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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Memória

Um dos pontos frágeis dos povos ocidentais é sua capacidade de rapidamente esquecer o passado.

A 2ª guerra mundial foi um horror sem precedentes, mas ao seu final os povos estavam dispostos a adotar medidas que impedissem a repetição daquele horror. Isto garantiu uns 20 anos de prosperidade e alegria para os países do ocidente (para os países da cortina de ferro a realidade era bem diferente). Mas hoje quase ninguém lembra do horror que é uma guerra daquelas proporções. Ninguém lembra, também, que as potências ocidentais poderiam ter cortado o mal pela raiz e evitado a guerra. Mas preferiram políticas conciliatórias e acabaram tendo a guerra. Sem memória, os povos avançam em direção a um futuro que fará aqueles que lembram achar que a 2ª guerra mundial foi brincadeira de criança, quando comparada ao que virá.

No Brasil o flagelo não foi guerra, mas inflação. Lembro dos meus 20 e poucos anos, primeiro emprego. No dia em que o salário entrava na conta, tínhamos que sacar tudo e ir ao doleiro trocar por dólares. Ao longo do mês, à medida em que íamos precisando de moeda local, vendíamos dólares. Era a única forma de preservar um pouco do valor do salário. Lembro que em num sábado pela manhã no ano de 1990 vendi meu gol 1986 para, na segunda-feira, comprar um carro mais novo. Na semana seguinte consegui, com o dinheiro que havia recebido, comprar um caro 1982. O que estou narrando acima não é nada quando comparado ao sofrimento das famílias que não possuíam acesso a doleiros ou a aplicações overnight. Fernando Henrique conseguiu controlar a inflação mas, com ajuda da imprensa (sempre ela) e do PSDB este feito foi condenado ao esquecimento. Hoje quem lembra da inflação? Meus funcionários universitários não possuem a menor idéia do que é inflação e do seu poder destrutivo. E assim, caminhamos céleres, aos gritos de “nunca antes na história deste país” para um caos inflacionário que destrói vidas, famílias, empresas, empregos, esperanças, futuro.

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