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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tempos estranhos

Vejam a notícia da Veja.com. Comento na sequência.

A cartada do premiê britânico David Cameron, que isolou o Reino Unido em relação à União Europeia, foi recebida em seu país como a aposta de um aventureiro irresponsável e, ao mesmo tempo, como a decisão de um líder disposto a defender a soberania da ilha. Sinal de que, além da antipatia do presidente francês Nicolas Sarkozy e da chanceler alemã Angela Merkel, ele terá de enfrentar agora uma forte turbulência interna que está apenas começando.

O imbróglio começou nas primeiras horas de sexta-feira, durante a cúpula de Bruxelas, quando Cameron propôs a Sarkozy e Merkel que a City of London, o maior centro financeiro da Europa, ficasse de fora da mudança na política de taxação de bancos - o chamado "Imposto Robin Hood" - e da maior fiscalização em suas operações. O presidente francês e a chanceler alemã negaram o acordo e procederam com o tratado de ajuste fiscal no bloco, na tentativa de salvar o euro. Cameron, em retaliação, foi o único dos 27 líderes do bloco a vetá-lo.

A decisão causou forte repercussão em toda a Europa. O premiê britânico extrapolou a cartilha conservadora dos governos de Margaret Thatcher (1979-1990) e John Major (1990-1997), que mantiveram o relacionamento com o bloco em níveis toleráveis, com alguns momentos de exceção. Mas, como apontaram os principais jornais ingleses durante o final de semana, em vez de apostar na diplomacia, como fizeram seus antecessores, Cameron preferiu pedir o divórcio.

Como resultado da cartada, o premiê foi festejado por seus pares, especialmente pelo núcleo conservador "eurocético", que acredita que o Reino Unido funciona melhor como uma economia independente do bloco. No entanto, além de perder influência nas decisões da União Europeia, Cameron também acabou colocando em xeque seu governo de coalizão com os liberais democratas. E levou uma saraivada de críticas por sua atuação na cúpula.

O vice-primeiro-ministro Nick Clegg, do partido liberal democrata, acusou neste domingo (11) o premiê de colocar empregos ingleses em risco e agir contra os interesses da economia britânica ao praticamente cortar os laços com a União Europeia em meio à crise do euro. Estar politicamente isolado, segundo Clegg, não será bom para o país, que não vive bom momento econômico
.”

Comento: vivemos tempos estranhos.

Não gosto de David Cameron, principalmente de sua atuação como garoto de ordens da Al Qaeda (caso Líbio). Mas me parece que nesta questão da União Européia ele está correto. A tal união está se revelando uma forma de atingir o impensável, ou seja, destruir economicamente a Europa como um todo. A Alemanha luta bravamente para tentar salvar a situação, mas o nível de endividamento do governo Alemão também já superou o sustentável, ou seja...vai salvar com o quê? Com discursos?

Li na Exame desta semana (não lembro o autor da frase) que a Alemanha é como um passageiro de primeira classe a bordo do Titanic.

E a França, quem pensa que é para tentar dar ordens para os outros? Um país que praticamente estatizou seus cidadãos, atolado em dívidas, com ameaça de redução do seu rating, com economia adormecida, sérios problemas de imigração, etc.

Me parece que Cameron, ao procurar se afastar deste desastre, deveria ser recebido como herói no seu retorno à Inglaterra. Não foi o que ocorreu. O que queriam os tais liberais ingleses? Queiram que Cameron permitisse que a Inglaterra afunde abraçada com a União Européia? Queriam que o primeiro ministro inglês fosse apenas um fantoche de Angela Merkel e Sarkozy?

Vivemos tempos estranhos.

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