Dizem os profetas do apocalipse que uma grande praga irá dizimar a humanidade. Vivemos, então, observando os sinais do que poderia vir a ser esta grande praga. Há uns 25 anos atrás pensamos que seria a AIDS. Depois a gripe suína, a gripe aviária, o Ebola, mas nenhuma dessas doenças se revelou com potencial destrutivo suficiente para ser a praga do apocalipse.
Começo a pensar que a verdadeira praga que irá nos dizimar (pelo menos a parcela ocidental da população) será a ignorância.
Não nos damos conta de como é frágil esta civilização que construímos. E de como a ignorância em massa e, pior, a ausência de lideranças que possam conduzir as massas, pode afetar o frágil equilíbrio que sustenta a civilização.
O fenômeno é ocidental, não só brasileiro. Mas fiquemos no caso brasileiro, apenas para fins de ilustração. Elegemos para presidente um completo ignorante. E a intelectualidade, as lideranças sociais e os formadores de opinião passaram a exaltar a ignorância absoluta como se fosse uma virtude. O mundo ocidental pôs-se de joelhos e passou a premiar a ignorância com títulos de doutor. Aqueles que apontam a ignorância passaram a ser apenas “preconceituosos”.
Nossa classe artística, cuja relevância como formadores de opinião é inequívoca, demonstra ter um assustador desconhecimento sobre os assuntos da vida, sobre as questões em relação às quais opina, uma ignorância oceânica. Em outros tempos, talvez ficassem constrangidos e fossem estudar ou, pelo menos, calassem a boca. Mas, lembrem-se, na era em que vivemos ignorância é virtude, de forma que quanto maior for a besteira proferida, maior será o grau de aclamação obtida.
Nas universidades, que deveriam ser centros de extermínio da ignorância, ideólogos de esquerda exercem o controle total para garantir que os estudantes saiam de lá mais ignorantes do que entraram.
No jornalismo, ignorantes e/ou corrompidos trabalham para preservar o véu de escuridão.
A ignorância não faz distinção de classe social, nos atingindo de A a Z. As pessoas, em qualquer classe social, não sabem mais nada, ou quase nada, mas nunca estiveram tão convictas.
Ontem me reuni com dois industrialistas. Na frente do local da reunião, duas Mercedes estacionadas, uma de cada um deles. Independentemente do grau de instrução, é evidente que industrialistas acabam sendo referência e formadores de opinião, para os seus empregados e, por conseqüência, para as famílias destes empregados, para as comunidades em que estão inseridas suas indústrias, para fornecedores, prestadores de serviços, etc. Um dos industrialistas me olhou e disse: “não sou petista, mas a Dilma é uma gestora brilhante”. O outro assentiu com a cabeça.
Vou dizer o que? Qual seria o tratamento para isto?
As fontes de informação dos empresários são: o Jornal Nacional, a CBN e as páginas de esportes dos jornais impressos. É o máximo de conteúdo que absorvem, seu máximo de profundidade. A partir daí, passam a repetir o que ouviram/leram como se fosse sua própria opinião, como se o raciocínio fosse fruto de um profundo conhecimento de causa e de uma profunda reflexão. Nunca foi tão fácil a dominação petista.
Eu poderia pedir aos industrialistas que citassem uma realização (uma só) que servisse para embasar a tese de que Dilma é uma ótima gestora. Não há. O que há de sobra são evidências de que Dilma não é gestora: a) conseguiu falir sua loja de 1,99, b) sob sua gestão, enquanto ministra de energia, não ocorreu nenhum avanço na área, c) foi por anos a gestora do PAC e a melhor definição do programa é “emPACado”, d) sua equipe é péssima, incompetente e corrupta, e as equipes são reflexo de seus líderes, e) a infra-estrutura se arrasta, f) a roubalheira da copa e da olimpíada custará o futuro de várias gerações de brasileiros.
Sob todas as evidências, Dilma é uma péssima gestora. Se ela aparecesse com seu currículo na porta das empresas desses industrialistas não seria contratada nem como faxineira (sem trocadilho...). Mas adianta ponderar isto para os industrialistas? Não, a ignorância consolidada e convicta se constitui numa barreira intransponível.
O século XXI, aquele que seria o século das conquistas interplanetárias, começa com a sensação de que estamos regredindo, que estamos retornando ao estado primordial, que começamos a parecer mais irracionais, como os animais. Mas, como animais, não conseguiremos alimentar, hidratar, abrigar, esquentar, transportar uma população de mais de 7 bilhões (e crescente).
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
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