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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Insuportável mundo novo

Com apenas 42 anos de idade (recém completados) posso afirmar que já experimentei dois mundos completamente diferentes. Um deles até ali pelo final dos anos 80, um mundo que fazia sentido par mim, com liberdade de escolha, sem patrulhamento, com imprensa fazendo jornalismo, sem cerceamento, sem politicamente correto, etc. (e olha que parte deste período transcorreu sob ditadura militar).

O outro mundo começa a ganhar corpo a partir dos anos 90. Já faz um bom tempo, mas às vezes é como se eu tivésse dormido no mundo antigo e acordado neste mundo novo. Não percebi a sua formação.

Este (o atual) é um mundo de idiotas, de pessoas imbecilizadas, de governantes estúpidos, de cultura imbecilizante, de faz de conta, de patrulhamento, de aparência e da ditadura da maldição politicamente correta.

Já faz alguns anos que escrevo este blog, e já falei muito sobre as coisas das quais discordo neste mundo contemporâneo.

Mas uma coisa que me enoja profundamente (mas que virou uma obrigação) é a tal de responsabilidade social das empresas. Infelizmente, ainda não nasceu o empresário com culhão para mandar às favas os ditadores do politicamente correto. Por covardia ou, pior, puro espírito marqueteiro, correm a declarar que suas empresas são socialmente responsáveis, quando empresa existe é para dar lucro, respeitando o regime legal do país. E abrem-se as portas para a hipocrisia e para a exploração da miséria alheia. Tudo pelo "bem da humanidade".

Uma grande empresa resolveu patrocinar um projeto esportivo para crianças carentes aqui na cidade. Seria muito nobre se a tal empresa não utilizasse esta ação para fazer o seu "marketing social".

Pois bem, já havia uma molecada engajada no projeto, dedicando horas dos seus dias para as atividades esportivas, tudo de bom.

Ocorre que ... a tal empresa concluiu que como o Rio de Janeiro é cidade olímpica, o tal projeto social esportivo dará mais "ibope" se ocorrer no Rio. Assim, sem sequer perder tempo pensando nas consequências para as vidas das crianças aqui na cidade que estavam engajadas no projeto, a empresa simplesmente anunciou que estava suspensa a verba. Que agora só vão patrocinar no Rio. Ótimo para as crianças do Rio. E a empresa vai poder continuar mostrando ao seu público consumidor como é "boazinha", como se preocupa com as crianças. Agora com muito mais "ibope", afinal o Rio é cidade olímpica...

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