quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Férias no Brasil
Estou no interior de São Paulo, uma das regiões mais ricas do Brasil.
Passei o dia de hoje numa empresa que tem 35 anos de existência, e começou do zero, fundada em 1976 pelo filho de um taxista. Uma história que só o capitalismo permite.
Hoje a empresa possui mais de 300 funcionários, e fatura mais de R$100 milhões por ano.
Contudo, a continuidade dos negócios se torna cada vez mais difícil. Alguns fatores:
- O real valorizado derrubou a exportação;
- O produto feito na China está 40% mais barato que o fabricado no Brasil, e começa a tomar o mercado daqui também;
- Os clientes nacionais (incluindo estatais) fazem exigências de qualidade para esta empresa, mas não repetem as mesmas exigências para os fornecedores chineses;
- Depois de décadas de ambiente tranquilo na empresa, tornou-se comum o empresário chegar e encontrar um caminhão da CUT na frente do portão, com sistema de som, tentando "incendiar" os empregados.
Conversávamos sobre a dificuldade de sobreviver produzindo no Brasil, face ao avanço chinês e, também, face às dificuldades criadas pelo governo petista, incluindo a atuação do seu braço sindical.
O empresário então me narrou o seguinte - recentemente contratou um grupo de brasileiros que retornavam de uma temporada de trabalho no Japão. Uns três meses depois, chamou o pessoal e perguntou o que estavam achando do trabalho, ao que responderam que isto não era trabalho, que se sentiam em férias no Brasil. Trabalho, segundo eles, era o que enfrentavam nas fábricas do Japão.
Observação importante - o gerente de RH da empresa já foi chamado no sindicato duas vezes para levar bronca porque a empresa "estaria exigindo demais de seus funcionários".
Para finalizar - o sindicato percebeu que sua pregação na frente da empresa dava pouco ibope quando o dono da empresa estava lá. As pregações começaram então a ocorrer quando ele estava em viagem. O empresário ficou intrigado, tentando saber como o sindicato sempre sabia quando ele estava em viagem. Investigação realizada e explicação encontrada - o sindicato pagava R$700 por mês para que um funcionário da empresa ligasse avisando sempre que o pattrão estivesse em viagem...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário