Da série "vou morrer sem entender o mundo em que vivo".
Estaria mentindo se dissésse que a televisão brasileira do passado (mais de 20 anos atrás) era perfeita. Mas era, sim, bastante razoável. Dava para passar o tempo agradavelmente assistindo à programação televisiva. Havia novelas razoavelmente interessantes, shows, programas de auditório, bons humorísticos, noticiosos razoavelmente informativos, enlatados americanos que marcaram época e desenhos que ficarão para sempre nas nossas memórias, além dos filmes que aguardávamos com expectativa.
E tudo isto custava relativamente barato. Os artistas sempre ganharam mal, e as estrelas âncoras tinham remuneração muito diferente da que percebem atualmente. Lembro, apenas para exemplificar, que durante a copa de 1994 foi noticiado com estardalhaço que Faustão receberia cerca de US$500 mil para apresentar o programa de sorteio de carros da Globo, durante o torneio. Era uma fábula de dinheiro. Hoje somente o salário mensal do apresentador está na faixa dos R$5 milhões mensais. Galvão Bueno recebe cerca de R$10 milhões anuais, Ana Maria Braga cerca de R1 milhão mensais, e por aí vai. Chacrinha, comparado a essas figuras, seria um indigente. Os Trapalhões Dedé, Mussum e Zacarias, que lideraram a audiência por quase 20 anos, nunca saíram da pobreza.
Pois bem, estamos no século XXI e os artistas televisivos de primeira linha são pagos a peso de ouro, apresentadores de jornais ganham salários no nível "nunca antes na história deste país", enquanto os chamados apresentadores âncoras percebem salários de derrubar queixos holywoodianos.
E tudo isto para quê? Para colocar no ar um lixo, uma programação imbecil e um jornalismo servil ao PT.
Pergunto - não dá para voltar ao bom e barato?
terça-feira, 4 de maio de 2010
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