na Alemanhã, ligada ao movimento negro, enfim, uma confusão. Mas o fato é que em menos de 24 horas eles detectaram a minha publicação e já mandaram um comentário crítico. Fico imaginando o tamanho da estrutura que eles precisam ter para monitarar tudo o que é publicado na internet, até em blogs insignificantes, como o meu.
No domingo escrevi um post (abaixo) em que falo sobre pichadores e acabo também criticando a postura dos tais guardas civis municipais que, na minha opinião, são uns inúteis que só servem para sangrar o já combalido orçamento público. Pois bem, acaba de chegar um comentário de um guarda civil municipal me metendo o pau (não liberei a publicação). Como é que descobriram este post aqui em menos de 24 horas? Os GCMs mantêm uma espécie de central nacional de monitoramento da internet para fins de patrulhamento?
O comentário começa com aquela lenga lenga de salário de fome (se é de fome, por que não vai procurar outra profissão?) e fecha com chave de ouro, +/- assim: "E quando você precisar haverá um GCM por perta para te proteger, mesmo que você não mereça".
Bom, há menos de 60 dias atrás 3 bandidos puseram o revólver na minha cara, na cara da minha avó e da minha esposa, nos sequestraram, roubaram o carro, documentos, dinheiro, celular e ... não havia nenhum GCM por perto para me proteger.
Agora, na cabeça desses sujeitos, só "merecem" proteção aqueles que acham que eles realmente ganham pouco. Me parece que a máfia pensa da mesma forma, só "merecem" proteção os que pagam por ela. Faça-me o favor, a sorte dessa cambada é que os cargos executivos são ocupados por políticos inúteis, absolutamente incapazes de aplicar conceitos rudimentares de administração. Se assim não fosse, estariam todos no olho da rua, condenados a achar uma ocupação útil para viverem.
Mas o meu? O meu blog não é nada na ordem do dia.
Algum tempo atrás publiquei um texto do Demétrio Magnoli contra o regime de cotas. Pronto, no dia seguinte já tinha comentário de uma ONG de brasileiros, que fica na Alemanhã, ligada ao movimento negro, enfim, uma confusão. Mas o fato é que em menos de 24 horas eles detectaram a minha publicação e já mandaram um comentário crítico. Fico imaginando o tamanho da estrutura que eles precisam ter para monitarar tudo o que é publicado na internet, até em blogs insignificantes, como o meu.
No domingo escrevi um post (abaixo) em que falo sobre pichadores e acabo também criticando a postura dos tais guardas civis municipais que, na minha opinião, são uns inúteis que só servem para sangrar o já combalido orçamento público. Pois bem, acaba de chegar um comentário de um guarda civil municipal me metendo o pau (não liberei a publicação). Como é que descobriram este post aqui em menos de 24 horas? Os GCMs mantêm uma espécie de central nacional de monitoramento da internet para fins de patrulhamento?
O comentário começa com aquela lenga lenga de salário de fome (se é de fome, por que não vai procurar outra profissão?) e fecha com chave de ouro, +/- assim: "E quando você precisar haverá um GCM por perta para te proteger, mesmo que você não mereça".
Bom, há menos de 60 dias atrás 3 bandidos puseram o revólver na minha cara, na cara da minha avó e da minha esposa, nos sequestraram, roubaram o carro, documentos, dinheiro, celular e ... não havia nenhum GCM por perto para me proteger.
Agora, na cabeça desses sujeitos, só "merecem" proteção aqueles que acham que eles realmente ganham pouco. Me parece que a máfia pensa da mesma forma, só "merecem" proteção os que pagam por ela. Faça-me o favor, a sorte dessa cambada é que os cargos executivos são ocupados por políticos inúteis, absolutamente incapazes de aplicar conceitos rudimentares de administração. Se assim não fosse, estariam todos no olho da rua, condenados a achar uma ocupação útil para viverem.
Qual o tamanho da oposição?
Para mim a resposta a esta questão ficou bem clara na última eleição - o tamanho da oposição é de 45% da população brasileira. Se somássemos os que não votaram por desânimo em relação à política nacional, e os que só votaram na situação porque foram vítimas do massacre psicológico oficial, a oposição seria bem mais que a metade da população.
Só os partidos de oposição não sonseguem entender esta conta.
Alguns, talvez até bem intencionados, acham que a oposição é só 20%, pois este é e percentual de PSDB, DEM e PPS dentro do novo congresso nacional. O que explicaria a diferença entre 20% e 45%?
Tenho duas possíveis explicações:
a) O eleitor não é politizado. Vota em candidatos do PMDB, do PP (ex arena), do PTB, do PR, etc. sem sequer imaginar que, na verdade, está votando no PT;
b) Os candidatos dos partidos de oposição fizeram questão de esconder em suas campanhas que eram de ... oposição.
Só os partidos de oposição não sonseguem entender esta conta.
Alguns, talvez até bem intencionados, acham que a oposição é só 20%, pois este é e percentual de PSDB, DEM e PPS dentro do novo congresso nacional. O que explicaria a diferença entre 20% e 45%?
Tenho duas possíveis explicações:
a) O eleitor não é politizado. Vota em candidatos do PMDB, do PP (ex arena), do PTB, do PR, etc. sem sequer imaginar que, na verdade, está votando no PT;
b) Os candidatos dos partidos de oposição fizeram questão de esconder em suas campanhas que eram de ... oposição.
Mentirosos perigosos
Narro aqui a história de um drama familiar.
Meu avô materno nasceu no interior, de família humilde, teoricamente sem muita perspectiva de crescimento profissional. Mas ele nunca se conformou com isto. Sempre se esforçou, trabalhou desde cedo, exerceu várias atividades distintas e, tão logo quanto pôde, se mudou para Porto Alegre para estudar.
Acabou se formando em economia, administração de empresas e ciências contábeis. 3 cursos superiores. Através de concurso entrou para os quadros do tribunal de contas do RS e, uma vez lá dentro, galgou todos os cargos possíveis dentro da carreira.
No final da década de 1970 meu avô era não só um alto funcionátio do TCE mas, também, professor de economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da PUC RS. Sua vida transcorria em céu de brigadeiro.
Aí ele começou a mentir, e foi mentindo cada vez mais. Primeiro mentiu que tinha mestrado e doutorado, coisa que nunca teve. Hoje este tipo de mentira até daria moral para ele junto a um certo partido político. Aí foi mentindo cada vez mais sobre os seus feitos imaginários, e chegou ao ponto em que mentia que era um rico fazendeiro do pantanal matogrossense e contava os detalhes sobre a sua fazenda.
Até aí ele era apenas um chato, que ninguém mais suportava, e as mentiras lhe custaram o cargo de professor da UFRS e da PUC.
O problema maior surgiu quando ele começou a acreditar nas próprias mentiras. Aí sim a situação se tornou especialmente danosa. Se ele era um grande fazendeiro, precisava de equipamentos agrícolas e gado para sua propriedade. E começou a comprar (financiado) o que havia de melhor no mercado. Os melhores e mais modernos equipamentos, os melhores animais, campeões de exposições rurais. Tudo para uma fazenda que só existia na cabeça dele. Os animais acabaram morrendo de fome. Os equipamentos apodreceram, e os que não apodreceram ele vendeu.
Não podia vender, pois os equipamentos eram garantia dos financiamentos, e ele acabou na cadeia. Ficou 45 dias preso, até que algumas autoridades do estado conseguissem tirá-lo de lá com um plano de desconto mensal em folha do valor da dívida. A perder de vista.
Ele acabou com sua família, acabou com seu patrimônio, acabou com sua moral. E se acabou. Passou a viver quase como um mendigo, ficou sem nenhum dente na boca, usava roupas velhas, rasgadas e, atualmente, está com alzheimer em grau avançado, apenas aguardando a morte. Não sabe nem quem ele é.
Lendo a coluna da JR Guzzo na Veja de ontem reconheci a história acima. Primeiro determinado presidente se tornou um mentiroso compulsivo. Agora, segundo Guzzo, está no estágio em que passou a acreditar nas próprias mentiras. Por experiência, sei que este é o estágio mais perigoso. Meu avô destruiu a si próprio quando passou a acreditar nas suas mentiras. Um homem com poder pode destruir um país todo...
Meu avô materno nasceu no interior, de família humilde, teoricamente sem muita perspectiva de crescimento profissional. Mas ele nunca se conformou com isto. Sempre se esforçou, trabalhou desde cedo, exerceu várias atividades distintas e, tão logo quanto pôde, se mudou para Porto Alegre para estudar.
Acabou se formando em economia, administração de empresas e ciências contábeis. 3 cursos superiores. Através de concurso entrou para os quadros do tribunal de contas do RS e, uma vez lá dentro, galgou todos os cargos possíveis dentro da carreira.
No final da década de 1970 meu avô era não só um alto funcionátio do TCE mas, também, professor de economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da PUC RS. Sua vida transcorria em céu de brigadeiro.
Aí ele começou a mentir, e foi mentindo cada vez mais. Primeiro mentiu que tinha mestrado e doutorado, coisa que nunca teve. Hoje este tipo de mentira até daria moral para ele junto a um certo partido político. Aí foi mentindo cada vez mais sobre os seus feitos imaginários, e chegou ao ponto em que mentia que era um rico fazendeiro do pantanal matogrossense e contava os detalhes sobre a sua fazenda.
Até aí ele era apenas um chato, que ninguém mais suportava, e as mentiras lhe custaram o cargo de professor da UFRS e da PUC.
O problema maior surgiu quando ele começou a acreditar nas próprias mentiras. Aí sim a situação se tornou especialmente danosa. Se ele era um grande fazendeiro, precisava de equipamentos agrícolas e gado para sua propriedade. E começou a comprar (financiado) o que havia de melhor no mercado. Os melhores e mais modernos equipamentos, os melhores animais, campeões de exposições rurais. Tudo para uma fazenda que só existia na cabeça dele. Os animais acabaram morrendo de fome. Os equipamentos apodreceram, e os que não apodreceram ele vendeu.
Não podia vender, pois os equipamentos eram garantia dos financiamentos, e ele acabou na cadeia. Ficou 45 dias preso, até que algumas autoridades do estado conseguissem tirá-lo de lá com um plano de desconto mensal em folha do valor da dívida. A perder de vista.
Ele acabou com sua família, acabou com seu patrimônio, acabou com sua moral. E se acabou. Passou a viver quase como um mendigo, ficou sem nenhum dente na boca, usava roupas velhas, rasgadas e, atualmente, está com alzheimer em grau avançado, apenas aguardando a morte. Não sabe nem quem ele é.
Lendo a coluna da JR Guzzo na Veja de ontem reconheci a história acima. Primeiro determinado presidente se tornou um mentiroso compulsivo. Agora, segundo Guzzo, está no estágio em que passou a acreditar nas próprias mentiras. Por experiência, sei que este é o estágio mais perigoso. Meu avô destruiu a si próprio quando passou a acreditar nas suas mentiras. Um homem com poder pode destruir um país todo...
domingo, 21 de novembro de 2010
Gringos, pichação, GCM...
Estou num hotel em Balneário Camboriú. Zapeando pela TV a cabo para num programa do canal National Geographic. O programa é o seguinte - uma equipe de americanos veio até São Paulo mostrar como é a vida na cidade. O programa resumiu-se a três matérias:
- Igreja Renascer em Cristo do pastor e ex-presidiário Estevam Hernandez;
- Empresas de blindagem de veículos;
- Pichadores.
Me chamou a atenção o fato de que os gringos se reuniram com os pichadores e sairam pelas ruas de São Paulo acompanhando as pichações e entrevistando os vândalos. Pior é que os vândalos tentam justificar suas ações e afirmam que quando não houver mais o que pichar no Brasil vão viajar para outros países...
Mas o espantoso não é isto - espantoso é que uma equipe de gringos chega no Brasil e descobre quem são os pichadores, e a polícia daqui nunca consegue pegá-los.
Falando em força pública ... minha cidade viveu por séculos sem guarda civil municipal. Vivíamos como hoje, sem segurança nenhuma, mas pelo menos não precisávamos pagar por um exército de GCM's inúteis. Uma das funções da Guarda Civil Municpal é justamente combater a pichação, e a cidade nunca esteve tão pichada.
Uma vez que os GCM's passaram no concurso público e adquiriram sua estabilidade, vivem em greve por melhores salários. E andam pela rua berrando em carros de som que o fato de o prefeito não concordar em pagar o salário que eles querem significa que a administração municipal não está preocupada com a segurança dos cidadãos. Ora, segurança nunca existiu, nem antes nem depois da Guarda Civil Municipal. A diferença é que antes éramos reféns apenas dos bandidos da iniciativa privada. Agora também somos reféns dos mal elementos com estabilidade em cargo público.
- Igreja Renascer em Cristo do pastor e ex-presidiário Estevam Hernandez;
- Empresas de blindagem de veículos;
- Pichadores.
Me chamou a atenção o fato de que os gringos se reuniram com os pichadores e sairam pelas ruas de São Paulo acompanhando as pichações e entrevistando os vândalos. Pior é que os vândalos tentam justificar suas ações e afirmam que quando não houver mais o que pichar no Brasil vão viajar para outros países...
Mas o espantoso não é isto - espantoso é que uma equipe de gringos chega no Brasil e descobre quem são os pichadores, e a polícia daqui nunca consegue pegá-los.
Falando em força pública ... minha cidade viveu por séculos sem guarda civil municipal. Vivíamos como hoje, sem segurança nenhuma, mas pelo menos não precisávamos pagar por um exército de GCM's inúteis. Uma das funções da Guarda Civil Municpal é justamente combater a pichação, e a cidade nunca esteve tão pichada.
Uma vez que os GCM's passaram no concurso público e adquiriram sua estabilidade, vivem em greve por melhores salários. E andam pela rua berrando em carros de som que o fato de o prefeito não concordar em pagar o salário que eles querem significa que a administração municipal não está preocupada com a segurança dos cidadãos. Ora, segurança nunca existiu, nem antes nem depois da Guarda Civil Municipal. A diferença é que antes éramos reféns apenas dos bandidos da iniciativa privada. Agora também somos reféns dos mal elementos com estabilidade em cargo público.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Pergunta
Quantos bilhões de reais os empresários do Brasil despejaram nas campanhas eleitorais para os políticos aprovarem 10 minutos semanais de rádio e TV para a CUT e a Força Sindical?
Instinto
Leitor,
Não precisa fazer este teste em casa, mas se por acaso você der um chute no focinho do seu cão de estimação ele reagirá com uma mordida na sua canela. É instinto, reação por instinto.
No Brasil determinado partido político foi tão competente na sua preparação para a dominação total que conseguiu até exterminar o instinto de um povo todo. Por aqui preservam o seu instinto apenas os animais (excluídos os tucanos).
Não precisa fazer este teste em casa, mas se por acaso você der um chute no focinho do seu cão de estimação ele reagirá com uma mordida na sua canela. É instinto, reação por instinto.
No Brasil determinado partido político foi tão competente na sua preparação para a dominação total que conseguiu até exterminar o instinto de um povo todo. Por aqui preservam o seu instinto apenas os animais (excluídos os tucanos).
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Aí meu Deus!
Meus dias têm transcorrido dentro da mais absoluta normalidade, se é que podemos chamar a vida moderna de normal. A vida dos meus conhecidos segue da mesma forma. Cada um cuida dos seus afazeres, tenta ganhar a vida honestamente, faz planos para o futuro. É como se nada tivésse acontecido.
Mas aconteceu, só fingimos que não vemos.
A coisa está aí, avançando passo por passo, mas avançando.
Todos que acompanhamos um pouco de política intenracional sabemos como se instalou o bolivarianismo - foi pela via dos plebiscitos e dos referendos, afinal se o "povo" quer, quem será contra.
Ocorre que o tal "povo" não existe. "Povo" são os movimentos organizados: ongs, sindicatos, estudantes. No Brasil quem controla todos eles?
Pois bem, hoje a comissão de constituição e justiça do senado deu andamento a um projeto de emenda que coloca nas mãos do "povo" a prerrogativa de convocar plebiscitos e referendos.
Como "povo" não existe, sabemos bem quem comandará este processo.
E como sabemos que em matéria de decisão popular vence o melhor marqueteiro, não a melhor idéia, a transferência da prerrogativa legislativa para a população significará o domínio definitivo dos marqueteiros.
Nesta altura do campeonato, mesmo que a gente queira continuar fazendo que não vê, só Deus ainda pode nos salvar.
Mas aconteceu, só fingimos que não vemos.
A coisa está aí, avançando passo por passo, mas avançando.
Todos que acompanhamos um pouco de política intenracional sabemos como se instalou o bolivarianismo - foi pela via dos plebiscitos e dos referendos, afinal se o "povo" quer, quem será contra.
Ocorre que o tal "povo" não existe. "Povo" são os movimentos organizados: ongs, sindicatos, estudantes. No Brasil quem controla todos eles?
Pois bem, hoje a comissão de constituição e justiça do senado deu andamento a um projeto de emenda que coloca nas mãos do "povo" a prerrogativa de convocar plebiscitos e referendos.
Como "povo" não existe, sabemos bem quem comandará este processo.
E como sabemos que em matéria de decisão popular vence o melhor marqueteiro, não a melhor idéia, a transferência da prerrogativa legislativa para a população significará o domínio definitivo dos marqueteiros.
Nesta altura do campeonato, mesmo que a gente queira continuar fazendo que não vê, só Deus ainda pode nos salvar.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Perverso
Se alguém mal intencionado contratasse um indivíduo perverso, muito perverso, para criar um sistema que condenasse um povo à pobreza e ao subdesenvolvimneto, dificlmente este indivíduo perverso conseguiria criar algo mais perverso do que o estado brasileiro.
Sim, o estado brasileiro é um produtor serial de pobreza e de subdesenvolvimento. Na contramão do que deveria ser, é um aagente promotor de concentração de renda.
Por um lado, prejudica a produção ao subtrair 40% do suor do trabalho daqueles que produzem. Com o bolo na mão, arrancado de dezenas de milhões de pessoas, distribui algumas migalhas aos miseráveis, para que votem no partido "certo", e distribui o graúdo para os empresários amigos e para os agentes públicos. Em troca de nada. Ou de quase nada.
