Já vivemos (ocidentais) sob a ditadura do pensamento "politicamente correto". É a maior arma de auto-aniquilação que a população ocidental poderia inventar contra si mesma, pois pré-determina as fronteiras dentro das quais o pensamento será aceito socialmente, ou seja, limita a capacidade de livre pensar.
A possibilidade de uma ditadura vermelha paira sobre o continente sul-americano. Contra esta, lutamos cotidianamente.
No entanto, há uma outra ditadura em avançado estágio de implantação - a ditadura da juventude.
Históricamente a evolução da humanidade foi caracterizada pela liderança dos mais velhos (e mais experientes). Isto fazia parte da sabedoria natural do ser-humano.
A partir da década de 80 esta situação começou a mudar, e começou a se super-valorizar a juventude. Imagino que por trás deste processo esteve uma estratégia de marketing - os mais jovens são mais suscetíveis às novidades, à propaganda e ao consumismo, então - todo poder aos jovens.
No mercado de trabalho gente com mais de 40 anos e com experiência de vida e de trabalho virou lixo.
Paradoxalmente, nunca se valorizou tanto a chamada terceira idade. Mas o velho que é valorizado é o velho infantilizado, como a Naná do BBB9, que gritava mais to que todos os jovens da casa juntos. Então o velho moderno tem que viajar, dançar, namorar, fazer ginástica. Só não pode dar opinião com base na sua experiência de vida. Já perceberam isto? Velho é bacana desde que faça tuido isto que a sociedade moderna impõe para ele, mas não abra o bico para opinar, pois as decisões cabem aos mais jovens.
Nas empresas a juventude está tomando conta. Acompanho o caso de uma das maiores empresas do Brasil (e do mundo), detentora de marcas famosas de produtos de consumo. A meninada tomou o controle. A roupa de trabalho virou tênis e calça jeans rasgada. "Que bom", dirão, "a liberdade no modo de vestir nas organizações". Liberdade nada, uma nova ditadura do vestuário, pois quem não estiver vestido neste padrão será visto como retrógrado, e excluído. Os produtos da empresa, os mais famosos do mercado, só perdem participação ano após ano, mas isto é um detalhe.
A minha geração, a dos que têm quarenta e poucos, passará á história como a geração que nunca assumiu o seu papel de liderança. Nos nossos lares, quem manda são as crianças. Nas organizações, quem manda é moçada de 20 e 3o anos.
Dirão: "o cara é louco, na maioria das organizações os diretores são pessoas de mais idade". Verdade.
Nesta mesma empresa que menciono acima um dos diretores tem 45 anos. Sempre foi um sujeito super conservador, inclusive no modo de vestir. A última dele é que apareceu com um novo corte de cabelo radical, todo desgrenhado, arrepiado, um fio para cada lado. Isto mostra bem que o diretor é ele, mas não é ele quem manda. Com seu corte de cabelo tradicional já estava sendo visto como retrógrada pela moçada, e sua chapa estava assando.
Os jovens de hoje, que teoricamente são os senhores da situação, não passam de massa de manobra, pois num piscar de olhos serão velhos, e descartados.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
E esta é a delicia da coisa: sabermos, nós de 40 e alguns, que "eles" também vão chegar lá, heeeeeeeehehehehe.
ResponderExcluir