Jornalismo no Brasil

A vida profissional se torna mais desafiante a cada dia. A cada curto espaço de tempo precisamos nos reinventar para permanecer vivos no mercado.

Parece que a profissão de jornalista não está sujeita a esta loucura que é a vida moderna. A cada dezembro é possível que as empresas de jornalismo reúnam sua equipe para fazer o planejamento do trabalho para o ano seguinte de forma bastante tranqüila, sem ter que reinventar nada. Aliás, aproveitam o mesmo planejamento feito para o ano anterior, que por sua vez era cópia do ano anterior, e assim por diante.

Basicamente, a cartilha do planejamento anual do trabalho jornalístico foi escrita há muito tempo, e a cada novo ano os membros da equipe recebem um novo Xerox, que diz o seguinte:

- Puxar o saco de Lula e daqueles que Lula mandar. Executar durante os 365 dias do ano (em ano bissexto alguém rabisca a mão 366 sobre o 365...);

- Dar exposição a tudo o que for contra as administrações do PSDB e do DEM, ou contra os integrantes deste partido;

- Ocultar tudo que for contra as administrações da base aliada de Lula, ou contra seus integrantes;

- Em todos os feriados fazer reportagem sobre o trânsito nas estradas e sobre o movimento nas rodoviárias e aeroportos;

- Antes da páscoa, fazer reportagem sobre a produção de chocolates;

- Na semana santa fazer reportagem sobre o consumo de peixes;

- No Natal fazer reportagem sobre a geração de empregos temporários;

- No final de dezembro entrevistar místicos para saber as previsões para o ano seguinte.

Pronto, com esta cartilha qualquer um pode fazer sucesso num grande veículo de comunicação do Brasil. Se alguém quiser fugir da cartilha, o STJ entra em ação e manda censurar.