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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Governo, atrapalhando desde sempre, 3

Trecho das páginas 330 e 331 do livro História do Brasil com Empreendedores, de Jorge Caldeira:

"Mais uma vez, a ação estatal no sistema de crédito não levava o Brasil na direção do capitalismo. O atraso, derivado da proteção estatal ao capital comercial, foi se tornando cada vez mais agudo - e ganhando outra natureza. Num tempo de crescimento geral, o país praticava uma política recessiva, algo que nem mesmo nos tempos do mercantilismo fizeram as nações agora capitalistas.

O sistema de crédito brasileiro, no novo padrão de comparação, se aproximava rapidamente da condição de fóssil vivo, com sua função de mantenedor do capital comercial por proteção estatal.

A política de juros altos, feita de modo deliberado pelo governo, teve o sentido inequívoco de favorecer o lado da propriedade inerte do capital e prejudicar aqueles que colocavam o capital em ação. Em outras palavras, favoreceu os usurários em prejuízo deliberado de empreendedores e empresários - agora já querendo se tornar capitalistas. E assim tornava maior o fosso que se abria entre a economia brasileira e as nações capitalistas.

Assim, embora sobrevivendo, a figura do empreendedor foi empurrada para um papel secundário pela história. No lugar de vencer as barreiras creditícias e fundar um capitalismo, manteve-se o caráter apenas mercantil da acumulação de capital - e toda a sociedade brasileira, ligada na rede dos adiantamentos não monetários do capital comercial, foi se tornando cada vez mais pobre em relação aos habitantes dos países capitalistas."

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