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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Teles

Tempos atrás li sobre uma pesquisa onde foi colocada a seguinte questão aos entrevistados: "a inflação antes do plano real era maior ou menor do que a atual". Cerca de 60% responderam que era menor.

Com uma falta de memória desta magnitude um povo está condenado a repetir eternamente os mesmos erros, a ser sempre vítima do destino, jamais senhor do seu destino.

Já vi gente dizer: "antes da privatização a telefonia era melhor". O sujeito diz esta bobagem sem sequer perceber que está fazendo uma afirmação impossível, jpa que antes da privatização ele sequer tinha acesso à comunicação, logo a comparação é impossível. Antes da privatização a telefonia era algo reservado aos detentores de muita grana. E se dependesse da política estatizante do PT seria assim até hoje.

Eu não me incluo entre os desmemoriados. Lembro muito bem como eram as coisas, apesar de que ter memória no Brasil mais atrapalha do que ajuda...

Reconheço os avanços da telefonia de 1998 para cá, mas isto não me impede de criticar a qualidade do serviço prestado pelas teles. Via de regra p serviço é ruim. Apesar do mercado ser disputado por ferozes concorrentes, esta concorrência se dá no campo da propaganda e das tarifas, não no campo da qualidade do serviço. Neste aspecto todas as teles se colocaram numa zona de conforto da mediocridade, e nenhuma ameaça a outra.

Entre os diversos problemas que enfrento com telefonia, vou narrar uma situação recente, envolvendo a Tim, que parece surrealista.

Em 2009 contratei o serviço de banda larga móvel da empresa. A contratação envolveu a compra do modem e um prazo de fidelidade (acho que 24 meses). Pois bem, em maio deste ano o modem estragou. Às vezes funcionava, às vezes não. Entrei em contato com o consultor Tim que nos atende, comuniquei o problema e solicitei um outro modem, para substituir o defeituoso.

Então o consultor passou a me explicar, com aquele vocabulário que passa ao largo da nossa compreensão, que a Tim não trabalhava mais com aquele modem nem com o plano de internet que eu tinha, logo era impossível fazer a substituição. Eu precisava comprar um modem novo e contratar o novo plano, se quisesse continuar usando o serviço.

Perguntei o preço do novo plano e vi que não era muito diferente do que eu já pagava, então concordei com a contratação. Aí, entramos na segunda parte da conversa - segundo ele eu teria que pagar uma multa por romper a fidelidade do plano anterior antes do prazo...

Mas como assim? Eu não estou rompendo, o produto é que parou de funcionar e a Tim não pode fazer a substituição. "Ah, mas a única forma de evitar a multa é continuar pagando a mensalidade do plano antigo até o fim do prazo de fidelidade." Mesmo que eu não use e que o problema não seja culpa minha? "Sim".

Confesso que neste momento até me deu vontade de aderir à revolução bolivariana, invadir a sede da Tim e cravar a bandeira do PT na mesa do presidente da empresa...

Mas passados este lapso de pensamento insano, recobrei a razão e ... tive um ataque histérico. O consultor da Tim, assustado, propôs então o seguinte: "o senhor continua pagando a mensalidade do plano antigo, mas eu consigo incluir na fatura um desconto mensal equivalente ao valor cobrado".

Ah, bom. Mas se esse pessoal das teles não abrir os olhos vão acabar sendo vítimas de nacionalização bolivariana...

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