"Segundo esta visão, prevalecente nos media ocidentais, o que importa não é o acto, mas sim a que grupos pertencem quem o comete e quem o sofre.
Se o acto é cometido por indivíduos dos grupos "opressores", ou "dominantes", (brancos, ricos, judeus, ocidentais, homens), ele revela o carácter perverso da sua cultura e dos seus valores e é exposto e reportado de imediato, sem tergisversações e meias palavras.
Se é cometido por indivíduos dos grupos vistos como "oprimidos", "explorados", "dominados", enfim, pelo "underdog" ( negros, muçulmanos, pobres, minorias sexuais, etc), é relativizado, escamoteado, descontextualizado e, de modo algum pode ser utilizado como prova de que há algo de errado com a cultura e os valores desses grupos.
É a esta luz que se pode compreender o modo como a imprensa ocidental ignorou determinadamente a misogenia islâmica, e a violência, tão presentes e visíveis na Praça Tahrir.
Não é a verdade que lhe interessa, mas fazer parte da grande narrativa politicamente correcta.
Nesta narrativa, uma vítima só o é verdadeiramente quando pertence a um grupo "oprimido" e foi vitimizada por um indivíduo de um grupo "opressor".
Se esta geografia não estiver presente, o caso merece menos atenção. É por isso que quando são os "oprimidos" a vitimizarem outros "oprimidos", tudo se passa, em termos de cobertura noticiosa, muito mais discretamente e com explicações e justificações. Por exemplo, quando o Hamas matou centenas de palestinianos da AP, em Gaza, não houve grandes reportagens, indignações, ou caixas."
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
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