Evidentemente, tenho pavor de uma situação onde, por exemplo, me veria perdido em meio a uma favela carioca, no meio da noite, e sozinho. Mas assim como temo esta situação, também tenho pavor de me ver enredado nas teias do judiciário. Sinceramente, não sei qual dos dois ambientes é mais perigoso...
Como está muito bem observado num dos artigos da Veja desta semana, o judiciário brasileiro está se convertendo em um porto seguro para criminosos. Tanto para os criminosos comuns (e incomuns) que sempre encontram uma mão amiga no judiciário mas, também, para os criminosos que passaram a se aconchegar dentro do próprio poder, travestidos de magistrados.
Tudo corria bem, até o momento em que a Juíza Eliana Calmon assumiu a presidência do CNJ. Esta juíza entendeu que o poder judiciário não é lugar para criminosos. E passou a investigar para valer os "malfeitos" da categoria. Pronto, foi o que bastou para ouriçar a companheirada de toga. Onde já se viu alguém pensar que pode investigar um juíz? Esta Eliana Calmom vai ver com quem está tratando. E viu, conforme a notícia abaixo:
"Em decisão liminar nesta segunda-feira (19), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello suspendeu o poder "originário" de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra magistrados, determinando que o órgão só pode atuar após as corregedorias locais. A liminar concedida pelo ministro deve ser levada a plenário na primeira sessão do ano que vem, no início de fevereiro, para que seus colegas avaliem o tema. Até lá, no entanto, as funções da corregedoria do CNJ estarão esvaziadas. Ficarão prejudicadas aquelas investigações que tiveram início diretamente no conselho, antes que tenham sido analisadas nas corregedorias dos tribunais onde os juízes investigados atuam."
Agora os companheiros malfeitores podem voltar a dormir tranquilos, ninguém vai mais perturbá-los com investigações.
Interessante que o CNJ existe há muitos anos, mas antes de Eliana Calmon ninguém pensou em tirar do conselho o poder originário de investigação. Sinal de quanto as investigações da Eliana estavam incomodando a classe.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
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