Se você tiver uma Alemanha para pagar a conta da sua irresponsabilidade, o limite é bem amplo, tão amplo que pode se estender ao ponto em que leva um continente inteiro para a bancarrota.
Agora, se for o Brasil, que não tem uma Alemanha para nos socorrer, mas cuja cãmara dos deputados acabou com o fator previdenciário ontem, o limite para a irresponsabilidade é o humor dos otários.
E quem são os otários neste caso?
Somos eu, você leitor, e os gringos que compramos títulos públicos ao investir em aplicações financeiras de renda fixa, e com isso vamos financiando a gastança e dando aos governantes a sensação de que dinheiro cai do céu.
Como dinheiro não cai do céu, e ninguém é otário para sempre, chegará um momento, não muito distante, em que o financiamento da dívida pública ficará muito difícil, não restando ao governante de plantão do momento outra alternativa que não seja o calote, surrupiando assim uma parte do nosso suado patrimônio. Isto é muito mais certo, e rápido, do que aquecimento global.
Se o governante de plantão for Dil-má, o calote será apresentado como uma atitude de grande coragem política, coragem de "tirar dos ricos para dar aos pobres".
Se o governante for Serra, o calote será apresentado como um ato abominável, uma destruição da poupança do povo, e como prova definitiva de que o PT jamais deveria ter sido removido do poder.
O fato é que um momento onde havia razoável consciência coletiva de que gastos públicos deviam ser contidos, como ocorreu no primeiro mandato de FHC, provavelmente não se repetirá no horizonte de nossas vidas.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
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