Do Felipe Moura Brasil:
"Eu antecipei no Twitter: "Massacre no Rio será usado por militantes do desarmamento. Não se engane! Eles querem só bandidos e psicopatas armados". Eram 13 horas. Dali a pouco, o ex-policial Rodrigo Pimentel já falava na TV em "retirar armas da rua". Depois vieram "especialistas". Jornalistas. Ministro da Justiça. José Sarney. Todo o front do atraso nacional querendo a nossa família tão indefesa quanto as crianças na escola de Realengo.
Como eu sabia? Ora. A única coisa que não se atrasa no Brasil é o atraso. Ele sempre chega na hora. Às vezes, até se adianta. Mas atrasar? Nunca! Um drama comove o país e lá está ele: pontual, previsível, irremediável - com o mesmo kit de ideias retrógradas, argumentos chinfrins e omissões providenciais já tantas vezes desmoralizado em outros lugares e épocas. Dilma Rousseff alegou ainda que o massacre "não é característica nossa". Nossa característica, eu dizia no artigo anterior, é sermos assassinados aos pouquinhos e espaçadamente, sem reparar na soma total. Matemática não é o nosso forte. Entre 65 países, tiramos o 57º lugar.
Para justificar a eficácia do desarmamento, Pimentel sacou as palavrinhas mágicas da persuasão contemporânea: "Está provado. É científico!". Nem precisou mostrar o estudo comprobatório, ou explicar por que bandidos e psicopatas devolveriam suas armas. Vai ver assistiu aos filmes do Michael Moore e acreditou. Nos Estados Unidos, o que é "científico", na verdade, é justamente o contrário. Segundo o estudo dos economistas John Lott e Bill Landes, "de 1977 a 1999, os estados que adotaram leis que permitiam o porte livre de armas apresentaram uma queda de 60% nos ataques contra indivíduos e uma queda de 78% nas mortes em consequência de tais ataques". Os motivos? Tanto o temor de uma reação pode dissuadir um criminoso quanto a presença de alguém armado pode interrompê-lo. E a maioria dos americanos sabe que nem sempre há tempo para esperar pela polícia."
segunda-feira, 11 de abril de 2011
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