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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Seca

Segundo Lobão, nos barcos que navegam nos rios da Amazônia e nos garimpos só se assiste a Globo. Pobre povo.

No aeroporto onde aguardo o embarque não é diferente, e a televisão está sintonizada no chatíssimo programa da Fátima Bernardes. O programa apresenta uma reportagem sobre os horrores da seca no nordeste. Na sequência entra no ar um meteorologista, que afirma que não há previsão de chuvas no horizonte. Péssima notícia. Interessante que quando a palavra volta para Fátima ela solta uma "ótimo, fulano". Como "ótimo" se o fulano acabou de anunciar mais desgraça?

Mas, enfim, enquanto assisto a reportagem me vem à memória uma tarde de domingo do ano de 2004. Numa cadeia de rádio e televisão o então ministro da integração Ciro Gomes (ele mesmo um produto da seca) anuncia a realização da transposição do São Francisco. Ciro divide sua fala ministerial entre momentos em que anuncia o  paraíso na terra e momentos em que bate no governo anterior (FHC) por não ter feito a transposição. O ministro afirma que a obra (que ficará pronta em tempo recorde) custará menos do que o governo FHC gastava por ano com a seca.

Quase 10 anos se passaram, e nada de transposição de água, somente transposição de bilhões de reais para o bolso de empreiteiros. Por onde anda Ciro Gomes? Parece que agora é comentarista esportivo... E o nordeste atravessa uma das maiores secas de sua história.

A seca produz tragédias, produz miséria e produz ignorância. E a ignorância produz políticos como Ciro Gomes, que precisam manter o povo pobre e ignorante para continuar tendo votos.

Mas se a natureza limitou os efeitos das secas a determinadas regiões, uma invenção do homem  (a democracia) consegue espalhar os efeitos da seca por todo o país. As multidões de nordestinos, sofridos pelas secas, votam unidos em políticos do PT, garantindo que o país todo, aos poucos, se transforme num grande sertão.

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