No início da noite do dia 29 de setembro de 1992 eu agitava uma bandeira do Brasil na janela do meu apartamento, enquanto algumas lágrimas corriam pela face. Collor acabava de ser afastado do governo. Nos prédios vizinhos bandeiras também eram agitadas, na rua os carros buzinavam e ao longe ouvia-se o foguetório. Imagino que a cena se repetia pelo país inteiro.
Lula e o PT haviam estado entre os líderes do processo de impeachment. Nunca gostei de Lula, mas à época achei que o afastamento de Collor representaria um ponto de virada histórica na política brasileira, um recado aos políticos de que a nação não aceitava mais determinadas condutas.
Se ali, naquele momento, alguém chegasse para mim e dissesse que um dia eu ouviria um jingle assim: "é Lula apoiando Collor, é Collor apoiando Dilma" - eu responderia prontamente - está louco!
Pois é verdade, este é o jingle de Collor, canidato ao governo de Alagoas.
A que ponto descemos. Praticamente todos (pessoas, instituições, veículos de comunicação) que foram ativos no caso contra Collor em 1992 contnuam bastante ativos. Só que agora trabalham para encobrir ou relativizar a corrupção do PT e de seus aliados.
O erro de Collor em 1992 não foi a corrupção. Seu grande erro foi não fazer parte do PT
quinta-feira, 22 de julho de 2010
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