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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pesquisas

Penso que deveria criar um site para deixar registrado com números e fatos a história de que os institutos de pesquisa tradicionalmente erram a favor de quem está no poder. E com seus erros acabam induzindo muitos eleitores de “cabeça fraca”. Mas ao mesmo tempo, penso – criar um site como este para quem ler? No Brasil ninguém lê nada, e brasileiro não consegue lembrar nem o que vestiu ontem...

Se fôssemos um país sério, com povo razoavelmente educado, os institutos de pesquisa já não atuariam mais em eleições, como bem decidiu o instituto Gallup, nos Estados Unidos. Como somos um país de ignorantes, a cada eleição as previsões sem pé nem cabeça dos institutos voltam a ser apresentadas como verdades bíblicas.

Lembro apenas de alguns poucos casos mais famosos, e bem recentes, infelizmente esquecidos por quase todos:

Eleição para governador da Bahia em 2006. Os donos do poder no estado eram ACM e o PFL. Todas as pesquisas mostravam vitória de Paulo Souto no primeiro turno. Abertas as urnas deu vitória de Jaques Wagner (candidato do PT) no primeiro turno. O que disse Jaques Wagner à época? "Agora quem tem que explicar são os institutos de pesquisa, não eu. Eles é que têm que dizer se estavam mentindo, se estavam vendidos" 4 anos depois o petista Jaques Wagner agora acredita em pesquisas desde criancinha...

Primeiro turno das eleições presidenciais de 2006. As pesquisas mostravam vitória de Lula no primeiro turno, com cerca de 57% dos votos válidos, e mais de 20% de dianteira em relação a Alckmin. Abertas as urnas os resultados foram os seguintes: Lula 48,61% dos votos válidos, Alckmin 41,64% dos votos válidos. Menos de 7% de diferença e segundo turno. No segundo turno a campanha de Alckmin perdeu o rumo, e foi um desastre. Agora, sem nem o “Deus” Lula conseguiu vencer o desconhecido Alckmin em primeiro turno, os institutos querem nos convencer de que a desconhecida Dil-má derrota o super conhecido Serra em primeiro turno. E tem gente que acredita.

Primeiro turno das eleições para governador do Rio Grande do Sul em 2006. O governador era Germano Rigotto. Todas as pesquisas mostravam Rigotto em primeiro e Olivio Dutra (do PT) em segundo. Abertas as urnas, Rigotto sequer foi ao segundo turno, que acabou disputado por Dutra e Yeda Crusius.

Segundo turno das eleições para o governo do Paraná em 2006. O governador era Requião, e todas as pesquisas mostravam vitória fácil de Requião, com 6% de vantagem. Acreditando nas pesquisas, muitos eleitores de Osmar deixaram de votar e foram passar o fim de semana na praia. Abertas as urnas o resultado foi o seguinte: Requião venceu com 50,1% dos votos e Osmar ficou com 49,9%. A diferença foi 0,2%. Que falta fizeram os eleitores da praia, já que a diferença total foi de 10.000 votos. O que disse na época o agora petista Osmar Dias? “O IBOPE e o DATAFOLHA não apontaram sequer eleições num segundo turno no Paraná. Então, não deveriam ter voltado a fazer pesquisas no estado".

Eleições para prefeito de São Paulo em 2008. As pesquisas mostravam um massacre histórico de Marta Suplicy. A imprensa criva o clima de já ganhou dizendo: “se Marta está com Lula, como ela poderia perder as eleições? A popularidade de Lula elege quem ele quiser.” (acho que já vi isto em outro lugar...). Abertas as urnas, o resultado foi o seguinte: não só Marta não ganhou a eleição no primeiro turno, como no segundo tomou uma surra de votos do desconhecido Gilberto Kassab.

Um comentário:

  1. .

    Perfeito a sua análise! Os institutos de pesquisas no Brasil têm métodos "chavistas" e criam números de acordo com os seus interesses. É uma vergonha o povo cair nessa armadilha armada nos porões do PT.

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