segunda-feira, 15 de agosto de 2011
A esperança é a guerra interna
Alguns esquemas criminosos poderiam ser quase perfeitos. Ocorre que nunca são. As notícias que recebemos de máfias, cartéis de drogas, morros cariocas, etc., são de guerra interna permanente, de assassinatos, traições.
Por que isto ocorre? Pela ganância humana, que existe em todos nós, principalmente naqueles que se dizem esquerdistas. Sim, os capitalistas até podem aceitar que outros também tenham, mas os esquerdistas não – tem que ser tudo prá eles, e o resto na miséria.
Mas o fato é que a ganância humana é impossível de ser satisfeita. O acordo que parece bom hoje, sempre parece pouco amanhã. O que considero justo hoje, sempre parece injusto amanhã. Se estou satisfeito hoje, amanhã já acho que estou ganhando pouco.
Como os esquemas de crime organizado, por maiores que sejam, não conseguem produzir uma quantidade infinita de recursos, a guerra interna se torna inevitável e, à medida em que avança, vai enfraquecendo o próprio esquema.
Vivemos hoje no Brasil uma situação que seria inimaginável 15 anos atrás. Instalou-se uma cleptocracia no poder, cujo único propósito é o saque ao cofre público. Todas (ou quase todas) as instituições que haviam sido pensadas para conter uma situação como esta, dentro de um sistema de pesos e contrapesos, aderiram ao esquema. Até as forças armadas, tidas como reserva moral da sociedade, parece ter apodrecido.
A mim, parece uma situação sem saída. Não restou força ou instituição para representar a saída.
Em texto de hoje, Reinaldo Azevedo parece ainda acreditar em saída democrática. Me parece ingenuidade, talvez provocada pelo desespero da situação.
A única esperança que vejo para o país é a guerra interna implodir o esquema. Se isto não ocorrer, seremos a primeira sociedade a ser gerida por uma máfia, que nos cobra pelo direito de existirmos, de trabalharmos, de ir e vir, sem nenhuma instituição ou força para combatê-la.
No velho oeste americano existiram algumas cidades remotas, sem lei. Eram o paraíso dos criminosos, que para elas podiam fugir quando as coisas apertavam. Contudo, mais cedo ou mais tarde a lei acabava chegando por lá, e era fim de festa.Eram “paraísos” com prazo de validade. No entanto, ninguém nunca havia pensado num país inteiro sem lei. Esta é uma criação genuína do Lula.
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