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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Tribunais universitários

Reinaldo Azevedo escreveu hoje sobre o absurdo caso em que uma universitária da UFSM do RS, que havia entrado na universidade pelo regime de cotas, foi julgada por um tribunal racial da universidade, considerada "pouco preta", e teve sua matrícula cancelada.

Reinaldo escreveu com maestria sobre o absurdo do regime de cotas, e como isto está sendo usado para dividir o Brasil. E como o absurdo tribunal racial é um monstrengo parido por este regime de segregação odioso.

O Brasil caminha para um apartheid ao contrário, contra brancos. A diferença é que enquanto vigorou o apartheid na África do Sul, a população negra sempre foi contra, e lutou pelos seus direitos. Aqui no Brasil a implantação do nosso apartheid ocorre sob aplauso eufórico dos brancos.

Mas escrevo este breve texto para falar dos verdadeiros tribunais que estão sendo criados nas universidades federais, como o tribunal racial citado acima. Tribunais esses que decidem, por critérios ideológicos, quem vai ter acessos a seus cursos, e quem vai ficar de fora.

Narro o caso que ocorreu recentemente com um amigo meu:

Formado e pró-graduado nas melhores instituições do país resolveu, depois de 20 anos de carreira no mercado, cursar um mestrado, para poder se tornar professor universitário, e transmitir aos alunos um pouco do que aprendeu ao longo de suas duas décadas de prática profissional.

O único mestrado oferecido na sua cidade, na sua área de atuação, era o mestrado de uma universidade federal. Não viu problema nisso, e se matriculou no processo.

Fez todas as provas, em duas etapas, e tirou primeiro lugar em ambas.

A etapa final era a chamada "entrevista". Mal sabia meu amigo que se tratava, na verdade, de um tribunal ideológico. Foi todo feliz para a tal entrevista, achando que iria discutir a matéria, a profissão, o projeto de pesquisa, enfim, seria uma conversa agradável. Doce ilusão.

Assim que adentrou na sala de entrevista, começou a ser massacrado pelos 3 professores, que já tinham em mãos seu currículo. Foi tratado como um doente contagioso, como alguém que não merece nada além de desprezo. Quando os professores se referiam aos clientes multinacionais do meu amigo, falavam com nojo.

Resultado - meu amigo foi eliminado do processo e, ao final, ainda recebeu um recado - não adianta tentar de novo, pois aqueles professores irão eliminá-lo todas as vezes que tentar.

Só depois disso meu amigo entendeu que na verdade havia sido julgado e condenado por um tribunal ideológico. Seus 20 anos de serviços prestados ao mercado impediam que ele entrasse na universidade, e pudésse contaminar os "puros".

E os "puros" são os professores de carreira da referida universidade, que nunca trabalharam na sua profissão, que só conhecem de ler em livros, e que passam a vida a enganar os alunos, e disfarçar ideologia esquerdista de conteúdo programático.

Irão formar alunos que sairão dos bancos escolares sem saber nada, e que irão ser transformados em profissionais pelo tão odiado mercado.

"Entre na justiça", disseram a meu amigo. Leitores escreveram o mesmo no blog do Reinaldo.

Para quê?

Meu amigo contratou um grande advogado administrativista e, de fato, entrou contra a universidade federal. Somente para descobrir que o corporativismo existente hoje não é apenas dentro de um determinado órgão público, mas é matricial, entrelaçando diversos órgãos públicos. Desta forma, descobriu que a justiça FEDERAL não decide contra uma universidade FEDERAL.

E o direito?

O que?

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