Pesquisar este blog

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Bolsas

Uma coisa que veio para ficar foram as tais bolsas, criação original de Cristovam Buarque, com a Bolsa Escola, que tinha propósito nobre, mas foi desvirtuada com o tempo. Na atualidade, quem teria coragem de propor a extinção de bolsas? Pelo contrário, os políticos se degladiam para ver quem propõe mais bolsas novas, já imaginando o fluxo de votos dos beneficiados. É uma situação que nunca mais será revertida. Salvo se o governo definitivamente quebrar e acabar em convulsão social.

Mas a quebra do governo é uma hipótese remota, pois sempre há um grande estoque de otários dispostos a financiar via dívida pública a gastança do governo. Mesmo que a dívida pública esteja atingindo patamares insustentáveis, e por mais que um calote após a olimpíada de 2016 seja previsível, no dia seguinte ao calote já haveria otários dispostos a continuar financiando o governo.

Mas retomo a questão das bolsas - na revista de bordo da Tam eu vi uma propaganda do Ministério dos Esportes (incrível a quantidade de propaganda estatal que a Tam recebe...) que exaltava a bolsa atleta, e trazia como exemplo o atleta Hugo Oyama, que é beneficiário da tal bolsa.

Bem, Oyama deve ter a minha idade (um pouco mais de 40) e é um atleta de sucesso, tendo conquistado 10 medalhas de ouro em jogos panamericanos. Se ainda depende de bolsa é uma prova da falência do esporte no Brasil. E vai continuar recebeno a bolsa até quando?

A questão é a seguinte - num país sem saúde pública, sem segurança pública, sem educação pública, até que ponto faz sentido destinar dinheiro público para o sustento de atletas? Mas esta pergunta não dá votos, então ninguém está interessado em fazê-la. Pelo contrário, novas bolsas virão pela frente.

Neste país do PT os únicos que não têm (ou terão) direito a bolsas são aqueles que se ralam de sol a sol para não depender da caridade alheia.

Isto, para a tal imprensa, é progressismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário