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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Desarmamento

Ontem ficamos até tarde assistindo filmes, eu minha esposa e minha avó. Estávamos no andar superior da casa, com janelas e portas fechadas em função do frio (aliás, acho que nunca vi tanto frio em novembro, deve ser o aquecimento global...).

Quando resolvemos encerrar a sessão de cinema e descer, ao chegarmos na escada, ouvimos barulho no andar de baixo. Quem já passou por situação semelhante, pode imaginar a sensação. Eu, uma idosa e uma mulher, no andar superior da casa. Não podíamos nem sair para a rua.

O que fazer numa situação dessas? Ligar para o Wagner Moura, o garoto-propaganda do desarmamento e pedir ajuda? Será que ele viria?

Ligar para a Fernanda Montenegro, a "garota"-propaganda do desarmamento na época do plebiscito, e pedir ajuda? Será que ela viria?

Nem ligar o telefone podíamos, pois a linha de telefone fixo da casa não funciona há alguns dias, e a operadora não resolve. E estávamos sem os celulares?

O que fazer numa situação dessas?

Bem, eu não caí na conversa do Wagner Moura, e ainda mantenho o meu revólver comigo. Desta forma, pelo menos podia defender minha família no andar superior da casa, caso alguma ameaça se aproximasse.

Esperamos algum tempo, nada aconteceu. Aí desci e fui verificando cômodo por cômodo. Sensação terrível, sem saber o que podemos encontrar. Por fim, descobri que havia sido apenas um gato invasor. Encontramos as marcas das patas dele. Graças a Deus.

Mas poderia ter sido pior. Na selva em que vivemos, nunca estamos totalmente livres de sermos envolvidos em situações de violência. Nós mesmos, no ano passado, fomos assaltados na rua e sequestrados.

Certos estão os atores famosos da Globo, que vivem cercados de seguranças armados até os dentes. Desarmamento, para eles, é apenas uma coisa para falar na televisão em troca de um belo cachê, e para ficar bem perante a inteligentsia do baseado, digo, da paz.

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