Creio que os leitores conheçam o conceito de inflação. Se a inflação de um período for, por exemplo, 10%, significa que $100 no início do período valerão efetivamente $90 ao final do período.
Povo que viveu anos com inflação anual superior a 1.000% deveria ter este conceito sempre present,, e na ponta da língua.
Se no mesmo período relatado acima eu emprestar meu dinheiro para alguém com juros de 6% significa que, ao final do período, além de não ganhar nada, terei perdido 4%. Se emprestar com juros de 11%, ao final do período terei ganho apenas 1%.
Num texto de hoje o Reinaldo Azevedo narra seu almoço de domingo com um banqueiro e conta que, lá pelas tantas, ele perguntou ao banqueiro se havia razão para o juro ser tão alto no Brasil. O banqueiro tentou engatar uma explicação, mas desistiu e concluiu "não, não há nenhuma razão".
Humildemente postei um comentário alertando para o seguinte - a taxa selic anual no Brasil está em 12,5%, o que é ventilado por aí como a "maior do mundo". No entanto, a inflação de 2010, segundo o IGPM, foi de 11,3%, logo, se desconsiderada a inflação, a taxa de juros anual real estaria em 1,2%, o que a colocaria entre as menores do mundo.
O comentário foi inicialmente publicado mas, algumas horas depois, voltei ao texto e ele havia sido excluído. Não entendi a razão da exclusão. Será que em tão poucos anos desde o plano real eles já esqueceram do conceito de inflação, e de como excluir dos cálculos o efeito inflacionário do período?
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
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