Pesquisar este blog

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A lei da palmada

Não sou sociólogo, não sou antropólogo, não sou psicólogo, nem tenho filho (ocupo apenas um lugar na absurdamente lenta fila da adoção). Não sou, então, a melhor pessoa para opinar sobre a lei da palmada, já aprovada por comissão na câmara dos deputados (por unanimidade).

Mas sou um observador (e um crítico) da sociedade e dos comportamentos sociais.

Na época dos meus pais, lugar de crianaça era lugar de criança, e elas eram lembradas disto (quando necessário) com um simples olhar dos pais.

Na minha infância (anos 70 e começo dos anos 80) já era um pouco diferente, as crianças já estavam mais no papel de centro da família. Mas se eu fizesse bagunça ou tirasse nota baixa, o pau comia (e comia feio). Assim foi com todos os meus contemporâneos. Não fiquei com nenhum trauma em função disto.

Daí para a frente parece que foram pais pessoas completamente despreparadas para isto, pessoas que passaram a tratar os filhos como se fossem brinquedinhos, procurando satisfazer (e superar) todos os desejos da criança, criando a impressão de que tudo na vida cai do céu, deixando os filhos assumirem o controle da casa, permitindo que as crianças tenham acessos de histeria toda a vez que um desejo seu é contrariado, deixando de viajar, de fazer coisas que gostam, e transformando suas vidas num mero acessório da vida da criança. Formando, enfim, pessoas mimadas que no futuro terão problemas de relacionamento social que poderão resultar em violência, vandalismo, álcool, drogas, baixa escolaridade, desemprego (alguém tem alguma dúvida de que estamos indo por este caminho?) Pessoas que não irão atrás das coisas que desejam porque ficarão esperando cair do céu. Pessoas que pensarão que o resto da humanidade existe apenas para serví-las.

Os pais que impõem limites aos filhos estão prestando um serviço à socidade, do seu lar sairá um cidadão com melhores chances de convívio social.

Agora vem a tal lei da palmada que, na prática, criminaliza qualquer tipo de corretivo físico aplicado numa criança. Não estamos falando de espancamento, estamos falando de uma palmadinha. Como os pais (aqueles que ainda desejarem) vão impor limites aos filhos? Conversando? A partir desta lei o poder de fato dentro do lar estará com as crianças, e crianças são espertíssimas para perceber este tipo de coisa. Poderão pintar e bordar, destruir e quebrar, gritar, pular, desaforar, e os otários poderão apenas dizer: "não faça assim filhinho".

Pior, os mais malvados (e os há aos montes) poderão ameaçar os pais: "vou dizer na escola que você me dá palmadas, se não fizer o que eu quero". Mesmo que não dê palmada nenhuma.

Não sei o que pensam os leitores sobre o assunto, mas para mim isto é doentio. E algo doentio assim só pode prosperar em tempos de dominação do pensamento esquerdista, que é um pensamento psicopata, destrutivo. Desde que surgiu, na revolução francesa, a esquerda destrói tudo o que toca. Neste caso querem destruir a família no presente e a sociedade no futuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário