Continuação de trecho publicado no domingo passado - págs 330 e 331 do livro História do Brasil com Empreendedores, de Jorge CAldeira.
"Foi necessária uma geração de trabalhos até que as coisas pudessem ser encaradas com otimismo. A nova fase surgiu a partir de 1851, quando o fim do tráfico de escravos deixou livre uma grande massa de capitais na economia. Quem primeiro de aproveitou dela foi Irineu Evangelista de Sousa, que fundou um segundo Banco do Brasil, captou a juros baixos e começou a montar um sistema de crédito com sentido capitalista: financiava a produção e circulação privadas de mercadoria, incentivava a inovação industrial, procurava comprar a mercadoria-trabalho e ajudava empreendedores. No todo, aumentava o giro dos capitais a um ponto em que os investidores poderiam considerar aplicações industriais e pagamento de salários.
O passo na direção do capitalismo durou pouco. Em 1853, o Partido Conservador abriu batalha parlamentar para estatizar o Banco do Brasil.
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Essa visão negativa da produção capitalista encontrou ecos no debate.
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Com argumentos como esse, o banco foi estatizado, o domínio do capital comercial preservado, as taxas de juros subiram, o ritmo do crescimento da economia caiu - e o uso de capital local para a indústria se tornou proibitivo. MEsmo na queda, o governo ainda continuou na política de salvar a "riqueza sólida" em detrimento da "especulação", criando uma legislação que tornava muito difícil a criação de empresas - e o país se orgulharia de ter apenas doze empresas registradas. Nesse momento a Inglaterra promulgava leis que facilitavam a formação de empresas, e milhares delas aceleraram ainda mais o ritmo de produção capitalista."
Continua no próximo domingo.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
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