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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Decidir ou não decidir?

Decidir parece algo simples, mas não é. Algumas pessoas são completamente desprovidas da capacidade de decidir qualquer coisa. Um ex-governador do Rio Grande do Sul, conhecido como “pilar moral” do congresso, era famoso, enquanto governador, por sua completa incapacidade de decidir. Diziam dele: “se for se hospedar num hotel e lhe derem um quarto com duas camas, dormirá no chão em função da incapacidade de decidir por uma das camas”. Só a política é que consegue levar alguém com este perfil ao cargo máximo do poder executivo.

Aliás, a política é até um terreno fértil para propagação de indecisos, afinal quem nunca decide nada nunca se compromete com nada, logo tende a passar sempre incólume pelos problemas, enquanto adversários mais decididos vão ficando pelo caminho, pagando por eventuais decisões erradas.

No meu trabalho sou obrigado a tomar centenas de decisões por dia. A maioria delas, quase irrelevante. Outras, no entanto, de alto risco. Mas alguém tem que decidir senão o barco pára, e, quando olho ao redor, funcionários e clientes muitas vezes abaixam a cabeça, como forma de se furtar de participar do processo decisório. Nestas muitas ocasiões, para o barco continuar andando, eu vou tomando as decisões que precisam ser tomadas, dentro do escopo do que me sinto capaz de decidir.

Mas quem decide no Brasil paga um preço caro por isto. É comum que, tão logo a decisão seja tomada, aqueles que se furtaram de participar do processo decisório reapareçam praticando a sua especialidade – criticar a decisão tomada.

Seria muito mais confortável aos que decidem se esquivarem desse ônus e juntarem-se à multidão de indecisos...

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