Sexta-feira à noite recebi a visita da recenseadora do IBGE. A última vez em que havia respondido a um censo foi há cerca de 20 anos atrás. Lembro que na oportunidade a recenseadora perguntou quantos livros eu lia por ano. Achei interessante.
Agora, no censo do século XXI, não se fala mais em livros. A recenseadora estava preocupada em saber a cor de cada uma das pessoas da família. Sinal dos tempos. Como os brancos estão ameaçados de extinção no Brasil, não tive dúvidas – me declarei pardo. Será que sendo pardo tenho direito a alguma cota?
Sábado fui cortar o cabelo. Estava tranqüilo, “lendo” a Playboy da Cleo Pires enquanto o barbeiro trabalhava e, em outro lugar do salão, alguém ligou uma televisão na Globonews. Advinha...estava passando pesquisa. A apresentadora fala em câmera lenta palavra, tempo, palavra, tempo, palavra, tempo. Deve ser para que as pessoas de raciocínio mais lento possam absorver a informação de em quem devem votar.
Em 1992 eu estudava inglês no Berlitz e um dos colegas de classe “falava” inglês assim: palavra, tempo, palavra, tempo, palavra. Sempre levava bronca da professora, que dizia: “isto que você fala não é uma linguagem”. Mal sabia aquela professora que 18 anos depois seria necessário falar assim para trabalhar no jornalismo da Globo...
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
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