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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Não entendo esse mundo moderno

Sou uma pessoa deslocada neste mundo moderno. Sou um cidadão de outra época. É como se o “meu” mundo tivesse ficado lá pelos anos 70, 80.

A modernidade não me atrai. O consumismo que ocupou todos os espaços da vida moderna não me atrai, o relativismo de valores, tão em moda, não me atrai, assim como não me atrai a maioria das novidades tecnológicas que enlouquece meus contemporâneos.

Não estou escrevendo para defender esta forma de ser, estou apenas relatando como sou.

Uma das coisas da vida moderna que ainda não consegui entender a utilidade/atratividade é o Twitter. De fato, nunca usei a ferramenta, então minha crítica não é com conhecimento de causa. Mas....em 140 caracteres é impossível (ou muito difícil) produzir algo com conteúdo. Então, resta aos usuários, basicamente, tuitar irrelevâncias.

Os artistas aderiram em massa a esta nova ferramenta, como, aliás, aderem a tudo que lhes ajude a permanecer em exposição. E tome irrelevância: “estou saindo para o meu show”, e coisas do gênero. E milhares de seguidores acompanhando. William Bonner chega ao ponto de fazer no seu Twitter uma espécie de concurso sobre qual gravata usar durante o Jornal Nacional. Cumpriria muito melhor seu papel na sociedade se estivésse menos preocupado com gravatas e mais em mostrar o Brasil como ele é, e não como o PT quer que ele pareça.

Mas o fato é que o Twitter é uma febre moderna e todos, incluindo os artistas, utilizam a ferramenta para abrir suas vidas para o mundo, independentemente da irrelevância dos acontecimentos.

Mas por que resolvi implicar com o Twitter hoje?

Porque ontem à tarde li na internet uma notícia que me entristeceu – a morte por atropelamento do filho mais novo de Cissa Guimarães. Mas à noite, em casa, assisti à cobertura da tragédia pelos noticiários e vi que amigos, parentes e até a própria Cissa utilizaram o Twitter para expressar seu sofrimento ou enviar condolências. Como sou deslocado entre os modernos, fiquei impressionado com isto, pensando que agora até o sofrimento, a dor, tem que ser público, tem que ser espetáculo. Que mundo é este?

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