A cada 4 anos os que pagam têm a chance de se rebelar e de votar contra esta verdadeira máquina de destruição social. Mas não, eleição após eleição o método maligno é referendado pelo povo bovino.
Sim, o estado brasileiro é um produtor serial de pobreza e de subdesenvolvimento. Na contramão do que deveria ser, é um aagente promotor de concentração de renda.
Por um lado, prejudica a produção ao subtrair 40% do suor do trabalho daqueles que produzem. Com o bolo na mão, arrancado de dezenas de milhões de pessoas, distribui algumas migalhas aos miseráveis, para que votem no partido "certo", e distribui o graúdo para os empresários amigos e para os agentes públicos. Em troca de nada. Ou de quase nada.
A cada 4 anos os que pagam têm a chance de se rebelar e de votar contra esta verdadeira máquina de destruição social. Mas não, eleição após eleição o método maligno é referendado pelo povo bovino.
Não existimos
Vamos falar um pouco sobre política nacional, mas sem criticar os governantes de plantão, pois na nova realidade brasileira não é saudável dirigir críticas à autoridade.
Escrevi aqui que mesmo que José Serra fosse derrotado por apenas 1 voto de diferença, a metade que não votou nele seria considerada como inexistente pelo PT, pela imprensa, pelo congresso e pelos institutos de pesquisa.
Pois bem, a candidatura PSDB/DEM recebeu 45 milhões de votos, e nos transformamos imediatamente em 45 milhões de zumbis, de almas penadas, de fantasmas.
O que eu não previ em meus textos pré-eleitorais foi que os primeiros a nos abandonar seriam...DEM e PSDB.
Sim, pelo que se noticia, o DEM já negocia sua fusão com o PMDB (com consequente ingresso na base aliada) e o PSDB trata de sua fusão com o PPS, com a condição imposta pelo PPS de que o novo partido seja de esquerda...
Escrevi aqui que mesmo que José Serra fosse derrotado por apenas 1 voto de diferença, a metade que não votou nele seria considerada como inexistente pelo PT, pela imprensa, pelo congresso e pelos institutos de pesquisa.
Pois bem, a candidatura PSDB/DEM recebeu 45 milhões de votos, e nos transformamos imediatamente em 45 milhões de zumbis, de almas penadas, de fantasmas.
O que eu não previ em meus textos pré-eleitorais foi que os primeiros a nos abandonar seriam...DEM e PSDB.
Sim, pelo que se noticia, o DEM já negocia sua fusão com o PMDB (com consequente ingresso na base aliada) e o PSDB trata de sua fusão com o PPS, com a condição imposta pelo PPS de que o novo partido seja de esquerda...
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Mal agradecidos
Há no Brasil um monstro que suga implacavelmente 40% do nosso sangue, do nosso suor, do nosso trabalho, em troca de nada.
Poderia ser alegre e grato. Poderíamos entrar nas repartições públicas e ser recebidos com sorrisos e braços abertos, com um: “bem vindo otário, obrigado por se matar de trabalhar para garantir a nossa boa vida”.
Mas não, o monstro é ingrato e mal humorado.
Os semblantes nas repartições públicas são fechados e carregados, as caras são feias, o clima é pesado. Só há duas situações em que é possível perceber fisionomias mais “leves”:
- Quando os burocratas tomam cafezinho e conversam entre si, enquanto os bovinos mofam na fila;
- Quando o burocrata informa que faltou um documento e, portanto, as 15 horas que o bovino mofou na fila foram tempo perdido. Ele vai ter que retornar...
Aí o bovino sai da repartição e vota no partido que é contra a privatização.
Poderia ser alegre e grato. Poderíamos entrar nas repartições públicas e ser recebidos com sorrisos e braços abertos, com um: “bem vindo otário, obrigado por se matar de trabalhar para garantir a nossa boa vida”.
Mas não, o monstro é ingrato e mal humorado.
Os semblantes nas repartições públicas são fechados e carregados, as caras são feias, o clima é pesado. Só há duas situações em que é possível perceber fisionomias mais “leves”:
- Quando os burocratas tomam cafezinho e conversam entre si, enquanto os bovinos mofam na fila;
- Quando o burocrata informa que faltou um documento e, portanto, as 15 horas que o bovino mofou na fila foram tempo perdido. Ele vai ter que retornar...
Aí o bovino sai da repartição e vota no partido que é contra a privatização.
domingo, 14 de novembro de 2010
Tudo a ver com este momento
Já relembrei esta história aqui no blog no ano passado, mas o momento urge que a traga de volta.
Na segunda metade da sécada de 1980 um repórter perguntou a Silvio Santos se ele temia um eventual regime comunista no Brasil.
Não lembro a resposta literal de Silvio Santos, mas foi mais ou menos assim: "não temo. Se um dia, ao acordar, me disserem que os comunistas tomaram o poder vou procurar saber quem é o líder do movimento, vou procurá-lo e estabelecer uma forma vantajosa de conviver com o novo regime."
Na segunda metade da sécada de 1980 um repórter perguntou a Silvio Santos se ele temia um eventual regime comunista no Brasil.
Não lembro a resposta literal de Silvio Santos, mas foi mais ou menos assim: "não temo. Se um dia, ao acordar, me disserem que os comunistas tomaram o poder vou procurar saber quem é o líder do movimento, vou procurá-lo e estabelecer uma forma vantajosa de conviver com o novo regime."
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Baú da felicidade
Em 2004 o Banco Santos quebrou. O governo deixou quebrar.
Em 2010 o Banco Panamericano quebrou. Forças...se moveram no sentido de impedir a quebra.
Qual a diferença entre os dois bancos?
Estaria eu viajando na maionese se pensasse que a diferença entre os dois é que um pertence a dono de televisão e o outro não?
Em 2010 o Banco Panamericano quebrou. Forças...se moveram no sentido de impedir a quebra.
Qual a diferença entre os dois bancos?
Estaria eu viajando na maionese se pensasse que a diferença entre os dois é que um pertence a dono de televisão e o outro não?
Servidores públicos...
Convivemos bovinamente com um monstro que abocanha todo o dia 40% do nosso suor em troca de nada. Bovinos que somos, vamos levando (literalmente)como se nada estivésse acontecendo.
Um exemplo antigo, mas extremamente válido, de como este monstro não aferece nada em troca do que arranca da gente vem do final do século XIX. Pouca gete conhece, afinal além de bovinos também somos ignorantes em história.
Em 1897 revolucionários gaúchos liderados por Gumercindo Saraiva iniciaram marcha em direção ao Rio de Janeiro. Queriam derubar o governo.
Enquanto os revolucionário se aproximavam de Curitiba, o que fizeram os governantes e membros do poder público para proteger a cidade?
Nada. Pior, se mandaram, a começar pelo governador,levaram consigo a força pública, e abandonaram a cidade à sua própria sorte.
Qual era a perspectiva para uma cidade invadida naquela época? Saques, estupros, depredação e violência desenfreada.
Na iminência da invasão lideranças empresariais da cidade se reuniram com os revolucionários e negociaram condições para evitar saques, estupros e violências. Cidadãos e revolucionários cumpriram sua parte do trato.
Os revolucionários ficaram um tempo em Curitiba, e acho que esta parada até contribui para reduzir seu ímpeto revolucionário. As forças rebeldes acabaram se exaurindo próximo à fronteira com São Paulo, e iniciaram a retirada em direção ao Rio Grande do Sul.
Uma vez que os revolucionários abandonaram a cidade, os governantes e autoridades voltaram e ... mandaram prender e matar as lideranças empresariais que haviam salvado a cidade. O Barão do Serro Azul, presidente da Associação Comercial do Paraná, foi uma das vítimas.
Mais de 110% anos depois o poder público continua a agir da mesma forma - nos sangra e nos abandona à própria sorte.
Um exemplo antigo, mas extremamente válido, de como este monstro não aferece nada em troca do que arranca da gente vem do final do século XIX. Pouca gete conhece, afinal além de bovinos também somos ignorantes em história.
Em 1897 revolucionários gaúchos liderados por Gumercindo Saraiva iniciaram marcha em direção ao Rio de Janeiro. Queriam derubar o governo.
Enquanto os revolucionário se aproximavam de Curitiba, o que fizeram os governantes e membros do poder público para proteger a cidade?
Nada. Pior, se mandaram, a começar pelo governador,levaram consigo a força pública, e abandonaram a cidade à sua própria sorte.
Qual era a perspectiva para uma cidade invadida naquela época? Saques, estupros, depredação e violência desenfreada.
Na iminência da invasão lideranças empresariais da cidade se reuniram com os revolucionários e negociaram condições para evitar saques, estupros e violências. Cidadãos e revolucionários cumpriram sua parte do trato.
Os revolucionários ficaram um tempo em Curitiba, e acho que esta parada até contribui para reduzir seu ímpeto revolucionário. As forças rebeldes acabaram se exaurindo próximo à fronteira com São Paulo, e iniciaram a retirada em direção ao Rio Grande do Sul.
Uma vez que os revolucionários abandonaram a cidade, os governantes e autoridades voltaram e ... mandaram prender e matar as lideranças empresariais que haviam salvado a cidade. O Barão do Serro Azul, presidente da Associação Comercial do Paraná, foi uma das vítimas.
Mais de 110% anos depois o poder público continua a agir da mesma forma - nos sangra e nos abandona à própria sorte.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Auditores para quê?
O respeitável público acaba de ficar sabendo que o banco do Sílvio Santos tinha um problema. Um coisa básica, "só" R$2.5 bilhões, maior que o patrimônio inteiro do banco, que era de cerca de R$1,5 bilhões.
Pois bem, as demonstrações financeiras do banco haviam sido auditadas por uma das maiores empresas do mercado. Que não viu nada de errado nelas...
Vejo na internet que esta empresa já emitiu nota dizendo que não tem nada a ver com isso. Parece que aprendeu com certo ministro da educação...
Pois bem, as demonstrações financeiras do banco haviam sido auditadas por uma das maiores empresas do mercado. Que não viu nada de errado nelas...
Vejo na internet que esta empresa já emitiu nota dizendo que não tem nada a ver com isso. Parece que aprendeu com certo ministro da educação...
O governo sumiu...
Imaginem que acordássemos um dia e a manchete da Falha de São Paulo e do Bom Dia Banco do Brasil fosse:
"O Governo Sumiu"
Ao ler/assistir a reportagem o cidadão seria informado de que, misteriosamente, todos os agentes do poder público haviam desaparecido sem deixar rastros, sa mesma forma como os anasazis desapareceram cerca de um milênio atrás.
Quais seriam as consequências deste desaparecimento na vida das pessoas?
Nenhuma.
Continuariam a andar pelas ruas esburacadas e sem policiamento.
Seus filhos continuariam indo à escola depredada e voltando sem saber nada.
As pessoas continuariam morrendo nas filas dos hospitais sucateados.
Os processos continuariam se acumulando nos tribunais sonolentos.
Enfim, nada mudaria. Continuaríamos sem ter o que já não temos.
Ah, mas uma coisa mudaria - não precisaríamos mais pagar por isto. Esta seria a grande diferença.
Enquanto a manchete acima não se torna realidade, o governo, em troca de nada, vai arrancando diariamente 40% de tudo o que produzimos. Perante a passividade de um povo bovino.
"O Governo Sumiu"
Ao ler/assistir a reportagem o cidadão seria informado de que, misteriosamente, todos os agentes do poder público haviam desaparecido sem deixar rastros, sa mesma forma como os anasazis desapareceram cerca de um milênio atrás.
Quais seriam as consequências deste desaparecimento na vida das pessoas?
Nenhuma.
Continuariam a andar pelas ruas esburacadas e sem policiamento.
Seus filhos continuariam indo à escola depredada e voltando sem saber nada.
As pessoas continuariam morrendo nas filas dos hospitais sucateados.
Os processos continuariam se acumulando nos tribunais sonolentos.
Enfim, nada mudaria. Continuaríamos sem ter o que já não temos.
Ah, mas uma coisa mudaria - não precisaríamos mais pagar por isto. Esta seria a grande diferença.
Enquanto a manchete acima não se torna realidade, o governo, em troca de nada, vai arrancando diariamente 40% de tudo o que produzimos. Perante a passividade de um povo bovino.
Quem diria
Desde os anos 70 até o dia 1/1/2003 Lula foi operário, sindicalista, desocupado, candidato. Nada de muito relevante na determinação dos destinos da nação.
Enquanto isso, Roberto Marinho, Antônio Ermírio de Morais e Sílvio Santos eram grandes empresários, bilionários, poderosos, influentes, amigos do poder. Para eles Lula seria, no máximo, uma figura exótica.
Mas eis que Lula acabou eleito presidente da república. Tremei capitalistas, o socialista acabava de chegar ao poder. A partir de então as coisas seriam como nunca antes na história deste país.
De fato.
Nunca antes na história deste país os poderosos mencionados acima haviam estado à beira da falência.
Nunca antes na história deste país o governo havia sido tão célere em socorrer mega-capitalistas endividados.
Sinal dos tempos - os grandes capitalistas tiveram que beijar a mão de Lula. Este, por sua vez, preferiu salvar poderosos e abandonar o povo à própria sorte.
Parece que a estratégia deu certo. Ainda vai virar case.
Enquanto isso, Roberto Marinho, Antônio Ermírio de Morais e Sílvio Santos eram grandes empresários, bilionários, poderosos, influentes, amigos do poder. Para eles Lula seria, no máximo, uma figura exótica.
Mas eis que Lula acabou eleito presidente da república. Tremei capitalistas, o socialista acabava de chegar ao poder. A partir de então as coisas seriam como nunca antes na história deste país.
De fato.
Nunca antes na história deste país os poderosos mencionados acima haviam estado à beira da falência.
Nunca antes na história deste país o governo havia sido tão célere em socorrer mega-capitalistas endividados.
Sinal dos tempos - os grandes capitalistas tiveram que beijar a mão de Lula. Este, por sua vez, preferiu salvar poderosos e abandonar o povo à própria sorte.
Parece que a estratégia deu certo. Ainda vai virar case.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Agora sim!
Comissão de Constituição e Justiça do Senado acaba de aprovar emenda constitucional de autoria do senador Cristovam Buarque (aquele da educação) que inclui a felicidade entre os direitos do cidadão.
Agora sim, já estou até me sentindo mais feliz.
Aquela pilha de contas que aguarda pagamento já nem me perturba mais tanto.
O Brasil deveria patentear esta idéia e cobrar royalties das demais nações - como fazer sei povo feliz? Inclua a felicidade entre os direitos constitucionais. E pronto.
Agora sim, já estou até me sentindo mais feliz.
Aquela pilha de contas que aguarda pagamento já nem me perturba mais tanto.
O Brasil deveria patentear esta idéia e cobrar royalties das demais nações - como fazer sei povo feliz? Inclua a felicidade entre os direitos constitucionais. E pronto.
Bandido X Bandido
No Brasil existe um monstro, que se chama estado, e sua voracidade independe do partido que esteja no governo. É um monstro que cresce progressivamente, tanto em quantidade, quanto em reajustes salariais.
Não mede conseqüências para atingir seus objetivos de ganhar sempre mais. Greves intermináveis, manobras no congresso. Não importa o dano causado para a sociedade. A sociedade que se dane.
Para sustentar a voracidade infinita deste monstro a sociedade é submetida a uma carga tributária asfixiante. Candidatos concorrem a cargo público jurando não aumentar impostos mas, uma vez eleitos, antes mesmo de serem empossados, já colocam na praça suas propostas de aumentos de impostos. Não há dinheiro que chegue para saciar o monstro.
O que a sociedade recebe em troca? Repartições lotadas, funcionários grosseiros e mal humorados, ineficiência, transtorno, má vontade, soberba, polícia que não oferece segurança, saúde que não cura, educação que não educa, judiciário que não julga.
Esta situação jamais será corrigida dentro da normalidade do processo democrático brasileiro. Por um lado, parcela bastante significativa da população sofre as mazelas do estado mas não tem consciência do que vai relatado acima. Por outro lado, os membros do estado são também eleitores, de forma que nenhum político tem interesse em contrariá-los.
Como a voracidade do monstro estado é infinita, e os recursos que suga crescem sem parar, é claro que esta situação não pode perdurar indefinidamente. Como não há hipótese de solução dentro do processo democrático, só vejo uma forma na qual o problema será “abordado” – através de revolução. E sangrenta. Pode demorar 10 anos, 20, um século, não sei. Mas chegará.
Crescimento econômico (com crescimento de arrecadação) e endividamento público podem até mascarar o problema por algum tempo, empurrando para a frente o momento do ajuste de contas. Mas nada poderá impedi-lo. Porque a voracidade do monstro nunca será saciada.
A partir de setembro eu virei vítima do estado brasileiro.
Primeiro, fui assaltado e tive meu carro, documentos, cartões, celular roubados. Eu e minha família fomos mantidos sob mira de armas de fogo, sofrendo ameaças permanentes. O estado, a quem caberia dar segurança pública, falhou. Mesmo que o crime tenha ocorrido a 3 quadras da delegacia de furtos e roubos de veículos da minha cidade.
O mesmo estado que falhou em me proteger, não conseguiu cumprir o seu papel posterior ao crime, que é a investigação. Não quis tomar depoimento, não pediu que tentássemos identificar os criminosos no arquivo da polícia. Sequer se interessou pelas imagens que foram gravadas por uma câmera de segurança de um prédio. Para o estado, errado estou eu que vou na delegacia atrapalhar o sossego deles.
Por fim, hoje fui vítima do estado pela terceira vez. A legislação prevê que em caso de furto ou roubo de veículos o estado devolve o valor do IPVA proporcional ao número de meses em que o contribuinte ficou sem o veículo. Munido de documentos, me dirigi hoje pela manhã até a receita estadual. Lá chegando, a funcionária do atendimento logo me informou que no meu caso o IPVA não poderia ser restituído porque foi recolhido para o estado do Espírito Santo (a Kia importa os veículos pelo porto de Vitória e emplaca alguns carros naquele estado antes de distribuí-los para as concessionárias do país).
Falei para a funcionária: “eu entendo que este é um problema entre os estados, pois como contribuinte o que me interessa é o seguinte – o carro estava registrado no nosso estado, perante o nosso estado eu estou quite com o IPVA, o roubo se deu no nosso estado. Se há alguma coisa a acertar com o Espírito Santo, não é um problema do contribuinte.
Ela respondeu: “entendo suas ponderações, mas não há nada que possamos fazer.”
Falei: “OK, mas como o estado só pode agir dentro do que determina a norma legal, quero que você me mostre na legislação do IPVA o artigo que excetua a restituição do imposto no meu caso”.
Deve ter sido a primeira vez que alguém faz esta pergunta, pois ela ficou surpresa. Levantou e conversou com várias pessoas. Retornou e disse: “bom, eu não posso te mostrar a legislação, mas você pode subir ao primeiro andar e falar com o especialista em IPVA na Inspetoria de Arrecadação”.
Lá fui eu. O tal especialista me recebeu com toda a má vontade do mundo, pois eu atrapalhei o cochilo dele. Expliquei o caso e ele logo disse: “não dá para restituir”.
Falei: “Isso a moça lá de baixo já havia me dito. O que eu quero com o senhor é ver aonde, na legislação, está escrito que o meu caso é uma exceção dentro da regra geral de restituição.”
Ele: “A legislação está no site da Secretaria da Fazenda, é só você consultar”.
Eu: “Sim, mas como sou leigo e meio burro, vou levar dias ou meses para ler toda a legislação tributária do estado, ao passo que o senhor, como especialista, pode ir direto ao artigo que me interessa.”
Com um olhar muito mais ameaçador do que o dos bandidos que me assaltaram, ele entrou na internet e começou a procurar a lei. Procura, procura, e nada. Em nenhum lugar da legislação está escrito que o meu caso é uma exceção que impede a aplicação da regra geral, que é a restituição. Mas, ao final, continuou firme: “não dá para restituir”.
Eu: “mas meu senhor, o estado tem que pautar sua atuação pela norma legal, não pelo que os agentes públicos acham, ou deixam de achar. Neste caso, a sua opinião é irrelevante, eu como contribuinte e cidadão desejo apenas o cumprimento da lei, e a lei não excetua o meu caso.”
Ele: “É que nunca foi pensado num caso como o seu”.
Eu: “O problema não é meu. O estado que pense e crie legislação para valer daqui para a frente.”
Ele: “Bom, se você acha que tem direito entra com um pedido administrativo para o pessoal aí analisar.” Neste momento eu vi pela primeira vez os seus dentes, pois ele não pode conter um sorriso enquanto pensava: “Este idiota pensa que alguém aqui na Receita vai dar bola para o direito dele”.
Por fim, ficamos assim. Se eu quiser receber R$400 ou R$500 de restituição de IPVA terei que contratar advogado e brigar 15 ou 20 anos contra o estado.
Desta forma, ao descumprir a lei o estado se torna tão criminoso quanto os bandidos que me assaltaram. Como uma diferença – os bandidos foram competentes no seu ofício, o estado é incompetente.
Não mede conseqüências para atingir seus objetivos de ganhar sempre mais. Greves intermináveis, manobras no congresso. Não importa o dano causado para a sociedade. A sociedade que se dane.
Para sustentar a voracidade infinita deste monstro a sociedade é submetida a uma carga tributária asfixiante. Candidatos concorrem a cargo público jurando não aumentar impostos mas, uma vez eleitos, antes mesmo de serem empossados, já colocam na praça suas propostas de aumentos de impostos. Não há dinheiro que chegue para saciar o monstro.
O que a sociedade recebe em troca? Repartições lotadas, funcionários grosseiros e mal humorados, ineficiência, transtorno, má vontade, soberba, polícia que não oferece segurança, saúde que não cura, educação que não educa, judiciário que não julga.
Esta situação jamais será corrigida dentro da normalidade do processo democrático brasileiro. Por um lado, parcela bastante significativa da população sofre as mazelas do estado mas não tem consciência do que vai relatado acima. Por outro lado, os membros do estado são também eleitores, de forma que nenhum político tem interesse em contrariá-los.
Como a voracidade do monstro estado é infinita, e os recursos que suga crescem sem parar, é claro que esta situação não pode perdurar indefinidamente. Como não há hipótese de solução dentro do processo democrático, só vejo uma forma na qual o problema será “abordado” – através de revolução. E sangrenta. Pode demorar 10 anos, 20, um século, não sei. Mas chegará.
Crescimento econômico (com crescimento de arrecadação) e endividamento público podem até mascarar o problema por algum tempo, empurrando para a frente o momento do ajuste de contas. Mas nada poderá impedi-lo. Porque a voracidade do monstro nunca será saciada.
A partir de setembro eu virei vítima do estado brasileiro.
Primeiro, fui assaltado e tive meu carro, documentos, cartões, celular roubados. Eu e minha família fomos mantidos sob mira de armas de fogo, sofrendo ameaças permanentes. O estado, a quem caberia dar segurança pública, falhou. Mesmo que o crime tenha ocorrido a 3 quadras da delegacia de furtos e roubos de veículos da minha cidade.
O mesmo estado que falhou em me proteger, não conseguiu cumprir o seu papel posterior ao crime, que é a investigação. Não quis tomar depoimento, não pediu que tentássemos identificar os criminosos no arquivo da polícia. Sequer se interessou pelas imagens que foram gravadas por uma câmera de segurança de um prédio. Para o estado, errado estou eu que vou na delegacia atrapalhar o sossego deles.
Por fim, hoje fui vítima do estado pela terceira vez. A legislação prevê que em caso de furto ou roubo de veículos o estado devolve o valor do IPVA proporcional ao número de meses em que o contribuinte ficou sem o veículo. Munido de documentos, me dirigi hoje pela manhã até a receita estadual. Lá chegando, a funcionária do atendimento logo me informou que no meu caso o IPVA não poderia ser restituído porque foi recolhido para o estado do Espírito Santo (a Kia importa os veículos pelo porto de Vitória e emplaca alguns carros naquele estado antes de distribuí-los para as concessionárias do país).
Falei para a funcionária: “eu entendo que este é um problema entre os estados, pois como contribuinte o que me interessa é o seguinte – o carro estava registrado no nosso estado, perante o nosso estado eu estou quite com o IPVA, o roubo se deu no nosso estado. Se há alguma coisa a acertar com o Espírito Santo, não é um problema do contribuinte.
Ela respondeu: “entendo suas ponderações, mas não há nada que possamos fazer.”
Falei: “OK, mas como o estado só pode agir dentro do que determina a norma legal, quero que você me mostre na legislação do IPVA o artigo que excetua a restituição do imposto no meu caso”.
Deve ter sido a primeira vez que alguém faz esta pergunta, pois ela ficou surpresa. Levantou e conversou com várias pessoas. Retornou e disse: “bom, eu não posso te mostrar a legislação, mas você pode subir ao primeiro andar e falar com o especialista em IPVA na Inspetoria de Arrecadação”.
Lá fui eu. O tal especialista me recebeu com toda a má vontade do mundo, pois eu atrapalhei o cochilo dele. Expliquei o caso e ele logo disse: “não dá para restituir”.
Falei: “Isso a moça lá de baixo já havia me dito. O que eu quero com o senhor é ver aonde, na legislação, está escrito que o meu caso é uma exceção dentro da regra geral de restituição.”
Ele: “A legislação está no site da Secretaria da Fazenda, é só você consultar”.
Eu: “Sim, mas como sou leigo e meio burro, vou levar dias ou meses para ler toda a legislação tributária do estado, ao passo que o senhor, como especialista, pode ir direto ao artigo que me interessa.”
Com um olhar muito mais ameaçador do que o dos bandidos que me assaltaram, ele entrou na internet e começou a procurar a lei. Procura, procura, e nada. Em nenhum lugar da legislação está escrito que o meu caso é uma exceção que impede a aplicação da regra geral, que é a restituição. Mas, ao final, continuou firme: “não dá para restituir”.
Eu: “mas meu senhor, o estado tem que pautar sua atuação pela norma legal, não pelo que os agentes públicos acham, ou deixam de achar. Neste caso, a sua opinião é irrelevante, eu como contribuinte e cidadão desejo apenas o cumprimento da lei, e a lei não excetua o meu caso.”
Ele: “É que nunca foi pensado num caso como o seu”.
Eu: “O problema não é meu. O estado que pense e crie legislação para valer daqui para a frente.”
Ele: “Bom, se você acha que tem direito entra com um pedido administrativo para o pessoal aí analisar.” Neste momento eu vi pela primeira vez os seus dentes, pois ele não pode conter um sorriso enquanto pensava: “Este idiota pensa que alguém aqui na Receita vai dar bola para o direito dele”.
Por fim, ficamos assim. Se eu quiser receber R$400 ou R$500 de restituição de IPVA terei que contratar advogado e brigar 15 ou 20 anos contra o estado.
Desta forma, ao descumprir a lei o estado se torna tão criminoso quanto os bandidos que me assaltaram. Como uma diferença – os bandidos foram competentes no seu ofício, o estado é incompetente.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Oportunidade de negócio
Com a proibição dos livros de Monteiro Lobato surge uma nova oportunidade de negócio, que poderia ser explorada pelos traficantes dos morros cariocas - o tráfico de livros de Monteiro Lobato.
Já estou até vendo (escutando...) a gravação das escutas no Jornal Nacional:
Traficante: "E aí mano, trouxe o jabá (dinheiro)?"
Cliente: "Tá aqui comigo. Cadê o bagulho (livros de Monteiro Lobato)?"
Esta oportunidade de negócios pode até se estender para as FARC que, além de produzir cocaína para o mercado brasileiro, poderiam também montar uma gráfica na selva para imprimir livros de Monteiro Lobato.
Já vejo até como será a corrupção no futuro:
Corruptor: "Excelência, em quanto fica a sua comissão?"
Corrupto: "A minha comissão é de 20%, e pode pagar em livros de Monteiro Lobato".
Nota do blog: continuam liberados os livros de Karl Marx, livros que defendem ditaduras, genocídios, MST e qualquer obra que satanize a propriedade privada.
Já estou até vendo (escutando...) a gravação das escutas no Jornal Nacional:
Traficante: "E aí mano, trouxe o jabá (dinheiro)?"
Cliente: "Tá aqui comigo. Cadê o bagulho (livros de Monteiro Lobato)?"
Esta oportunidade de negócios pode até se estender para as FARC que, além de produzir cocaína para o mercado brasileiro, poderiam também montar uma gráfica na selva para imprimir livros de Monteiro Lobato.
Já vejo até como será a corrupção no futuro:
Corruptor: "Excelência, em quanto fica a sua comissão?"
Corrupto: "A minha comissão é de 20%, e pode pagar em livros de Monteiro Lobato".
Nota do blog: continuam liberados os livros de Karl Marx, livros que defendem ditaduras, genocídios, MST e qualquer obra que satanize a propriedade privada.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Admirável mundo novo
As transformações sociais nunca se dão de um dia para o outro. Pelo contrário, geralmente são decorrentes de processos com começo, meio e fim. Os poucos que conhecem o começo atuando para que o meio funcione e sabem qual o fim esperado.
A malta, o resto da sociedade, só entra para cumprir o papel de mico amestrado. O principal talento daqueles que comandam este processo está em fazê-lo sem que os micos amestrados percebam que são ... micos amestrados.
Um dos mais profundos processos de transformação social começou algumas décadas atrás, com a criação do discurso politicamente correto. Uma coisa ingênua, pura, quem seria contra?
Na verdade, revelou-se uma poderosa ferramenta de anulação da liberdade de pensamento e de expressão. A maioria ainda não percebeu isto, e nada indica que o processo iniciado pelo politicamente correto não seguirá seu curso.
O resultado? Deixo para o leitor tirar suas conclusões.
Já temos algumas experiências de como será o mundo pós politicamente correto - a garantia constitucional de que todos são iguais caiu por terra. Com o politicamente correto, alguns passaram a ser mais iguais que os outros, por exemplo os detendores de cotas, sejam elas quais forem.
Sabemos que no mundo pós politicamente correto será proibido ler Monteiro Lobato. Provavelmente uma longa fila de autores irá a ele se unir na lista das proibições.
Sabemos, também, que a presença do Papa em determinados países será vista como algo a evitar, a menos que a Igreja decida rasgar os evangelhos e passe a pregar o que o politicamente correto determinar.
A malta, o resto da sociedade, só entra para cumprir o papel de mico amestrado. O principal talento daqueles que comandam este processo está em fazê-lo sem que os micos amestrados percebam que são ... micos amestrados.
Um dos mais profundos processos de transformação social começou algumas décadas atrás, com a criação do discurso politicamente correto. Uma coisa ingênua, pura, quem seria contra?
Na verdade, revelou-se uma poderosa ferramenta de anulação da liberdade de pensamento e de expressão. A maioria ainda não percebeu isto, e nada indica que o processo iniciado pelo politicamente correto não seguirá seu curso.
O resultado? Deixo para o leitor tirar suas conclusões.
Já temos algumas experiências de como será o mundo pós politicamente correto - a garantia constitucional de que todos são iguais caiu por terra. Com o politicamente correto, alguns passaram a ser mais iguais que os outros, por exemplo os detendores de cotas, sejam elas quais forem.
Sabemos que no mundo pós politicamente correto será proibido ler Monteiro Lobato. Provavelmente uma longa fila de autores irá a ele se unir na lista das proibições.
Sabemos, também, que a presença do Papa em determinados países será vista como algo a evitar, a menos que a Igreja decida rasgar os evangelhos e passe a pregar o que o politicamente correto determinar.
Que saudades da Playboy
Bons tempos em que eu ía cortar o cabelo e o barbeiro me dava apenas a revista Playboy para passar o tempo. Dava para me atualizar nas "notícias" sem ter que comprar a revista...
Nas duas últimas vezes que cortei o cabelo havia monitores de televisão no salão, um na frente de cada cadeira. Parece que vieram para ficar...
Na vez anterior a tal TV estava ligada na Globonews e, enquanto meu cabelo era cortado, minha cabeça era lavada (em sentido figurado) para votar em determinada candidata.
No último sábado a TV também estava ligada na Globonews. Havia uma reportagem sobre a chegada do Papa à Espanha. Na mesma matéria mostravam que lideranças do movimento gay espanhol realizaram uma manifestação contra a presença do Papa naquele país.
Isto que é tolerância e respeito ao outro ... não adimitem sequer que o Papa pise em solo espanhol.
Fiquei imaginando o que aconteceria se alguma importante liderança do molvimento gay mundial visitasse a Espanha e católicos fizessem manifestação de rua contra a sua presença no país.
Minha primeira hipótese é de que não haveria consequência nenhuma pois, por se tratar de protesto contra uma liderança do movimento homossexual, as TVs espanholas e estrangeiras sequer mostrariam o protesto, ou seja, fora os manifestantes ninguém saberia que ele aconteceu.
Agora, se alguma TV resolvesse mostrar imagens do protesto, dispararia um movimento de revolta mundial. Bandeiras da Espanha seriam queimadas mundo afora, haveria manifestações na ONU, nossas lideranças tupiniquins entrariam em pé de guerra, o primeiro ministro espanhol teria que se explicar e pedir desculpas em nome do povo espanhol...
Enfim, dá para perceber que vivemos num mundo plural e equilibrado.
Nas duas últimas vezes que cortei o cabelo havia monitores de televisão no salão, um na frente de cada cadeira. Parece que vieram para ficar...
Na vez anterior a tal TV estava ligada na Globonews e, enquanto meu cabelo era cortado, minha cabeça era lavada (em sentido figurado) para votar em determinada candidata.
No último sábado a TV também estava ligada na Globonews. Havia uma reportagem sobre a chegada do Papa à Espanha. Na mesma matéria mostravam que lideranças do movimento gay espanhol realizaram uma manifestação contra a presença do Papa naquele país.
Isto que é tolerância e respeito ao outro ... não adimitem sequer que o Papa pise em solo espanhol.
Fiquei imaginando o que aconteceria se alguma importante liderança do molvimento gay mundial visitasse a Espanha e católicos fizessem manifestação de rua contra a sua presença no país.
Minha primeira hipótese é de que não haveria consequência nenhuma pois, por se tratar de protesto contra uma liderança do movimento homossexual, as TVs espanholas e estrangeiras sequer mostrariam o protesto, ou seja, fora os manifestantes ninguém saberia que ele aconteceu.
Agora, se alguma TV resolvesse mostrar imagens do protesto, dispararia um movimento de revolta mundial. Bandeiras da Espanha seriam queimadas mundo afora, haveria manifestações na ONU, nossas lideranças tupiniquins entrariam em pé de guerra, o primeiro ministro espanhol teria que se explicar e pedir desculpas em nome do povo espanhol...
Enfim, dá para perceber que vivemos num mundo plural e equilibrado.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
CPMF
Como este blog está em recesso no que se refere a assuntos de plítica nacional até o dia em que voltar a haver liberdade de expressão no Brasil, falemos sobre conceitos de administração.
Não faz nem uma semana que ocorreram as eleições, e o primeiro projeto do novo governo já está na praça - recriar a CPMF. Apoiado, inclusive, por oposicionistas, que tinham na derrubada da CPMF a sua única vitória em 8 anos de governo Lula.
Nenhum administrador ou pai de família tem o poder de elevar suas receitas no montante necessário para pagar suas despesas. Desta forma, cabe ao administrador sempre administrar recursos escassos. Administrar é de fazer as despesas caberem nas receitas. Ponto.
Portanto, aqueles que para administrar precisam retirar, na forma de leis, mais recursos da já sacrificada sociedade, nada mais são do que incompetentes e incapazes.
E se são incompetentes e incapazes, não deviam sequer ter se candidatado aos cargos para os quais forem eleitos.
Enquanto o Brasil for administrado por maus administradores estará condenado ao mesmo destino das empresas e famílias mal administradas - o fracasso.
Não faz nem uma semana que ocorreram as eleições, e o primeiro projeto do novo governo já está na praça - recriar a CPMF. Apoiado, inclusive, por oposicionistas, que tinham na derrubada da CPMF a sua única vitória em 8 anos de governo Lula.
Nenhum administrador ou pai de família tem o poder de elevar suas receitas no montante necessário para pagar suas despesas. Desta forma, cabe ao administrador sempre administrar recursos escassos. Administrar é de fazer as despesas caberem nas receitas. Ponto.
Portanto, aqueles que para administrar precisam retirar, na forma de leis, mais recursos da já sacrificada sociedade, nada mais são do que incompetentes e incapazes.
E se são incompetentes e incapazes, não deviam sequer ter se candidatado aos cargos para os quais forem eleitos.
Enquanto o Brasil for administrado por maus administradores estará condenado ao mesmo destino das empresas e famílias mal administradas - o fracasso.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Vale à pena?
Os que acompanham o blog sabem que acabo de voltar de duas semanas de "férias". Escrevo "férias" entre aspas porque entendo que esta palavra não mais representa adequadamente o período em que ficamos afastados do nosso local de trabalho.
Como o trabalho nos acompanha onde quer que estejamos, seja na forma de e mails ou de ligações no celular, a língua portuguese precisa de uma nova expressão entre férias e trabalho para representar adequadamente este lapso de tempo ausente do escritório.
Nas minhas "férias" trabalhei todos os dias, à exceção dos dias 30 e 31. 2 ou 3 horas de trabalho por dia, ao contrário das 12 diárias (em média) no escritório, mas trabalho de qualquer forma.
Domingo dia 24 foi o mais cansativo. Deixamos o navio às 6:15h da manhã e fomos para o aeroporto, para embarcar às 14h. Chegamos ao destino após as 18h, aluguei um carro e dirigi por umas duas horas. Paramos numa cidade do caminho, fomos procurar um hotel, nos registramos, descarregamos o carro e fomos procurar lugar para comer. Voltamos ao hotel após as 22h e enquanto minha esposa tomava banho e iniciava sua noite de sono eu trabalhava.
Nesta madrugada, de 3 para 4 de novembro, saí do escritório após a meia-noite.
Hoje à tarde eu estava tão tenso com as pressões e cobranças que minhas mãos tremiam de forma constante.
A questão é - vale à pena? Ou eu estaria melhor se vivêsse numa praia do nordeste, próximo ao mar, às custas do bolsa família? Em qual das circunstâncias eu teria melhor qualidade de vida?
É uma pergunta difícil de responder. Tem que pensar bastante.
No entanto, a resposta seria inútil, pois no meu DNA (na minha programação existencial) foi gravado: trabalhar e lutar para progredir. sempre.
Como o trabalho nos acompanha onde quer que estejamos, seja na forma de e mails ou de ligações no celular, a língua portuguese precisa de uma nova expressão entre férias e trabalho para representar adequadamente este lapso de tempo ausente do escritório.
Nas minhas "férias" trabalhei todos os dias, à exceção dos dias 30 e 31. 2 ou 3 horas de trabalho por dia, ao contrário das 12 diárias (em média) no escritório, mas trabalho de qualquer forma.
Domingo dia 24 foi o mais cansativo. Deixamos o navio às 6:15h da manhã e fomos para o aeroporto, para embarcar às 14h. Chegamos ao destino após as 18h, aluguei um carro e dirigi por umas duas horas. Paramos numa cidade do caminho, fomos procurar um hotel, nos registramos, descarregamos o carro e fomos procurar lugar para comer. Voltamos ao hotel após as 22h e enquanto minha esposa tomava banho e iniciava sua noite de sono eu trabalhava.
Nesta madrugada, de 3 para 4 de novembro, saí do escritório após a meia-noite.
Hoje à tarde eu estava tão tenso com as pressões e cobranças que minhas mãos tremiam de forma constante.
A questão é - vale à pena? Ou eu estaria melhor se vivêsse numa praia do nordeste, próximo ao mar, às custas do bolsa família? Em qual das circunstâncias eu teria melhor qualidade de vida?
É uma pergunta difícil de responder. Tem que pensar bastante.
No entanto, a resposta seria inútil, pois no meu DNA (na minha programação existencial) foi gravado: trabalhar e lutar para progredir. sempre.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Adoção
Amigos, sigo percorrendo os caminhos da burocracia brasileira, na tentativa de adotar um filho. Os leitores sabem, somos um país rico, não há crianças em situação de necessidade...
Hoje, 3 de novembro, fui intimado de que a vara da família aceitou a ... minha inscrição da fila dos candidatos à adoção.
Entre o pedido e o ingresso na fila foram 7 meses.
Agora só falta esperar mais alguns anos para a fila andar...
Hoje, 3 de novembro, fui intimado de que a vara da família aceitou a ... minha inscrição da fila dos candidatos à adoção.
Entre o pedido e o ingresso na fila foram 7 meses.
Agora só falta esperar mais alguns anos para a fila andar...
Votam contra
Este blog está em recesso em relação a assuntos de política brasileira até que voltemos a ter liberdade e respeito às garantias constitucionais.
Mas li num comnetário feito em outro blog algo que não posso deixar de replicar aqui, pois achei a lógica muito interessante: o nordeste teima em sempre votar de forma contrária aos eleitores de São Paulo. No entanto, para qual estado os nordestinos migram em busca de melhores condições de vida?
É como se votassem pela destruição, mas procurassem se proteger dela migrando para dentro das seguras fronteiras do estado de São Paulo.
Mas li num comnetário feito em outro blog algo que não posso deixar de replicar aqui, pois achei a lógica muito interessante: o nordeste teima em sempre votar de forma contrária aos eleitores de São Paulo. No entanto, para qual estado os nordestinos migram em busca de melhores condições de vida?
É como se votassem pela destruição, mas procurassem se proteger dela migrando para dentro das seguras fronteiras do estado de São Paulo.
Socialização do prejuízo
O que faz uma família normal quando suas despesas ameaçam ultrapassar o limite do orçamento doméstico? Se forem pessoas conscientes, apertam o cinto e reduzem as despesas, para que elas caibam no orçamento. Se forem irresponsáveis, seguem gastando, e usam o endividamento para fechar a conta entre tamanho do orçamento e tamanho das despesas. Passam então a pagar juro sobre este endividamento (mais despesas) e logo se vêm em meio a um oceando de dívidas do qual não conseguem sair.
Vem a inadimplência e os credores começam a executar as dívidas, e vão tirando bens que essas pessoas eventualmente possuam. Ao final do processo, geralmente terminam sem nada - sem dinheiro, sem bens e sem crédito na praça.
A realidade dos governos, apesar de mais complexa é, essencialmente, a mesma. Quando as despesas públicas ultrapassam as receitas, os governos responsáveis seguram as despesas.
Mas vocês conhecem governo responsável?
Então, a maioria dos governos simplesmente ignora a realidade, e passa a viver não só das receitas públicas mas, também, dos ingressos decorrentes de endividamento público. Parece até que quanto pior é a situação de caixa, mais benesses os governantes distribuem.
A partir daí o orçamento público, que não é suficiente para pagar nem as despesas correntes, passa a ter que pagar também a dívida. Como os gastos só crescem, esta conta não fecha nunca. Logo, os governos se endividam para pagar não só despesas correntes mas, também, para pagar dívidas que estão vencendo. É assim no Brasil, é assim na administração Obama.
E de onde vem o dinheiro que é emprestado ao governo? Cai do céu? Você, cidadão comum, acha que não tem nada a ver com isso? Está enganado.
lembra daqueles R$500,00 que conseguiu economizar com muito sacrifício e aplicou num fundo de renda fixa do seu banco? pois bem, o senhor pensa que o seu dinheiro está nas mãos do seu banco de confiança, mas está enganado. Tão logo o seu banco recebe o seu dinheiro em aplicação, ele imediatamente compra títulos públicos. Logo, o senhor, sem saber, passa a ser credor do governo. Eu sou, provavelmente todos os leitores também o sejam.
O esquema de funcionamento do endividamento público funciona mais ou menos como as famosas maracutaias, digo, como as famosas pirâmides. Enquanto há mais gente disposta a emprestar para o governo do que gente resgatando sua dívida, o sistema é perfeito. Mas...nenhuma pirâmide dura para sempre...
O endividamento público interno do Brasil, segundo informações que colhi na internet, anda na faixa de 1 trilhão e 800 bilhões de reais. É isso mesmo, não tem erro de digitação. Com selic na faixa de 10% a.a., isto significa que só a conta anual de juros fica na faixa de R$180 bilhões anuais.
Estou convencido que os grandes investidores são idiotas, mas não são idiotas para sempre. Mesmo que em ritmo de câmera lenta, em algum momento a ficha deles começa a cair e percebem que a dívida começa a ficar grande demais, pensam que tem copa e olimpíada pela frente, o que significará mais dívida pública e...começam a resgatar as suas aplicações e proteger o seu dinheiro.
Feito isto, a pirâmide está liquidada, e resta ao governo comunicar ao distinto público que a festa acabou e que não vão poder pagar o que devem. Como fez o governo argentino em passado recente. Como os grandes tubarões já terão pulado fora a esta altura do jogo, para quem sobra o mico? Sim, para mim, para você e para os milhões de pequenos e médios poupadores que sempre são chamados na hora de socializar os prejuízos.
Desta forma, a partir do dia 2 de janeiro de 2011, não terei mais nenhum centavo aplicado em fundos de renda fixa lastreados em títulos públicos.
Vem a inadimplência e os credores começam a executar as dívidas, e vão tirando bens que essas pessoas eventualmente possuam. Ao final do processo, geralmente terminam sem nada - sem dinheiro, sem bens e sem crédito na praça.
A realidade dos governos, apesar de mais complexa é, essencialmente, a mesma. Quando as despesas públicas ultrapassam as receitas, os governos responsáveis seguram as despesas.
Mas vocês conhecem governo responsável?
Então, a maioria dos governos simplesmente ignora a realidade, e passa a viver não só das receitas públicas mas, também, dos ingressos decorrentes de endividamento público. Parece até que quanto pior é a situação de caixa, mais benesses os governantes distribuem.
A partir daí o orçamento público, que não é suficiente para pagar nem as despesas correntes, passa a ter que pagar também a dívida. Como os gastos só crescem, esta conta não fecha nunca. Logo, os governos se endividam para pagar não só despesas correntes mas, também, para pagar dívidas que estão vencendo. É assim no Brasil, é assim na administração Obama.
E de onde vem o dinheiro que é emprestado ao governo? Cai do céu? Você, cidadão comum, acha que não tem nada a ver com isso? Está enganado.
lembra daqueles R$500,00 que conseguiu economizar com muito sacrifício e aplicou num fundo de renda fixa do seu banco? pois bem, o senhor pensa que o seu dinheiro está nas mãos do seu banco de confiança, mas está enganado. Tão logo o seu banco recebe o seu dinheiro em aplicação, ele imediatamente compra títulos públicos. Logo, o senhor, sem saber, passa a ser credor do governo. Eu sou, provavelmente todos os leitores também o sejam.
O esquema de funcionamento do endividamento público funciona mais ou menos como as famosas maracutaias, digo, como as famosas pirâmides. Enquanto há mais gente disposta a emprestar para o governo do que gente resgatando sua dívida, o sistema é perfeito. Mas...nenhuma pirâmide dura para sempre...
O endividamento público interno do Brasil, segundo informações que colhi na internet, anda na faixa de 1 trilhão e 800 bilhões de reais. É isso mesmo, não tem erro de digitação. Com selic na faixa de 10% a.a., isto significa que só a conta anual de juros fica na faixa de R$180 bilhões anuais.
Estou convencido que os grandes investidores são idiotas, mas não são idiotas para sempre. Mesmo que em ritmo de câmera lenta, em algum momento a ficha deles começa a cair e percebem que a dívida começa a ficar grande demais, pensam que tem copa e olimpíada pela frente, o que significará mais dívida pública e...começam a resgatar as suas aplicações e proteger o seu dinheiro.
Feito isto, a pirâmide está liquidada, e resta ao governo comunicar ao distinto público que a festa acabou e que não vão poder pagar o que devem. Como fez o governo argentino em passado recente. Como os grandes tubarões já terão pulado fora a esta altura do jogo, para quem sobra o mico? Sim, para mim, para você e para os milhões de pequenos e médios poupadores que sempre são chamados na hora de socializar os prejuízos.
Desta forma, a partir do dia 2 de janeiro de 2011, não terei mais nenhum centavo aplicado em fundos de renda fixa lastreados em títulos públicos.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
O terrorismo venceu...
Não, não estou falando sobre o resultado da eleição no Brasil, já que o blog se encontra em recesso sobre assuntos de política nacional. Estou falando sobre a questão EUA X terrorismo.
Entendo que o terrorismo venceu porque os terroristas conseguiram mudar muitas coisas na vida dos americanos. Mesmo que nunca mais ocorra um outro 11 de setembro, a rotina dos americanos nunca mais será a mesma.
Há muitas questões de redução de liberdades, invasão de privacidade, redução de direitos, etc. que, apesar de relevantes, não conheço em profundidade para comentar.
Mas conheço, porque uso, o stress em que se transformou viajar de avião nos EUA, para os americanos e para todos os que lá visitam. E pior, o que já existe em termos de segurança é só o começo, daqui alguns anos será muito pior. Em alguma caverna no norte do Paquistão os terroristas devem saborear diariamente o transtorno que conseguem causar na vida de milhões de passageiros. Da mesma forma, devem estudar as brechas ainda existentes no sistema de segurança, procurando identificar pontos vulneráveis por onde atacar novamente.
As filas para passar pelos procedimentos de segurança para ter acesso às áreas de embarque dos aeroportos são imensas. O “atendimento” do pessoal das equipes de segurança é, na melhor das hipóteses, grosseiro. Para eles, todos que por ali passam, são terroristas em potencial. Temos que tirar sapato, cinto, computador, relógio, tudo isto no meio de uma multidão nervosa, irritada e com pressa de chegar aos seus portões de embarque.
Vi que em alguns aeroportos americanos já há scanners que mostram o passageiro nu para os agentes de segurança. Há uma polêmica nos EUA sobre o uso desses scanners, mas é provável que em breve estejam em todos os aeroportos do país.
A agência de segurança aérea americana (TSA) inspeciona malas de passageiros em base de amostragem. A amostra deve ser bem grande, já que realizei apenas dois vôos internos nos EUA (um de ida e outro de volta) e minha mala caiu na “amostragem” nos dois vôos. No vôo de ida eles apenas arrebentaram a fechadura, mas a mala ainda ficou em condições de uso (apesar de não poder ser mais trancada). Já no vôo de volta o procedimento de segurança foi mais “rigoroso” – a mala foi literalmente destruída, e chegou ao Brasil em frangalhos, que eram mantidos unidos com pedaços de fita adesiva contendo o logotipo da TSA...Mas não bastou destruir a mala. Destruíram todos os itens de maquiagem da minha esposa que estavam dentro da mala. Não subtraíram nada, estava tudo lá, mas todos os itens estavam destruídos, incluindo itens novos que ela comprou durante a viagem e que não havia utilizado. Mas não bastou destruírem as maquiagens, esvaziaram os tubos de xampu, dentro da própria mala...
Enfim, considerando a perda da mala (nova), das maquiagens e dos xampus, um prejuízo de algumas centenas de dólares. A conta vai para quem? Para o Bin Laden e sua trupe?
Entendo que o terrorismo venceu porque os terroristas conseguiram mudar muitas coisas na vida dos americanos. Mesmo que nunca mais ocorra um outro 11 de setembro, a rotina dos americanos nunca mais será a mesma.
Há muitas questões de redução de liberdades, invasão de privacidade, redução de direitos, etc. que, apesar de relevantes, não conheço em profundidade para comentar.
Mas conheço, porque uso, o stress em que se transformou viajar de avião nos EUA, para os americanos e para todos os que lá visitam. E pior, o que já existe em termos de segurança é só o começo, daqui alguns anos será muito pior. Em alguma caverna no norte do Paquistão os terroristas devem saborear diariamente o transtorno que conseguem causar na vida de milhões de passageiros. Da mesma forma, devem estudar as brechas ainda existentes no sistema de segurança, procurando identificar pontos vulneráveis por onde atacar novamente.
As filas para passar pelos procedimentos de segurança para ter acesso às áreas de embarque dos aeroportos são imensas. O “atendimento” do pessoal das equipes de segurança é, na melhor das hipóteses, grosseiro. Para eles, todos que por ali passam, são terroristas em potencial. Temos que tirar sapato, cinto, computador, relógio, tudo isto no meio de uma multidão nervosa, irritada e com pressa de chegar aos seus portões de embarque.
Vi que em alguns aeroportos americanos já há scanners que mostram o passageiro nu para os agentes de segurança. Há uma polêmica nos EUA sobre o uso desses scanners, mas é provável que em breve estejam em todos os aeroportos do país.
A agência de segurança aérea americana (TSA) inspeciona malas de passageiros em base de amostragem. A amostra deve ser bem grande, já que realizei apenas dois vôos internos nos EUA (um de ida e outro de volta) e minha mala caiu na “amostragem” nos dois vôos. No vôo de ida eles apenas arrebentaram a fechadura, mas a mala ainda ficou em condições de uso (apesar de não poder ser mais trancada). Já no vôo de volta o procedimento de segurança foi mais “rigoroso” – a mala foi literalmente destruída, e chegou ao Brasil em frangalhos, que eram mantidos unidos com pedaços de fita adesiva contendo o logotipo da TSA...Mas não bastou destruir a mala. Destruíram todos os itens de maquiagem da minha esposa que estavam dentro da mala. Não subtraíram nada, estava tudo lá, mas todos os itens estavam destruídos, incluindo itens novos que ela comprou durante a viagem e que não havia utilizado. Mas não bastou destruírem as maquiagens, esvaziaram os tubos de xampu, dentro da própria mala...
Enfim, considerando a perda da mala (nova), das maquiagens e dos xampus, um prejuízo de algumas centenas de dólares. A conta vai para quem? Para o Bin Laden e sua trupe?
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