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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Gerando riqueza...na Itália

Leitores já viram aqui minhas lamentações sobre a dificuldade em se conseguir mão de obra, independentemente de preço.

Preciso de pintura na minha casa, foi uma dificuldade conseguir um pintor. A maioria daqueles que contatei, sequer foi lá ver qual era o serviço e definir o seu preço. Prometem que vão e somem. Mas consegui um que foi, deu o preço (com o qual eu concordei sem pechinchar) e começou o serviço. Logo vi que o trabalho estava ficando uma porcaria, mas aí o meu lado sentimental entrou em ação (“o sujeito é pobre, está precisando, se ficar mal feito contrato outro para melhorar, etc.”) e o cara foi ficando. Mas...dia desses cheguei em casa e a coisa estava tão horrível que achei que o sujeito havia enlouquecido, pois alguém em sã consciência não poderia fazer uma porcaria tão grande. Descontratei o serviço por telefone mesmo.

E recomecei a busca. Numa famosa loja de tintas da cidade indicaram um pintor, e eu pensei: “nenhum pintor vai querer se queimar com esta loja”. Liguei para o cara, que era um chato. Marcamos a visita, e ele queria saber detalhe por detalhe como chegar na minha casa, e seu tom de voz era alto. Após desligar, falei para a minha mulher: “só não mandei esse cara à...porque está difícil achar outro”. Bom, o dia marcado para a visita, que me custou tantos detalhes, chegou, passou, e nem sinal do sujeito. Como os demais, sumiu.

Lá ia eu continuar a procura quando eis que quase por acaso cruzei com papéis de parede. Eu conhecia papéis de parede, principalmente de hotéis, mas confesso que nunca havia prestado atenção neles. Quando abri os catálogos foi como se estivesse enxergando um novo universo. As estampas são maravilhosas, há uma infinidade de modelos e cores, e são muito mais bonitos do que qualquer pintura normal. E o preço não é proibitivo.

Resultado? Adeus pintores, adeus tintas, adeu sujeira.

Mas o que um texto como este está fazendo aqui no blog?

Está aqui porque imagino que muitas pessoas enfrentam dificuldades ao tentar contratar mão de obra. Queremos ajudar as pessoas a melhorarem de vida, girar a economia no Brasil, afinal tanto o pintor seria um brasileiro, quanto a tinta é produzida no Brasil. Mas parece que os brasileiros não querem ir para a frente na vida. Pensam: “ah, estou com bastante serviço agora, para que vou me incomodar indo visitar esse cara”. Pensamento tacanho, de subdesenvolvido. Já o papel de parede, que irá substituir o trabalho do pintor e a tinta, é produzido na Itália, ou seja, por culpa dos próprios brasileiros estarei contribuindo com a economia italiana.

Um comentário:

  1. A qualidade da mão de obra no Brasil está cada vez pior. As escolas estão colocando no mercado pessoas sem as mínimas condições de fazer um bom trabalho.

    De nada adianta o governo inaugurar centenas de escolas técnicas e universidades se não melhora a qualidade de ensino.

    Os cursos profissionalizantes, atrelados ao Bolsa Família estão vazios. O povo teme que ao fazer o curso vão perder as benesses do governo.

    É isto que dá termos programas sociais com o simples propósito de manter o PT no poder.

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