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sábado, 12 de março de 2011

Oradora do baseado

Vim ao escritório hoje (sábado) para tentar trabalhar um pouco, mas durante boa parte da manhã não foi possível. Havia uma manifestação (atrasada) pelo dia da mulher, com carro de som, aqui na frente do escritório. E o berreiro era ensurdecedor.

O grito de guerra era o seguinte:

"Sou feminista
não abro mão
do socialismo e da revolução"

Perceberam?

Seja a manifestação que for, dia da mulher, das crianças, Natal, e esses vagabundos que berram nas ruas sempre dão um jeito de pôr o socialismo no meio.

A oradora, que deveria ter fumado alguns baseados antes da manifestação, colocou a questão da habitação no seu discurso. Aliás, tenho visto a questão da habitação em diversas manifestações recentes, me dando a impressão de que querem preparar o ambiente para aceitação de um eventual MST urbano. Bem feito para os moradores das cidades. Mas voltanto à oradora, segundo ela a maioria das mulheres da nossa cidade não tem onde morar. Bom, como nossa cidade tem pelo menos 1 milhão de mulheres, isto significa que, pela lógica da oradora do baseado, deve ter mais de 500 mil (maioria) mulheres morando nas ruas. Se assim fosse, as calçadas e ruas seriam intransitáveis, ocupadas por pilhas e pilhas de moradoras de rua (assumindo-se que todos os homens tenham onde morar, pois se formos incluí-los na conta da oradora dá mais de 1 milhão de moradores de rua na cidade).

E aí veio a ladainha de que "moradia é um direito". Se é direito, é direito de todos, inclusive meu e seu, leitor. Se é um direito de todos, quem paga a conta? Moradias brotam da terra (sem cultivar) ou dão em árvore?

Eu comprei minha casa. Várias pessoas pobres trabalham comigo e já compraram, ou estão comprando, suas moradias com muito sacrifício. Somos todos uns otários? Deveríamos ter ficado sentados em berço esplêndido, esperando a oradora do baseado explicar de onde sairia o dinheiro para nos dar o que deveria ser nosso por "direito"?

Se moradia é um direito, quero a minha com vista para o mar...

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